A partir de 2022, eleições
deverão ser a cada 4 anos !
O senador Romero Jucá (PMDB),
líder governista, deverá incluir na agenda do Congresso Nacional este ano, a
discussão sobre a unificação de todas as eleições a serem realizadas a cada
quatro anos, quando o eleitor escolheria num só dia, o presidente da República,
governadores, prefeitos, senadores, deputados federais, deputados distritais, deputados estaduais e
vereadores. À partir da eleição prevista para outubro de 2022 e daí em diante,
todos os políticos seriam escolhidos de uma só vez acabando com esse modelo
atual de realizar eleições a cada 2 anos o que gera enorme despesas para a
Justiça Eleitoral, cria um problema para políticos que, não querendo ficar sem
mandados, se veem na contingência de estarem renunciando no meio de seus
mandatos inviabilizando assim projetos de se completarem um mandato eletivo. Um
exemplo seria o caso do atual prefeito de Araçatuba, Cido Sério, reeleito para
mais um período de 4 anos, contudo, dependendo das conversas, os acordos e
entendimentos, em 2014, ou seja, no meio do novo mandato renunciaria para
candidatar-se a deputado. Em não o fazendo, ficaria sem um mandato entre 2014 e
2016. Pela proposta de Romero Jucá, os prefeitos e vereadores a serem eleitos
em 2016 teriam o mandato ampliado em 2 anos, ou seja, governariam por 6 anos,
para que em 2022 coincidisse com as eleições presidenciais.
A idéia do senador Jucá merece
total apoio e acolhida, pois o modelo atual vigente no Brasil com o eleitorado
acorrendo às urnas a cada dois anos, provoca um imenso prejuízo financeiro para
o TSE que promove o pleito, gera um imenso trabalho para servidores da Justiça
Eleitoral e, para cidadãos convocados à servirem na realização da eleição em
si. Sem contar o fato de que atualmente mal termina uma escolha os políticos já
iniciam as articulações com vistas à eleição seguinte devido ao curto hiato. A
unificação da escolha de todos os representantes políticos seria uma excelente
forma de se aperfeiçoar a democracia, consolidar nomes e partidos além de
promover um tempo maior onde o cidadão poderia avaliar melhor o desempenho de
cada candidato, principalmente aquele que esteja ocupando um cargo público. O
prefeito, o presidente, o governador recém eleito, assume normalmente herdando
o orçamento deixado por seu antecessor, que em muitas vezes, adversário
político, o que inviabiliza a nova administração logo de início, prejudicando
diretamente o povo. Quando o administrador está já ao pé da
situação de seu município, estado ou do país, pressionado pelo calendário
eleitoral, é obrigado a renunciar e preocupar-se com um novo pleito. Deixa, em
muitas situações vices despreparados, sem condições de assumir fortes
responsabilidades como foi o caso de Serra deixar em seu lugar, a prefeitura de
São Paulo, o ilustre desconhecido Gilberto Kassab. Todos sabemos que em geral, os
indicados para ocupar a segunda posição nas chapas, são oriundos de acordos mal
feitos que nem sempre levam em conta a capacidade técnica, administrativa e o
prestígio político-eleitoral. Um exemplo – alguém conhece a vice prefeita de
Fernando Haddad, o novo prefeito de São Paulo ? Sabe de sua experiência em algum trabalho, algo que
justifique sua indicação ? Qual sua vida política, cargos, mandatos, etc ?!
Este é só um exemplo de como as coisas se processam nesse país. Decorrendo daí,
uma enorme preocupação com os eventuais substitutos dos gestores públicos.
A coincidência da realização de
todas as eleições num dia só, favorecerá o eleitor, tornarão os custos de uma
eleição mais baratos, pois a confecção de material de campanha, vídeos e
despesas afins cairão pela metade e facilitarão ao eleitor uma escolha mais
partidária. Hoje no Brasil temos uma verdadeira “selva” de partidos políticos,
na maioria das vezes usados apenas e tão somente para a promoção pessoal desses
eternos candidatos sem voto, como Heymael, Fidélis e outros autênticos
caçadores de oportunidades para venderem espaços no horário de propaganda de
rádio e TV. Esses tidos partidos nanicos teriam que se adequar à realidade,
lançar candidatos em todos os níveis. Acabaria com essa pulverização dos votos.
Vejam o caso de Araçatuba, onde se elegeram 12 vereadores, um de cada partido.
Apenas o minúsculo PPS elegeu dois, no entanto, isso nada representa em termos
de força política e representatividade. Um sem-número de partidos, uma salada
de siglas que mais confunde o eleitor e uma miríade de candidatos sem a menor
chance de se elegerem como sempre fica comprovado. A unificação do pleito
fortaleceria os partidos mais sérios, facilitaria o contato e o conhecimento
por parte dos eleitores e, principalmente diminuiriam os custos bilionários das
campanhas no Brasil. Por fim, daria condições para que os eleitos tivessem um
tempo maior para colocarem em práticas seus planos de governo na certeza de que
seus mandatos de fato não seriam interrompidos no meio do caminho. Poderia-se dizer por derradeiro que a
unificação daria um pouco mais de visão doutrinária e programática dos partidos
políticos brasileiros. Com a modernização tecnológica das urnas eleitorais
brasileiras, o povo deu mostras de ter assimilado este modelo, a rapidez da
apuração e a credibilidade do TSE em tudo contribui para que este projeto venha
a ser aprovado.