sábado, 8 de dezembro de 2012


Cido Sério não deve receber Dilador Borges para um cafézinho !

O prefeito de Araçatuba, Cido Sério (PT), reeleito com mais de 50 mil votos, de forma alguma deverá receber o eventual deputado tucano, Dilador Borges, para um cafézinho, como chegou a ser sugerido na  semana passada pelo próprio Dilador a quem Cido Sério derrotou em duas eleições municipais.  O clima entre os dois políticos araçatubenses é dos piores e isso ficou evidente no evento ocorrido esta semana, quando o mundo empresarial da cidade se reuniu para conhecer em detalhes as instalações e como será o novo shopping center a ser erguido próximo ao Supermercado Rondon. Ambos, Cido e Dilador sequer se cumprimentaram e o tempo todo procuraram ficar absolutamente de costas um para o outro, evitando-se ao máximo. No domingo anterior, Dilador Borges havia concedido entrevista e afirmou que tão logo assuma sua cadeira na Assembléia Legislativa, iria tomar a iniciativa de, através possivelmente da vereadora do PSDB, Tieza, em ser recebido no gabinete do prefeito, para, pelo menos “tomar um cafézinho”.  Mas, a idéia não parece agradar em nada o atual chefe do Executivo araçatubense e, certamente, a vereadora Tieza poderá até passar pelo constrangimento de ver negada sua pretensão, podendo até tomar ao invés de café, um demorado “chá de cadeira”, na ante-sala do gabinete do prefeito.
A iniciativa de Dilador Borges, no domingo ( 2 de dezembro, aniversário de Araçatuba), à priori, poderia soar como um aceno de paz e harmonia no conturbado mundo político pós-eleição. Para observadores da cena política, parecia uma demonstração de quem deseja pacificar os ânimos e baixar as armas. Este fato foi aplaudido por setores ligados aos tucanos. Contudo, já na terça feira, o próprio Dilador Borges, esteve pessoalmente em São Paulo, no Tribunal Regional Eleitoral, acompanhando a sessão em que os desembargadores votavam o recurso do PSDB tentando cassar a candidatura de Cido e Hernandez em relação ao processo movido pelos tucanos contra o então candidato Cido Sério no episódio em que foi flagrado um ônibus num comício, em que o PT teria contratado este ônibus para transportar próceres petistas. O recurso de Dilador foi derrubado, inclusive a multa pertinente aplicada pelo juiz Sumariva Jr. sendo perdoada. Foi sem dúvida mais uma indigesta derrota para Dilador Borges. Isso certamente “azedou” o café. A insistência do grupo de Dilador em processar Cido Sério e o PT, beirou as raias do absurdo. Foi de uma certa forma um exagero numa demonstração inequívoca de se tentar derrubar o prefeito num enorme “tapetão”. Mesmo depois de uma derrota acachapante, Dilador Borges não teve a humildade de reconhecer a derrota e ligar para o prefeito, desejando a este, sucesso na nova administração que se inaugura no dia 1º. de janeiro. Este gesto faz parte da moderna democracia e é imperativo daqueles políticos capazes de absorverem e entenderem os recados enviados pelas urnas.
E Cido Sério tem toda razão em não querer tomar um cafézinho com Dilador Borges. O quadro presente não demonstra que ambos sejam meramente adversários políticos mas sim, verdadeiros inimigos. Cido Sério Certamente deve remoer ainda mágoas com Dilador Borges que indiretamente usou de meios pouco éticos para atacá-lo. No triste e deplorável episódio em que foto-montagem atacando a honra pessoal do prefeito, sua esposa e terceiros, espalhado nas ondas da internet, em momento algum Dilador veio à público desautorizar tal perfídia, mesmo tendo pleno conhecimento do autor da agressão moral. Era um imperativo moral e legal que o candidato tucano repreendesse o autor, mas, isso já era decorrente das péssimas alianças políticas encetadas pelo PSDB e que não lograram êxito pois o povo rejeitou estes métodos sujos e manifestou esta rejeição no voto. Malgrado tais esforços de se atingir a honra pessoal do prefeito, o grupo político de Dilador moveu inúmeros processos contra o candidato petista e agora, como a justiça caminha lentamente, tais processos de uma forma ou outra criam obstáculos a apagar episódios lamentáveis do período eleitoral. É bem verdade que Dilador Borges igualmente sofreu intenso bombardeio com agressões imorais, baixas, pondo também sua conduta pessoal em cheque, sua honra e sua dignidade. As agressões assacadas contra Dilador pelo ex-prefeito Cinti, deram uma mostra daquilo que se deve evitar numa campanha eleitoral.
Os políticos são meros agentes públicos e devem comportar-se de forma republicana, respeitosa e acima de tudo se respeitarem entre si. Foi-se o tempo dos comícios onde os ataques às esposas, às famílias dos candidatos eram a tônica.  Numa cidade com a grandeza de Araçatuba, estes episódios são lamentáveis. Aqui não é Bilac, onde os eternos folhetos apócrifos jogados nas madrugadas, ofenderam a honra de um sem-número de cidadãos, sequer muitos nem eram candidatos.  A cidade, o povo quer o progresso, o desenvolvimento e não está adstrita a este ou aquele candidato ou partido. É imperioso que todos se unam em prol da cidade. Passado o período eleitoral, acabou-se as diferenças, as divergências. Quem ganhou tem o dever, a responsabilidade de assumir o poder e gerir a “res pública”. Quem perdeu, analisar onde errou, aplaudir a apoiar os vitoriosos, reconhecendo a manifestação popular, que afinal, tem a  última palavra – o voto. Dilador exagerou nos processos judiciais, criou um caminho tortuoso e agora fica difícil retornar. A cidade é que perde com tais situações como acontece em Birigui, onde o prefeito Borini não engole o deputado Roquinho Barbieri e este faz tudo para prejudicar o alcaide que, por via de consequência, atrapalha a cidade. É preciso que os candidatos possam medir, pesar bem as palavras, as agressões, as acusações durante a campanha eleitoral. Neste país, o adversário de hoje, pode ser o parceiro de amanhã. Lula que o diga!

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