Cido Sério não deve receber
Dilador Borges para um cafézinho !
O prefeito de Araçatuba, Cido
Sério (PT), reeleito com mais de 50 mil votos, de forma alguma deverá receber o
eventual deputado tucano, Dilador Borges, para um cafézinho, como chegou a ser sugerido
na semana passada pelo próprio Dilador a
quem Cido Sério derrotou em duas eleições municipais. O clima entre os dois políticos araçatubenses
é dos piores e isso ficou evidente no evento ocorrido esta semana, quando o
mundo empresarial da cidade se reuniu para conhecer em detalhes as instalações
e como será o novo shopping center a ser erguido próximo ao Supermercado
Rondon. Ambos, Cido e Dilador sequer se cumprimentaram e o tempo todo
procuraram ficar absolutamente de costas um para o outro, evitando-se ao
máximo. No domingo anterior, Dilador Borges havia concedido entrevista e
afirmou que tão logo assuma sua cadeira na Assembléia Legislativa, iria tomar a
iniciativa de, através possivelmente da vereadora do PSDB, Tieza, em ser
recebido no gabinete do prefeito, para, pelo menos “tomar um cafézinho”. Mas, a idéia não parece agradar em nada o
atual chefe do Executivo araçatubense e, certamente, a vereadora Tieza poderá
até passar pelo constrangimento de ver negada sua pretensão, podendo até tomar ao
invés de café, um demorado “chá de cadeira”, na ante-sala do gabinete do
prefeito.
A iniciativa de Dilador Borges,
no domingo ( 2 de dezembro, aniversário de Araçatuba), à priori, poderia soar
como um aceno de paz e harmonia no conturbado mundo político pós-eleição. Para
observadores da cena política, parecia uma demonstração de quem deseja
pacificar os ânimos e baixar as armas. Este fato foi aplaudido por setores
ligados aos tucanos. Contudo, já na terça feira, o próprio Dilador Borges,
esteve pessoalmente em São Paulo, no Tribunal Regional Eleitoral, acompanhando
a sessão em que os desembargadores votavam o recurso do PSDB tentando cassar a
candidatura de Cido e Hernandez em relação ao processo movido pelos tucanos
contra o então candidato Cido Sério no episódio em que foi flagrado um ônibus
num comício, em que o PT teria contratado este ônibus para transportar próceres
petistas. O recurso de Dilador foi derrubado, inclusive a multa pertinente
aplicada pelo juiz Sumariva Jr. sendo perdoada. Foi sem dúvida mais uma
indigesta derrota para Dilador Borges. Isso certamente “azedou” o café. A
insistência do grupo de Dilador em processar Cido Sério e o PT, beirou as raias
do absurdo. Foi de uma certa forma um exagero numa demonstração inequívoca de
se tentar derrubar o prefeito num enorme “tapetão”. Mesmo depois de uma derrota
acachapante, Dilador Borges não teve a humildade de reconhecer a derrota e
ligar para o prefeito, desejando a este, sucesso na nova administração que se
inaugura no dia 1º. de janeiro. Este gesto faz parte da moderna democracia e é
imperativo daqueles políticos capazes de absorverem e entenderem os recados
enviados pelas urnas.
E Cido Sério tem toda razão em
não querer tomar um cafézinho com Dilador Borges. O quadro presente não
demonstra que ambos sejam meramente adversários políticos mas sim, verdadeiros
inimigos. Cido Sério Certamente deve remoer ainda mágoas com Dilador Borges que
indiretamente usou de meios pouco éticos para atacá-lo. No triste e deplorável
episódio em que foto-montagem atacando a honra pessoal do prefeito, sua esposa
e terceiros, espalhado nas ondas da internet, em momento algum Dilador veio à
público desautorizar tal perfídia, mesmo tendo pleno conhecimento do autor da
agressão moral. Era um imperativo moral e legal que o candidato tucano
repreendesse o autor, mas, isso já era decorrente das péssimas alianças
políticas encetadas pelo PSDB e que não lograram êxito pois o povo rejeitou
estes métodos sujos e manifestou esta rejeição no voto. Malgrado tais esforços
de se atingir a honra pessoal do prefeito, o grupo político de Dilador moveu
inúmeros processos contra o candidato petista e agora, como a justiça caminha
lentamente, tais processos de uma forma ou outra criam obstáculos a apagar
episódios lamentáveis do período eleitoral. É bem verdade que Dilador Borges
igualmente sofreu intenso bombardeio com agressões imorais, baixas, pondo
também sua conduta pessoal em cheque, sua honra e sua dignidade. As agressões
assacadas contra Dilador pelo ex-prefeito Cinti, deram uma mostra daquilo que
se deve evitar numa campanha eleitoral.
Os políticos são meros agentes
públicos e devem comportar-se de forma republicana, respeitosa e acima de tudo se
respeitarem entre si. Foi-se o tempo dos comícios onde os ataques às esposas,
às famílias dos candidatos eram a tônica. Numa cidade com a grandeza de Araçatuba, estes
episódios são lamentáveis. Aqui não é Bilac, onde os eternos folhetos apócrifos
jogados nas madrugadas, ofenderam a honra de um sem-número de cidadãos, sequer
muitos nem eram candidatos. A cidade, o
povo quer o progresso, o desenvolvimento e não está adstrita a este ou aquele
candidato ou partido. É imperioso que todos se unam em prol da cidade. Passado
o período eleitoral, acabou-se as diferenças, as divergências. Quem ganhou tem
o dever, a responsabilidade de assumir o poder e gerir a “res pública”. Quem
perdeu, analisar onde errou, aplaudir a apoiar os vitoriosos, reconhecendo a
manifestação popular, que afinal, tem a
última palavra – o voto. Dilador exagerou nos processos judiciais, criou
um caminho tortuoso e agora fica difícil retornar. A cidade é que perde com
tais situações como acontece em Birigui, onde o prefeito Borini não engole o
deputado Roquinho Barbieri e este faz tudo para prejudicar o alcaide que, por
via de consequência, atrapalha a cidade. É preciso que os candidatos possam
medir, pesar bem as palavras, as agressões, as acusações durante a campanha
eleitoral. Neste país, o adversário de hoje, pode ser o parceiro de amanhã.
Lula que o diga!
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