317 Candidatos a prefeito foram barrados pela
"Ficha Limpa"
Os TREs (Tribunais Regionais
Eleitorais) barraram até agora a candidatura a prefeito de 317 políticos com
base na Lei da Ficha Limpa, mostra levantamento do jornal Folha de São Paulo nos 26 Estados do país.
O número deve aumentar, já que
em 16 tribunais ainda há casos a serem julgados.
Entre esses fichas-sujas, 53
estão no Estado de SP.
Na divisão por partido, o PSDB
é o que possui a maior "bancada" de barrados, com 56 candidatos --o
equivalente a 3,5% dos tucanos que disputam uma prefeitura. O PMDB vem logo depois
(49). Há algum tempo atrás, o ex-ministro e ex-governador cearense, Ciro Gomes
afirmou que “o PMDB era um ajuntamento de bandidos cujo chefe era o então
presidente da Câmara Federal Michel Temer”, hoje, vice-presidente da República.
O PT aparece na oitava posição, com 18 --1% do total de seus postulantes a
prefeito.
Todos os candidatos barrados
pelos tribunais regionais podem recorrer ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
A presidente do tribunal, Cármen Lúcia, já disse que não será possível julgar
todos os casos antes das eleições, mas sim até o final do ano, antes da
diplomação dos eleitos.
Os nomes barrados pelos TREs
irão aparecer nas urnas eletrônicas, mas todos os seus votos serão considerados
sub judice até uma eventual decisão no TSE.
Exemplo: se o ficha-suja tiver
mais votos, mas seu recurso for rejeitado, assume o segundo colocado na
eleição.
Entre os barrados, destacam-se
o ex-presidente da Câmara dos Deputados Severino Cavalcanti (PP-PE) e a
ex-governadora Rosinha Garotinho (PR-RJ).
Severino tenta se reeleger
prefeito de João Alfredo (PE) e foi enquadrado na lei por ter renunciado ao
mandato de deputado federal, em 2005, sob a acusação de ter recebido propina de
um concessionário da Câmara.
Já Rosinha Garotinho, atual
prefeita de Campos (RJ), teve o registro negado sob a acusação de abuso de
poder econômico e uso indevido de meios de comunicação durante as eleições de
2008.
A maioria dos barrados foi
enquadrara no item da Lei da Ficha Limpa que torna inelegível aqueles que
tiveram contas públicas rejeitadas por tribunais de contas.
De iniciativa popular, a lei
foi sancionada em 2010, mas só passa a valer na eleição deste ano. A lei
ampliou o número de casos em que um candidato fica inelegível --cassados,
condenados criminalmente por colegiado ou que renunciaram ao cargo para evitar
a cassação.
"A lei anterior era
permissiva demais", disse Márlon Reis, juiz eleitoral e um dos autores da
minuta da Ficha Limpa. Para André de Carvalho Ramos, procurador regional
eleitoral de São Paulo, os próprios partidos vão evitar lançar fichas-sujas.
Em Araçatuba, basicamente não
tivemos casos graves de barrados pela lei da Ficha Limpa. Alguns candidatos
tiveram problemas com o registro de suas candidaturas principalmente por não
terem prestado contas de seus gastos – receita e despesa na última eleição.
Alguns conseguiram contornar este problema, outros recorreram.
No entanto, de forma
emblemática, a candidatura de Dilador Borges (PSDB), sofre questionamentos por
conta do fato de sua companheira de chapa, Clarice Andorfato (DEM), ter seu
nome ligado à um gigantesco escândalo financeiro em que seu marido, Domingos
Martin Andorfato, ex-prefeito, foi responsabilizado pela falência de três
consórcios pertencentes à família, que resultaram em enormes prejuízos para
milhares de pessoas que pagaram religiosamente seus compromissos e ficaram à
ver navios, nunca receberam seus bens. Isso arranhou a candidatura tucana e
muitos eleitores se afastaram do grupo de Dilador revoltados com tal escolha
(sobre um texto da FOLHA DE SÃO PAULO - 8/9/12).
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