domingo, 2 de setembro de 2012

DEBATE ELEITORAL:



Um desfilar de ataques pessoais e muita baixaria


(Foto: FOLHA DA REGIÃO)

Nos ensina o grande mestre Aurélio que “debate é troca de ideias em que se alegam razões prós ou contra, com vistas a uma conclusão...” . Em que pese todo o esforço da FOLHA DA REGIÃO em patrocinar o debate entre os prefeituráveis de Araçatuba, essa máxima não foi levada em conta. Se debater é discutir, trocar ideias alegando razões prós e contras com vistas a uma conclusão. Naturalmente, essa conclusão deveria, seria a explanação de propostas eleitorais com vistas a convencer o eleitorado na busca de se obter o voto. Mas, para quem assistiu ou ouviu o aguardado debate nesta semana, ficou apenas a imagem triste, deplorável de um desfilar de agressões pessoais, uma baixaria digna daqueles piores programas do mundo cão que a TV nos brinda. Sidney Cinti e Dilador Borges,  esqueceram as mais simples regras da boa convivência, das relações humanas, do bom trato e da elegância de homens públicos e protagonizaram cenas deploráveis e dispensáveis ao vociferarem diatribes , acusações levianas de caráter pessoal, familiar que com certeza nenhum só eleitor estava interessado em saber e que em nada influi no desenvolvimento e na administração da cidade.

Cinti que já foi prefeito, parece ter saído de algum sarcófago, sequer mora em Araçatuba. É uma figura política ultrapassada. Seu tempo se foi. Depois dele nasceu uma nova geração que não o conhece e provavelmente ele nem se elegeria vereador pois seu suposto eleitorado igualmente se perdeu no tempo. Seu partido é daquelas siglas nanicas, sem quadros que teve que colocar o próprio irmão como vice, numa prática nefasta de puro clientelismo e nepotismo condenável. O partido é tão insignificante que juntando todos, cabem num fusca e a convenção se realizou na casa do vice. Apresenta apenas dois candidatos a vereança que ninguém os conhece. Cinti veio apenas tumultuar, bagunçar o pleito eleitoral. Não tem nenhuma chance de eleger-se, é um fanfarrão usual e escolheu como alvo, Dilador Borges, que mesmo tendo conhecimento antecipado dessa situação, escorregou nas palavras, baixou o nível do debate e perdeu-se nas acusações e críticas. O confronto esperado com o prefeito Cido Sério não aconteceu. Não foi Cinti que trouxe ao centro do debate a acusação que ronda de boca em boca de que Dilador agride sua esposa. Foi o próprio Dilador Borges que de forma ingênua, inequívoca levantou esta questão. Pior – acusou de forma subjetiva Cinti de “ter trocado de esposa”. Era tudo que Cinti queria para incendiar o ambiente e partir para a baixaria explícita com alegações pontuais sobre Dilador ser maçon, e que nunca deu um cheque sem fundo...etc.

Por outro lado, Dilador Borges, apesar de ser formado em Direito, não domina bem o tema pois não deveria fazer acusações sem provas, sem sustentação, tanto que vem perdendo espaço no horário de TV por conta disso. A assessoria de Dilador deveria melhor orientá-lo como por exemplo, acusar Cido Sério de ter sido cassado por causa dos kits escolares é um erro grosseiro. Tanto não foi cassado  que é candidato legitimamente registrado. Houve uma condenação do juiz singular, monocrático que está agora em vias da instância superior. Isso é pueril,  só podemos impingir à alguém a pecha de condenado, depois do “trânsito em julgado”, ou seja, nesta questão tudo pode acontecer, inclusive nada. Outro erro – Dilador afirmar que “em minha empresa eu procuro comprar o mais barato...”  O grande mestre em Direito Administrativo, Hely Lopes Meireles, ensinou que “Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer aquilo que a lei autoriza. A lei para o particular significa ‘pode fazer assim’; para o administrador público significa ‘deve fazer assim”. Nas compras feitas pela prefeitura, nem sempre deve prevalecer essa ideia de ”mais barato”. Há princípios que regem as licitações públicas que devem levar em conta além do menor preço, a melhor técnica, o maior lance, a menor tarifa, etc. Dilador Borges demonstra total desconhecimento ao fazer essa afirmativa de “comprar o mais barato”. Nem sempre o mais barato é o melhor que interessa à Administração Pública. Dilador parece estar seguindo a cartilha do prefeito biriguiense Wilson Borini que transformou a prefeitura em algo seu, como se a administração municipal fosse um prolongamento de sua empresa. Age de forma ditatorial, soberana e passa o trator sobre todos, não ouvindo ninguém, nem mesmo a Câmara Municipal.   Dilador Borges é de fato um empresário de sucesso, qualificado em sua área de atuação, mas será que é isto que interessa ao eleitor? A administração Pública deve pautar-se na legalidade, na impessoalidade e demais princípios estabelecidos no art. 37 da Constituição Federal. Ao assumir as rédeas da administração municipal o prefeito deve despir-se de seus interesses pessoais, deve ouvir os segmentos da sociedade, os vereadores, etc. Não nos parece que o discurso do candidato tucano aponte esta direção.

E Cido Sério  ? Blindado pela situação grotesca que se apresentou, o prefeito foi ofuscado pelos gritos de Cinti e Dilador. Atacado minimamente ainda teve direito de resposta assegurado pela organização do debate para explicar-se. Foi só. Aproveitou os poucos momentos de exposição, e tranquilamente falou de suas realizações e conquistas. Passou incólume do lamaçal em que Cinti e Dilador se chafurdavam. Se alguém saiu vitorioso desse embate sem dúvida foi Cido Sério. O candidato do PSOL, Boer, ilustre desconhecido, apenas usou seu tempo para delirar, apresentar propostas fantasiosas e incabíveis demonstrando claramente sua falta de conhecimento da gestão pública. Desmerece maiores comentários.  O debate serviu apenas para trazer à luz, a certeza do despreparo de homens, de cidadãos que anseiam conduzir os destinos de uma grande cidade, com quase 200 mil habitantes. Despreparo este marcado pela frustração pessoal, pela ambição desmedida, falta de humildade e imenso descontrole emocional diante de situações extremas que se exigem dos homens públicos, serenidade, controle emocional e acima de tudo, vocação para gerir a “res pública” de forma equilibrada, coerente e responsável. Isso com certeza o debate não mostrou.  
  

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