sábado, 11 de agosto de 2018

DEBATE: Quem ganhou? Quem perdeu?

Debate na Band: Uma análise sem torcida!

                                                                                                                               Texto de José Melatti*


Desde o final do debate o que se vê nas mídias e nas redes é a sucessão de análises claramente tendenciosas e enviesadas sobre seus reflexos gerais e sobre a participação de Bolsonaro nele.
O mercado fez apostas pesadas em determinadas chapas e coligações e admitir que estas naufragaram logo no primeiro confronto parece bastante constrangedor, assim as narrativas se sucedem desconectadas com os fatos.
Conheço pessoas que entraram Álvaro e saíram Bolsonaro ou Alckmin, certo é que: nos dois casos tratava-se de um voto tático, daqueles moderados que se auto definem como os sensatos e Politicamente Corretos
Estavam sim na mesma canoa, mas divididos entre os que abrem mão do rótulo, Politicamente Correto, por não admitirem a corrupção e os que abriam mão da corrupção, por não admitirem abrir mão do rótulo modinha.
Se Álvaro sai drenado do debate, Ciro sai ferido de morte, sua candidatura morreu na mistura de populismo e análises do cenário econômico e do mundo do trabalho que estão sendo desmontadas na imprensa especializada.
Tirar 63 milhões de pessoas do SPC, custaria mais de R$80 bilhões, alguns cálculos atingindo o dobro desta cifra, seus chutes econômicos e macroeconômicos também estão sendo devidamente exorcizados.
Se Álvaro foi drenado, Ciro foi lipoaspirado e o debate terá sérios reflexos nos seus índices, Marina a silenciosa, saiu sem ganhar e sem perder nada, é um alvo em movimento, que vai sendo visada pela luneta de muitos indecisos.
Sua fala cordata, sugere uma eterna indefinição e afasta todos os que querem resolutividade e urgência, suas certezas genéricas e evanescentes não a condenam em nada, nem a absolvem de si mesma.
Marina é a mais perigosa para Geraldo, concorre no quesito boa menina x bom moço e ainda pode surpreender num Sprint final que tire o Picolé de Chuchu de sua posição claramente circunstancial e artificial.
Vamos ao Geraldo, este pra mim é o grande perdedor, sua aura de gestor preparado sai seriamente arranhada, saiu-se muito mal nas perguntas técnicas, não conseguiu contraditar Ciro em sua colocação contrária à Reforma Trabalhista.
Numa pergunta que já embutia a resposta, seu raciocínio lento não divisou que o conterrâneo o ajudava, informando-o que na Alemanha e na China o salário hora era mais alto que o dos trabalhadores brasileiros.
Em ambos os casos, salário hora se traduz naquilo que o trabalhador recebe ao final do mês e aqui no Brasil este valor fica comprometido pois são os tais "direitos", impostos e benefícios que reduzem este mesmo salário hora.
O ex-governador, que se meteu a dar aulas aos sindicalistas do centrão, não sabe sequer esta lição básica do mundo do trabalho, manteve sua fleugma, mas causou arrepios em seus apoiadores e financiadores
Alckmin sai do debate num figurino chuchu de vento, perdeu sua principal substancia, sua tática se iguala à de Marina e convenhamos, é muito pouco para quem se quer herdeiro do maior ajuntamento de corruptos do ocidente.
Boulos, Meirelles e Daciolo foram gratas certezas e dos três Daciolo sai em vantagem, subiu para 0% das intenções de voto, eliminou o passivo que trazia e não terá de abrir crediário para pagar os votos que ficaria devendo.
Meirelles deveria ser instruído a não perguntar, nem responder nada, deveria se limitar a dizer, Meu Nome é Meirelles, sem defender o Governo Temer, o ex ministro não tem nada a dizer, sua proposta é ele mesmo e ninguém lhe pergunta: Quem afinal você acha que é Meirelles?
Boulos deveria abrir logo o jogo olhar pra câmera, apontar o dedo pro eleitor e dizer na lata, você não vota em mim e eu invado sua casa, sua fazenda e suas empresas, ou você vota em mim e eu exproprio tudo isto, seria mais honesto.
Por fim Bolsonaro, mas vou me abster de fazer qualquer consideração, creio que a análise feita pelo Estadão inicia o desmonte das narrativas que estamos vendo até aqui, o capitão não falou pra mim, eu nem quero mais isto, que vá atrás dos votos que lhe faltam para quitar a fatura. (José Melatti é administrador de empresas e consultor empresarial). 

Nenhum comentário:

Postar um comentário