Geraldo Alckmin está se "achando"
Alckmin, do PSDB pensa que engana o povo com seu partido hoje enlameado pela corrupção da mesma forma que o PT e o PMDB.
Com míseros 5% segundo as últimas
pesquisas eleitorais, o governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin, “esbanja”
otimismo, torcendo desde já pela condenação de Lula e sua consequente exclusão
do pleito, e afirmando que Bolsonaro irá “desidratar”
durante a campanha, o governador dá como certa sua eleição para presidente da
República, se “achando” o único nome capaz de unificar o centro e a esquerda. A
última vez que Alckmin enfrentou Lula, foi em 2006 quando sofreu esmagadora
derrota, perdendo de 58 milhões para 37 milhões de votos. Alckmin perdeu em 16
estados, ganhando apenas em 10 e no DF. Mas, se analisarmos os dados e as
informações colhidas ao longo dos anos, veremos que as coisas não são bem
assim. Alckmin é detestado pela maioria dos servidores públicos estaduais,
especialmente professores e policiais militares e civis, classes estas
massacradas por todos os governadores tucanos desde 1994, quando Mário Covas se
elegeu. De lá para cá são 24 anos ininterruptos de administrações tucanas, que
tratam os servidores públicos com descaso. A última vez que Alckmin concedeu um
aumento aos militares foi em 2014 e aos professores, a migalha de 5% em 2016. O
governo de Alckmin e seus antecessores tucanos foram marcados direta ou
indiretamente por inúmeros escândalos e envolvimentos em denúncias de corrupção
e desvios de dinheiro público. Inexplicavelmente, os processos contra os tucano
não andam na mesma celeridade dos petistas.
Geraldo Alckmin
é citado ou tem seu nome envolvido ou de assessores diretos em vários
escândalos e falcatruas. Elencamos abaixo as várias situações do envolvimento do
PSDB e do próprio governador Alckmin. Veja:
Desde o propinoduto e o caso Alstom até a 'máfia da merenda',
reportagem lista 16 escândalos que os tucanos habilmente abafaram na imprensa e
na Câmara.
Mais um escândalo
envolvendo governos tucanos veio à tona. Desta vez, a acusação é o
superfaturamento em contratos para o fornecimento de merenda escolar à
Secretaria de Educação e mais 22 prefeituras do estado de São Paulo. Em
delação, na “Operação Alba Branca”, dirigentes da Cooperativa Orgânica Agrícola
Familiar (COAF) citaram o deputado Fernando Capez (PSDB-SP), presidente da
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), e o ex-chefe de gabinete
da Casa Civil do Governo Alckmin, Luiz Roberto dos Santos, o Moita, como
participantes do esquema. Ambos negam.
Segundo denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), o
superfaturamento chegava a 25% no valor de cada contrato firmado entre a
cooperativa e o setor público. O dinheiro era escoado do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE). O MPE aponta, ainda, o pagamento de propina
pela Coaf para burlar a disputa com outras cooperativas no fornecimento da
merenda. A fragilidade na fiscalização do Governo Alckmin já havia sido
denunciada pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Em artigo publicado no
Diário do Centro do Mundo e republicado aqui, na Carta Maior,
Mauro Donato detalha o esquema.
Denúncias relativas à
“Máfia da Merenda” não são de hoje. Em 2000, as empresas de Sérgio de Nadai, De
Nadai Alimentação e Convida Alimentação, foram tema de investigação por
contratos sem licitação durante o Governo Covas. Em 2009, a Convida Alimentação
estava na lista das empresas do cartel para o fornecimento de alimentos. Aliás,
a denúncia citava até mesmo a participação do cunhado de Alckmin, Paulo César
Ribeiro, no direcionamento de contratos de uma das empresas envolvidas no
cartel, a Verdurama.
Em 2012,
o MPE denunciou o cartel da merenda à Justiça, apontando fraudes em licitação
em 57 municípios paulistas, entre 2001 e 2011. Apesar de todas as denúncias,
como destaca a reportagem da
Carta Capital, de 14.01.2016, nos últimos anos (2001 a 2015) foram
fechados vários contratos entre a empresa de Sérgio de Nadai e as secretarias
do Governo Alckmin - Educação, Planejamento e Saúde – totalizando R$ 75 milhões
em vendas.
Com apoio da mídia e
folgada maioria entre os parlamentares na Alesp, os tucanos têm trânsito livre
para comandar e derrubar investigações e CPIs na Casa legislativa. Uma
verdadeira “operação abafa” como comprova o destino dos principais escândalos
envolvendo os governos de Mário Covas (1995 a 2001), Geraldo Alckmin (2001-2006
/ 2011 até hoje) e José Serra (2007 a 2011). Confiram alguns:
1 - Crise no abastecimento de água. Ocultamento de
informações e da real situação da crise de abastecimento de água em São Paulo,
durante a disputa eleitoral de 2014. Os gastos com publicidade saltaram,
enquanto se mantinha o discurso da ausência de racionamento, à revelia do que
atestava a população nas periferias. Ficou patente a má gestão e a omissão dos
governos Alckmin e Serra diante dos alertas sobre riscos no Sistema Cantareira,
como, por exemplo, o alerta da Fundação de Apoio à USP, em 2009 (FSP, 13.03.2014).
Em meio à crise, também foi denunciado, pelo MPE, o favorecimento de 13
empresas de engenharia em contratos realizados pela Sabesp, entre 2008 a 2013,
no escopo do programa de redução de perdas de água no estado (OESP,
21.05.2014).
Com ativos privatizados na Bovespa e na Bolsa de Nova York, em
março de 2015, Alckmin anunciou o pagamento de uma dívida de R$ 1 bilhão para
cobrir os rombos financeiros da "estatal". A crise escancarou a quem
realmente serve a “estatal” tucana. Criada na Câmara Municipal de São Paulo, a
CPI da Sabesp defendeu a necessidade de criação de uma autoridade fiscalizadora
municipal para monitorar a política de saneamento básico. Autoridades tucanas
permanecem intocáveis. Alckmin, inclusive, foi agraciado com o “Prêmio Lucio
Costa de Mobilidade, Saneamento e Habitação”. O documentário “O escândalo da Sabesp” produzido pelo Diário
do Centro do Mundo detalha as irregularidades na “estatal” tucana.
2 - Socorro à Folha, Estadão e Veja. Gastos de mais de R$
3,8 milhões na compra de 15.600 assinaturas da Folha, Estadão e Veja,
utilizando-se verbas do orçamento da Secretaria de Educação. As assinaturas
foram destinadas às escolas da rede estadual de ensino em um projeto chamado
“sala de leitura”, como mostra a reportagem
publicada por Altamiro Borges do Centro de Mídia Barão de
Itararé.
3 - Propinoduto tucano. O esquema envolvendo
multinacionais da área de transporte sobre trilhos em sucessivos governos
tucanos – desde 1998 - veio à tona em meados de 2012. Documentos encaminhados
pela Justiça Suíça ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) apontavam
fraudes em licitações de trens e metrôs, pagamento de propina, superfaturamento
de obras e subcontratação de empresas derrotadas em concorrências. O escândalo
só foi descoberto porque a Siemens estava sendo investigada pela Justiça suíça. Reportagem da
Isto É (16.08.2013) apontava que na delação da multinacional,
foram citados nomes de várias autoridades tucanas, como os secretários de
Transporte Metropolitano, José Luiz Portella (Governo Serra) e Jurandir
Fernandes (Governo Alckmin). Entre 2008 e 2013, segundo reportagem da
Rede Brasil Atual, mais de 15 representações haviam sido
encaminhadas aos ministérios públicos Estadual e Federal pela oposição
paulista. Entre os indiciados até agora estão os executivos das empresas
envolvidas.
4- Pedágios abusivos e
concessões de Rodovias. Irregularidades e distorções nos contratos de concessão
das rodovias de São Paulo, gerando preços exorbitantes na cobrança dos pedágios
– o estado cobre a mais alta taxa no país. Em maio de 2014, durante a CPI dos
Pedágios na Alesp, além dos preços elevados, a oposição colocou em suspeita
contrações de consultorias pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo
(Artesp), que representavam 2/3 da receita da agência. Também foi questionada a
prorrogação de contratos firmados em 1998 - assinada em aditivos no final de
2006 - permitindo às concessionárias o direito de estenderem concessões, com
base em novos tributos que passaram a incidir após a assinatura dos contratos.
Presidida pelo tucano Bruno Covas (PSDB-SP) - e com maioria da base aliada - a
CPI foi esvaziada e concluiu não haver nenhuma irregularidade nos contratos.
5 - Nova Marginal Tietê. Em 2012, no escopo das
investigações sobre o bicheiro Carlinhos Cachoeira, o ex-diretor da Dersa,
Paulo Vieira de Souza, mais conhecido como Paulo Preto, tornou-se suspeito por
contratos firmados entre a Dersa e a Delta Construções. Quando da denúncia,
Alckmin afirmou sobre os contratos à Folha:
“Nem sei se tem, se tem são ínfimos”. Porém, levantamento do blogTransparência
SP apontava que, de 2002 a 2011, a Delta Construções havia
fechado pelo menos 27 contratos com empresas e órgãos públicos do governo do
Estado de São Paulo.
Entre os contratos suspeitos: a ampliação da Nova Marginal
Tietê. Com valor previsto em R$ 1 bilhão, em 2008; a obra superou o valor de
1,75 bilhão, sem estar concluída. A Delta venceu a concorrência do segundo lote
da Nova Marginal Tietê, recebendo aditivos de R$ 71 milhões que despertaram
denúncias no MPE. Entre os suspeitos, estava seu ex-diretor-executivo Fernando
Cavendish, suspeito de ter fraudado a
concorrência. Parlamentares da oposição ao governo paulista também protocolaram um
requerimento no Ministério Público para investigar o aumento
dos valores na obra da empreiteira, denunciando outros consórcios entre órgãos
públicos do estado e a Delta: um total de R$ 800 milhões – R$ 664 milhões
celebrados na gestão Serra e R$ 140 milhões na gestão Alckmin.
6 - Rodoanel 1. Em 2010, durante as investigações da
Construtora Camargo Corrêa, no escopo da Operação Castelo de Areia, a PF
encontrou um pen drive e documentos que indicavam o pagamento de propina pela
empreiteira a autoridades tucanas. Reportagem da revista Época (14.05.2010)
apontava que entre os nomes citados pela PF estavam Arnaldo Madeira, ex-chefe
da Casa Civil (Governo Alckmin), responsável pela checagem das obras do
Rodoanel e do Metrô; Luiz Carlos Frayze David, presidente do Metrô entre 2003 e
2007; e o ex-diretor da Dersa, Paulo Preto. Coordenador do programa de governo
de Aécio Neves na última eleição, Madeira negou ter recebido dinheiro ou
doações de campanha da empreiteira. Luiz Carlos saiu do governo 40 dias após o
acidente nas obras da Estação Pinheiros. Já o ex-diretor da Dersa, Paulo Preto
– acusado naquele ano de ter desaparecido com cerca de R$ 4 milhões da campanha
de Serra - foi demitido oito dias após a inauguração do trecho sul do Rodoanel.
No dia 5 de abril de 2011 a operação Castelo de Areia foi anulada pela 6ª Turma
do Superior Tribunal de Justiça.
7 - Rodoanel 2. Em novembro de
2009, três vigas de um viaduto em obras no trecho sul do Rodoanel
caíram sobre a Rodovia Régis Bittencourt, na cidade de Embu. Técnicos do TCU
haviam soltado um laudo, em abril
daquele ano, denunciando superfaturamento na construção do
trecho sul do Rodoanel, incluindo compras com valores, em média 30% acima do
orçamento. O laudo apontava, também, alteração de métodos construtivos pelas
empresas para reduzir custos: por exemplo, a diminuição do número de vigas
utilizadas. A oposição tentou emplacar uma investigação, denunciando a “pressa”
do então governador José Serra em inaugurar o Rodoanel em março de 2010, ano
eleitoral. Dois anos
depois, o TCU aceitou as explicações dadas pelo Governo do Estado e
pela Dersa, comandada à época, por Paulo Preto.
8 - Caso Alstom. Em 2008, documentos da Justiça suíça, enviados
ao Ministério da Justiça do Brasil, evidenciavam o pagamento sistemático de
propinas pela empresa francesa a autoridades dos governos tucanos. Entre 1998 a
2001, o dinheiro foi repassado por empresas offshore (paraísos fiscais), em
troca da assinatura de contratos no setor energético paulista. Um dos
engenheiros da Siemens apontava o sociólogo Claudio Mendes,
assessor de Covas e secretário-adjunto de Robson Marinho (Casa Civil), como
intermediário nas negociações. À frente da Secretaria de Energia, na época dos
contratos, estiveram David Zylbersztajn, genro do ex-presidente FHC; o deputado
Andrea Matarazzo; e Mauro Arce, ex-secretário estadual dos Transportes. José
Serra se esmerou para bloquear a CPI,impedindo que
as ligações entre Alstom e Governo fossem investigadas ou mesmo discutidas.
A multinacional francesa fechou um acordo na Justiça,
aceitando pagar R$ 60 milhões para se livrar do processo. Robson Marinho, um
dos fundadores do PSDB e chefe da Casa Civil de Covas, permanece como o réu na
ação do Ministério Público, como destaca a Folha de S.
Paulo (22.12.2015).
9 - CPI da Eletropaulo. Privatizada em 1998, a Eletropaulo
foi vendida para o consórcio Lightgás, liderado pela AES Corporation, por R$ 2
bilhões - parte do valor financiado pelo BNDES. À frente da negociação, estava
o governador Geraldo Alckmin, na época presidente do Programa Estadual de Desestatização
(PED) do Governo Covas. Após a demissão de metade dos funcionários da estatal e
das suspeitas sobre o baixo valor da venda, parlamentares da oposição tentaram
instalar uma CPI. Apenas em 2008, após o escândalo Alstom vir à tona, ela pode
ser instalada. Além do baixo preço da venda, os deputados denunciavam (veja aqui)
ilegalidades formais e improbidade administrativa praticada pelo BNDES na
concessão do empréstimo. Os parlamentares também pediam que se incluísse a
Alstom no bojo das investigações. A CPI foi encerrada naquele, sem mencionar a
multinacional francesa em seu relatório. Em 2013, nova tentativa de
investigação foi enterrada pelos deputados da situação na Alesp.
10 - Cartões de Pagamento. Em 2008, no auge das denúncias
sobre cartões corporativos do Governo Federal, a Folha de S. Paulo trouxe uma
matéria apontando que o Governo Serra havia gastado R$ 108,3
milhões em cartões de pagamento de despesas. A denúncia motivou o
primeiro pedido de CPI da bancada petista naquele ano, enterrada pela situação
na Alesp. Três anos depois, outra reportagem do
jornal, afirmava que em dez anos, o Governo paulista gastara R$ 609 milhões em
cartões de pagamento. “O valor é 70% maior que o registrado pelo governo
federal no período”, afirmava o texto.
11 - Cratera do Metro. Em novembro de 2004, começaram as
obras da Linha 4 – Amarela do Metrô, com previsão de inauguração em 2008. Em
janeiro de 2007, porém, ocorreu um desmoronamento vitimando sete pessoas e abalando
a estrutura de vários imóveis na região. Dados do Sindicato dos Metroviários, à
época, apontavam a existência de 11 acidentes desde o início das obras na Linha
4, um deles com vítima fatal. Em junho de 2008, laudo do Instituto de Pesquisa
Tecnológicas (IPT)denunciava a
execução inadequada do projeto, culpando o Consórcio Via Amarela
pelo acidente. Em agosto de 2008, o laudo final do Instituto de Criminalística
(IC) apontava falhas na
fiscalização do Metrô. O processo foi lentamente arrastado pela
Justiça paulista. Reportagem da
Rede Brasil Atual, em 2014, denunciava a impunidade e o fato de
ninguém ter sido julgado pelas mortes.
12 - Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano
(CDHU). A Operação Pomar, deflagrada em 2007, apontava um esquema de
superfaturamento e fraudes em licitações para construção de casas em 23
municípios paulistas. A partir do exame do livro-caixa da empreiteira FT
Construções, entre os suspeitos estavam prefeitos,
vereadores, empresários, diretores da CDHU e o ex-secretário de Habitação de
Alckmin, Mauro Bragato, absolvido pelo Conselho de Ética da Alesp.
Em novembro de 2007, o Legislativo paulista chegou,
inclusive, a mudar pareceres do TCE que indicava irregularidades em quatro
obras das gestões Alckmin e Covas. O novo parecer do
TCE foi elaborado por Bruno Covas (PSDB), neto do ex-governador
que afirmara ser obrigação do Legislativo analisar os casos julgador
irregulares pelo TCE, referendando ou reformando a decisão. Houve uma CPI da
CDHU, mas sob a presidência do deputado José Augusto (PSDB) e sem dar o prazo
necessário às investigações, como demandavam os parlamentares da oposição, ela foi encerrada em
2009.
13 - CPI das obras do Tietê. Em 2005, o rebaixamento da
calha do Tietê foi tema de várias reportagens questionando os gastos acima de
R$ 1 bilhão, a partir de aditivos e acréscimos aos valores iniciais do
empreendimento. O acerto prévio pelo financiamento do JBIC (banco japonês),
garantia que não seriam toleradas elevações de preços superiores ao limite
legal de 25%. O Governo Alckmin, porém, fez alterações no contrato da obra,
contratou consultorias, aumentando os valores iniciais em 148%, como denunciava
reportagem da
FSP. A oposição tentou instaurar uma CPI, mas jamais
conseguiram.
Além das suspeitas de irregularidades, como detalha
Henrique Costa, no artigo As tragédias
anunciadas do Rio Tietê, neste site (15.05.2011), após a entrega da
obra de ampliação da calha do Tietê, técnicos alertaram que a eficiência da
obra (que custou quase R$ 2 bilhões) dependia, fundamentalmente, da limpeza da
calha do rio. O sucessor de Alckmin no Estado, José Serra não deu atenção ao alerta:
retirou do rio apenas 200 mil m3 de resíduos, quando a média anual necessária
deveria ficar entre 400 e 600 mil m2.
14 - Nossa Caixa. Esquema de favorecimento da Nossa Caixa –
banco estadual na época e terceiro maior banco público do país – para distribuição
de verbas públicas para deputados ligados à base aliada do Governo Alckmin. A
denúncia dizia respeito a irregularidades nas verbas publicitárias do banco,
que operou por um ano e meio com contratos vencidos (R$ 28 milhões no total)
com duas agências de publicidade: Colucci & Associados Propaganda Ltda. e
Full Jazz Comunicação e Propaganda Ltda. O gerente de marketing Jaime de Castro
Júnior foi afastado e uma sindicância interna encaminhada ao Tribunal de Contas
Estadual. Em posse dos documentos, a Folha de S. Paulo publicou uma reportagem
– Banco estatal
beneficiou aliados de Alckmin (23.03.2006) – afirmando que o
Palácio dos Bandeirantes “interferiu para beneficiar com anúncios e
patrocínios” deputados da base aliada na Assembleia Legislativa. Com a quebra
do sigilo da correspondência de Castro Júnior, foi revelado que os pedidos de
benefício haviam partido de Roger Ferreira, então assessor-chefe de comunicação
de Geraldo Alckmin, e também assessor da presidência da Nossa Caixa. Ele atuou
nas equipes de marketing das campanhas presidenciais de Fernando Henrique
Cardoso e José Serra. Geraldo Alckmin exonerou Roger Ferreira após as
denúncias. Duas tentativas de se convocar uma CPI sobre o assunto foram abafadas.
15 - Aeroporto Fantasma. Em 2005, o governo Alckmin
investiu pesado em obras no aeroporto Antônio Nogueira Junior, em Itanhaém, com
85 mil habitantes à época. Batizado de “aeroporto fantasma", o movimento
médio de passageiros naquele ano não ultrapassou 5 pessoas por dia. O total
gasto pelo governador na obra chegou a R$5,5 milhões, com direito a uma pista
capaz de receber até mesmo um Boeing 737, como denunciava a Folha de São
Paulo. Tentativa de investigações foram abafadas pelos tucanos.
16 - Compra de votos. Em julho de 2005, reportagem da
Folha de S. Paulo trazia à tona uma conversa telefônica entre
os deputados estaduais Romeu Tuma Jr. (PMDB-SP) e Paschoal Thomeu (PTB-SP), às
vésperas da eleição do novo presidente da Alesp. Entre os candidatos estava
Rodrigo Garcia (PFL), apoiado por Tuma Jr. e Edson Aparecido (PSDB), apoiado
por Alckmin. Na gravação, Thomeu afirmava que votaria em Edson Aparecido,
alegando que suas "seis firmas" estavam em situação muito difícil e
mencionava a venda de terras para a CDHU. Dizia ainda que o governador em
pessoa havia lhe prometido ajuda. Confrontado com a gravação, o deputado
afirmou que a conversa foi uma desculpa que inventou para
não magoar Tuma, como apontava a reportagem do jornal.
(sobre
um texto de Tatiana Carlotti, do site www.jornalggn.com.br).
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