Evangélicos: Na eleição, o autêntico "abraço de afogados"
A tão decantada e
propalada população evangélica de Araçatuba, estimada em aproximadamente 40 mil
habitantes, parece ter fechado os ouvidos aos seus pastores, muitos dos quais,
oferecem apoio eleitoral aos eventuais candidatos em troca de favores e
benesses pessoais. Outros se atrevem a candidatar-se a cargos eletivos, na
ânsia de conseguirem obter prestígio, poder e usar a tribuna do legislativo
como púlpito e para proselitismo público de suas idéias religiosas. Alguns
nomes alardeiam existir uma frente evangélica capaz de eleger nomes para a
vereança. O nome do bispo Edigilson foi exaustivamente oferecido e propalado
para ser o vice prefeito na chapa com Cido Sério em 2012 sendo preterido e
Carlos Hernandes foi mantido por Cido Sério. Isso até provocou um
desentendimento com o vereador Nava que inclusive afastou-se do grupo, da
bancada de apoio do prefeito na época. Talvez Cido Sério tivesse razão, pois o
bispo Edigilson não parece ter essa força, esse apoio político. Candidato agora
a vereador obteve insignificantes 1683 votos que não lhe garantiu a eleição. A
tal frente evangélica, antes paparicava o prefeito Cido Sério que todos os anos
participava da encenação da entrega da chave da cidade para Cristo, este ano,
bandeou-se de mala e cuia para o lado do adversário Dilador Borges criando ma
crise de identidade que culminou com o afastamento do então presidente do PSC,
Josué Galdino.
Por conta desse apoio
político dos evangélicos, Josué Galdino ganhou cargo comissionado na
administração de Cido Sério, assim como outros conhecidos nomes desse segmento
evangélico que, usam a força, a influência sobre os fiéis para obterem essas
benesses, esses favores pessoais. Contudo, este ano, os números mostraram que
deus não está nada satisfeito com as atitudes de muitos de seus pastores na condução
do rebanho. Pelo menos 15 nomes ligados às igrejas ou movimentos evangélicos
disputaram a vereança e naufragaram juntos num autêntico “abraço de afogados”.
Tangidos por inveja, ciúme entre eles, a invés de unirem forças em torno de um
ou poucos nomes, lançaram-se na peleja eleitoral, sucumbindo todos, numa imensa
e fragorosa derrota. O tais votos evangélicos, somaram-se entre 15 candidatos,
em torno de 8.672 sufrágios. Para um universo de 40 mil votos, foi
decepcionante o resultado das eleições de 2016 para os evangélicos.
Nunca é demais lembrar
que vivemos num Estado laico. O artigo 19 da Constituição Federal estabelece
claramente os limites impostos entre a atividade pública e política da ação
religiosa. A mesma Carta estabelece a liberdade de crença religiosa e não nos
impõe uma religião oficial como já ocorrera em cartas constitucionais
anteriores. Entretanto, alguns políticos mal intencionados, com objetivos
escusos e inconfessáveis, por todo o Brasil tentam impor, empurrar goela abaixo
do povo em geral, uma mistura entre a política e a religião. Não deveria nem
sequer constar da Constituição, aquele dispensável preâmbulo que diz “... sob a
proteção de Deus...” que fere a laicidade do Estado. Como também deveriam
abolir, erradicar de repartições públicas, as imagens santas e os crucifixos.
Aqui em Araçatuba os vereadores ainda tiveram a coragem, o desplante de se ler
um trecho da bíblia ao inicio de cada sessão! Um absurdo inominável, execrável,
pois ali é uma casa de leis e não de orações!
Enfim, o resultado
eleitoral mostra certo amadurecimento desse segmento evangélico, em não serem
os fiéis “vendidos”, oferecidos como moeda de troca de votos por benesses
políticas que eventualmente um prefeito ou executivo qualquer possa oferecer em
decorrência do resultado eleitoral vantajoso. As pessoas vão às igrejas em
busca de conforto espiritual, paz, meditação, oração e do serviço religioso
oferecido. Os cidadãos são livres para escolherem esta ou aquela confissão
religiosa não sendo ético nem admissível serem estas pessoas tangidas como
gado, levadas, orientadas a votarem neste ou naquele candidato, segundo a
vontade, o desejo do respectivo pastor ou líder religioso. Os fracos números
alcançados pelos candidatos tidos como evangélicos, demonstram que os seus seguidores
reprovam essas profanas ligações entre as tais igrejas e partidos ou candidatos
políticos. Mostram uma clara rejeição a tal frente evangélica composta em sua
maioria por vários partidos nanicos, criados única e exclusivamente com a
finalidade de se pavimentar uma execrável estrada entre a religião e a
política.
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