Vereadores: O nível dos candidatos continua sofrível!
A propaganda política
começou e, na maioria dos casos ao invés de esclarecer o eleitor, acaba confundindo
este e dificultando no momento de se escolher por este ou aquele candidato.
Está difícil. Talvez provocado pela inércia, desinteresse, descaso dos
eleitores em função da mesmice, da grave situação política do país, parece que
o nível intelectual, cultural dos 201 postulantes a vereança em Araçatuba, fica
à cada eleição pior. Com raras exceções, o eleitor terá uma imensa dificuldade
em encontrar um candidato que não esteja enquadrado verdadeiramente como um
analfabeto funcional, um ignorante das leis, um omisso daquilo que deveria ter
conhecimento em relação àquilo que se propõe fazer. Está difícil aguentar essa
verdadeira tortura em assistir os poucos segundos em que o candidato tem para
dizer algo. É um verdadeiro desastre, um assassinato do vernáculo, uma estupidez
latente, uma total ignorância daquilo a que se propõe. Muitos parecem que foram
lançados de um avião e não têm nenhuma noção do que está acontecendo. Começa
com os nomes, os malditos apelidos que muitos candidatos usam achando que isso o
ajudará na busca do votos. A legislação eleitoral deveria ser mais rigorosa
sobre os nomes a serem usados. A impressão é de ser uma lista de procurados
pela polícia.
A Constituição Federal
no seu artigo 29, elenca o papel dos Municípios e no seguinte, o 30, a função
clara, específica de um vereador. Isso deveria ser obrigação dos partidos
políticos em orientar seus filiados que manifestem o desejo de concorrerem nas
eleições. Lamentavelmente, os candidatos em geral procuram nutrir junto aos
eleitores a apelação corrente de atribuições popularmente conhecidas e que na
verdade não dizem respeito à função daquele que pretende ser um representante
do povo. Em Araçatuba, tem candidato afirmando em sua propaganda que “sua prioridade será a geração de empregos”.
Será que este futuro parlamentar vai
abrir uma grandiosa empresa que gerará uns 5 mil novos empregos?! Fico
imaginando de que forma este ignorante ao se eleger vereador vai conseguir
gerar empregos. Pelo menos, ele dará o primeiro passo –
vai gerar o seu próprio e de uns assessores comissionados. É um bom início! Tem
candidato apresentando um “programa de governo”. Desde quando vereador
governa?! Não está entre as atribuições de um edil, propor nada que implique em
despesas.
Outros se anunciam
como “salvadores do mundo”, com idéias tão bizarras quanto suas próprias
pretensões políticas. Tem candidato anunciando que caso eleito vai acabar
com a Zona Azul, fechar a empresa Arapark.
Outros anunciam que pretendem fechar a SAMAR
retornando à situação anterior, o antigo DAEA. E assim por aí vai. Esses
pseudos-políticos esquecem que gostando ou não gostando da SAMAR ou da Zona
Azul, não há nada que eles ou qualquer outra pessoa pode fazer. Ignoram a lei,
ignoram que tais empresas firmaram um longo contrato de quase um século e que
esse contrato deve ser respeitado. Não adianta espernear, iludir, enganar o
eleitor com promessas que depois não cumprirão. E o eleitor precisa ficar
atento às essas promessas fantasiosas, mentirosas e levianas. Sobre a SAMAR ou
a Zona Azul ninguém, nem mesmo o prefeito eleito ou um simples vereador poderá
fazer nada para alterar esta situação. Quem prometer que irá fazer isso ou aquilo estará mentindo, ludibriando,
enganando o eleitor em sua boa fé.
Tem outro tipo de
candidato que acha que vai arrumar votos sentado eternamente na frente de um
computador, acessando redes sociais, etc. Fica postando fotos, criticas contra
isso e mais aquilo no afã de convencer o eleitor de que ele é melhor que os
outros. Ledo engano. Outros candidatos contam o “espólio” da vereadora Edna
Flor que não é candidata. Acham que esta vereadora tem força para empurrar seus
eleitores costumeiros para este ou aquele candidato. Acham que aqui é o
Nordeste onde o povo ainda vota por cabresto, que será “induzido” a votar num
determinado candidato pelo simples desejo de Edna Flor. Vai ser uma decepção!
Enfim, a propalada renovação está difícil, o nível intelectual, cultural da maioria dos candidatos faz dó. Uma pobreza
lamentável de nomes fortes, nomes que poderiam enriquecer a futura legislatura.
Infelizmente vamos ter que conviver com a mesmice de sempre, os discursos
horrorosos, as mesmas propostas de hoje. Não se enxerga muita diferença, claro,
com raríssimas exceções, o eleitor acaba não tendo muito o que escolher.
Lamentável.
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