O Supremo no olho do furacão!
Todos os olhos da
Nação se voltam na próxima 4ª. Feira para o plenário do STF – Supremo Tribunal
Federal que, desde o julgamento do “Mensalão”
não despertou tanto interesse numa decisão que pode mexer, pode alterar todos os
rumos da vida nacional. Estamos vivendo um momento difícil, uma encruzilhada
onde o desrespeito às leis, o abuso de poder, a tomada de medidas urge que a
mais alta corte de justiça deste país delibere com serenidade, com equilíbrio,
pois dependendo das decisões ou da decisão a ser tomada, muita coisa vai mudar
neste verdadeiro “imbróglio” que o
governo e o legislativo nos envolveram. De um lado, o PCdoB ingressou com ADPF
para anular a votação ocorrida na Câmara Federal com vistas a formação da
comissão de 65 deputados que vão avaliar o prosseguimento ou não do pedido de Impeachment da presidente Dilma Rousseff.
De outro, o deputado Eduardo Cunha quer anular esta ação. Também o STF deve se
manifestar sobre o pedido do Procurador-Geral da República que também quer a
anulação desta comissão. E ainda pedido da presidente da República no sentido
de que o acolhimento por Eduardo Cunha da abertura do processo de Impeachment seja anulado. Ou seja, não vão
faltar temas conflitantes e nebulosos para que os ministros se debrucem e
decidem.
O STF é o guardião da
Constituição Federal. Ele julga, analisa a constitucionalidade das leis, decide
se um governante tomou a medida certa ou não e dá provimento a atos praticados
em todas as instâncias públicas e políticas, desde o mais distante e menor dos
municípios, até as grandes metrópoles. Uma decisão do STF tem peso de lei.
Costuma-se dizer que “decisão do Supremo
não e discute se cumpre!”. Se os ministros entenderem que Eduardo Cunha
agiu corretamente para formar a comissão processante, será mais um golpe mortal
na presidente Dilma. Derruba assim a tese do Procurador-Geral da República que a
partir daí deixará de pedir também o afastamento de Eduardo Cunha da presidência
da Câmara, derrubando também as pretensões dos partidos ligados ao governo que
tentam afastá-lo do poder principalmente por suas manobras e intromissões no Conselho de Ética onde
responde por crime de violação ao decoro parlamentar. Por precaução, o ministro
Luiz E. Fachin apenas deu liminar suspendendo o funcionamento da comissão.
O país deverá acompanhar essa
discussão no plenário do STF que, evidentemente se estenderão por horas dadas à
complexidade e profundidade dos temas a serem abordados. Na história do Brasil,
só houve um processo de Impeachment quando foi afastado o ex-presidente
Fernando Collor. Não há muita literatura sobre o tema, apenas um livro escrito
pelo jurista gaúcho Paulo Brossard que também foi ministro no STF. O tema é fundamentado na Lei 1079/50, um
tanto arcaica, desatualizada. Daí surgirem tantos questionamentos junto o
Supremo. Mas, o ministro Fachin anunciou que apresentará um roteiro mínimo a
ser seguido pelas Casas congressuais para se evitar no futuro, que a decisão
tomada seja anulada pela própria corte. Dependendo da decisão dos ministros, o
Brasil vai pegar fogo ou se abatido por uma enorme frustração das ruas cujo
desejo maior é o afastamento da presidente da República. O clima é de muita
apreensão, muita dúvida e incerteza. Entre os políticos diretamente envolvidos
nesse turbilhão desordenado, o clima é de perplexidade.
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