Vereadores devem ganhar
o Salário Mínimo?
Se depender da maioria absoluta das opiniões das pessoas,
dos internautas, o vereador em Araçatuba deveria receber como subsídio, apenas
o Salário Mínimo, hoje R$ 788,00 como qualquer trabalhador comum, aliás, para
muitos, ainda seria um valor alto, posto que o vereador não cumpre horário, se
reúne no plenário apenas uma vez na semana. Em Birigui são três sessões e em
muitas cidades pequenas como Guarantã, apenas duas ocasiões. É uma farra nacional com dinheiro
público. Existem cidades pequenas no interior do Paraná que vereadores recebem
cerca de R$ 15 mil e ainda reclamam ser pouco! A Constituição Federal
estabelece em seu artigo 29, as condições e limites para os valores a serem
pagos dependendo do tamanho da população, contudo, como sempre no Brasil, os
políticos legislam em causa própria, criam mecanismos fantasiosos para atalhos
e recursos a fim de burlarem a lei. Aberrações e incoerências ocorrem em várias
partes do país, com discrepâncias que beiram o ridículo do abuso na aplicação
do dinheiro público.
Desde que eclodiu em Santo Antonio da Platina (PR) esta
verdadeira revolução social em que uma simples cidadã passou a questionar o
elevado valor que os tais representantes do povo recebiam, levando a população
em massa a protestar, exigir e de fato conseguiu impor pesada derrota a estes
gastadores contumazes do dinheiro dos impostos, que a idéia se espalhou por
várias regiões nas asas velozes das redes sociais, o movimento pela redução dos
salários dos vereadores, hoje é uma realidade em dezenas de municípios grandes
e pequenos, onde a população, antes omissa, alheia, passou questionar, cobrar e descobrir que é possível
mudar este “status quo”, que
predomina na maioria das casas legislativas municipais num abuso inconseqüente e
depravado do dinheiro do povo. O cidadão quer diminuir o valor que os
vereadores recebem e a maioria indica que este seja de R$ 788,00.
Em Araçatuba, o movimento ganhou corpo e tornou-se
realidade, com um simples e casual encontro de idéias e propostas de pelo menos
três cidadãos já com larga folha de serviços prestados à comunidade – Argemiro
Luciano Santos, presidente da Associação de Moradores da região do entorno da
Lagoa das Flores, que há muitos anos luta em manter aquele local intacto, mas longe
de oferecer perigo de inundações às moradias da região. Já foi candidato a
vereança, não obtendo êxito, mas acompanha de perto as atividades dos
legisladores municipais e também participou do movimento VEMPRÁRUA. Juliano
Rodrigues, mais jovem, contudo idealista e preocupado especialmente com os
problemas relacionados ao atendimento da saúde pública nas UBS e
pronto-socorro. E eu. Creio ser dispensável descrever aquilo que já fizemos e
sempre estivemos nessas lutas da comunidade, do bairro, da cidade. Algumas
reuniões iniciais e contatos com representantes da sociedade civil, para se
buscar o maior número possível de adesões a este movimento na cidade.
Nesta próxima 4ª. Feira, às 19h30 na Casa da Cidadania, da
OAB, vamos promover com o importante apoio desta entidade, a primeira reunião
pública para chamar, para aquilatar o eventual valor que o povo, o eleitor, o
pagador de impostos dará ao movimento. Criada uma página na internet, foram
imediatamente registradas milhares de manifestações de apoio e de engajamento.
É a sociedade querendo mudar. Neste primeiro evento público vamos sentir o
calor e o interesse da cidade na busca de um melhor resultado entre aquilo que
é pago aos vereadores e a contrapartida prestada por eles na forma de serviços
e na defesa dos interesses reais do povo. A sociedade não suporta mais carregar
nas costas uma casa legislativa que vem consumindo cerca de R$ 20.000.000,00
(VINTE MILHÕES DE REAIS) por ano! Votos de pesar, votos de aplausos e outras
manifestações de puxa-saquismo, rasgação de seda e paparicação demagógica de
políticos usando o dinheiro público, devem ter um fim. Os vereadores precisam
otimizar seus trabalhos e oferecerem à sociedade algo que de fato possa valer a
pena. Como está não pode continuar!
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