Vamos reduzir os salários dos vereadores!
Recentemente duas
cidades paranaenses, depois de muita pressão, protestos e intensa mobilização
da sociedade, conseguiram forçar os vereadores a reduzirem seus salários e
cortar privilégios. Em Santo Antonio da Platina, os vereadores que recebiam R$
3.745,00 discutiam um reajuste para R$ 7.500,00. Uma professora local indignada
mobilizou as redes sociais e conseguiu levar o povo às reuniões do legislativo,
obrigando-os a reduzirem os vencimentos mensais para apenas R$ 970,00. Já em
Jacarezinho, uma intensa pressão popular obrigou os nobres edis a extinguirem o
13º. Salário. Em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, um vereador que é
médico, o Dr. Loester Nunes reclamou que os R$ 19.000,00 que recebe como
vereador "não são suficientes para o sustento e manutenção de sua família".
Poderia parecer cômico, engraçado, uma piada, mas, esta é a realidade da
maioria das tais “casas de leis” das cidades brasileiras. E Araçatuba não foge a
esta regra que macula, desmoraliza a já desmoralizada classe política.
Em nossa cidade, são
12 vereadores (em 2017, serão 15), cada um recebe R$ 7.328,59 com o privilégio
ainda de nomear sem concurso público, os tais “assessores” com salários acima
de R$ 3 mil. Hoje não se sabe, mas em legislaturas passadas, havia comentários
de que muitos vereadores nomeavam esses assessores, mas exigiam que estes
devolvessem para o vereador, parte do salário recebido. Prática comum em muitas
câmaras do Brasil. A Câmara de Araçatuba custa mensalmente aos contribuintes cerca de R$
1.619.378,53 (dados de julho/15). Ao final de um ano, isto chega aos R$ 20 Milhões.
Em termos da contrapartida prestada pelos vereadores, é um exagero monstruoso.
Os “serviços” prestados pelos vereadores são irrelevantes, dispensáveis,
inúteis. Perdem-se em longas e improdutivas discussões sobre “Votos de Pesar”, “Votos
de Aplausos”, eventos estes previamente combinados com aquele a ser homenageado
ou a família do “de cujus”, em discursos marcados por intenso puxa-saquismo,
badalação desnecessária, rasgação de seda e de um oportunismo e conveniência
sem par. Leis, requerimentos importantes acabam se perdendo devido à lentidão
com que a rotina dos trabalhos é realizada.
Todos nós admiramos e
respeitamos a polícia militar, civil, os bombeiros, etc. Por excelência constitucional,
são responsáveis por manter a ordem pública e garantirem a segurança do povo, nas
comunidades. Claro, há exceções a serem respeitadas e destacadas, mas se cada vez
que a polícia prender bandidos em fuga ou esclarecerem um crime bárbaro e a
câmara ter que prestar homenagens a estes agentes públicos, de fato não vão
mesmo produzir nada mais sério ou votar assuntos relevantes e de fato do
elevado interesse público. Muitas vezes vereadores reclamam que a população não
comparece às sessões legislativas. E para quê? Assistir a bancada de bajulação
do prefeito em seu mister? Assistir discursos falsos, mentirosos, ilusórios?
Ver agressões verbais de político grosseiro, destemperado, mal-educado? Ouvir
longos e cansativos debates sobre coisas sem a menor importância para a vida do
povo? Ouvir vereadores praticamente semi-analfabetos "assassinando", "trucidando" a língua Pátria? É pura perda de tempo muitas vezes comparecer à sessão e voltar para casa
tendo a certeza de ter absolutamente jogado o seu voto no lixo!
Se verificarmos os
salários do Executivo, representam uma verdadeira aberração matemática. Os
servidores mais humildes recebem R$ 792,56 para trabalharem, muitas vezes nos
serviços mais duros, mais pesados, sob sol e chuva. O vice-prefeito Carlos
Hernandes (PMDB), notoriamente um homem rico, ganha R$ 10.388,00. Não deveria
sequer ter salário, exceto se desempenhasse uma função como secretário
municipal ou diretor ou quando de fato substituísse o prefeito. Este, o prefeito
de Araçatuba, Cido Sério (PT), recebe R$ 20.779,00, maior que do próprio
governador Alckmin! E essa matemática benfazeja não para por aí. Rio Preto tem
o dobro da população de Araçatuba e lá o prefeito ganha pouco mais de R$ 12
Mil. Os secretários municipais recebem R$ 10.388,00 cada. Um guarda municipal
que em muitas situações paga com sua vida, recebe menos de R$ 1.100,00! Como um
pai de família pode sustentar dignamente seus filhos com esse salário de fome?!
Servidores concursados recebem entre R$ 2 mil até R$ 5 Mil, enquanto que
aqueles tais comissionados, apadrinhados, que entram pela porta do fundo, sem
concurso público, em muitas vezes na calada da madrugada por meios dos acordos
espúrios, conchavos e nas relações incestuosas entre prefeito e vereadores,
recebem três vezes mais que os concursados! É simplesmente vergonhosa esta
situação. Recentemente a vereadora Tieza (PSDB), reclamou que vereador não tem
13º. Férias, FGTS! E quer mais?! Vereador trabalha como qualquer cidadão?!
Estes vereadores que reclamam de seus vencimentos, sabiam de antemão, por que
se candidatam? Tempos bons aqueles que ser vereador era algo sublime, honroso,
admirável. Algo patriótico, voluntário e autêntica dedicação à cidadania, ao
servir. Acho que os araçatubenses deveriam pensar em também reduzir esse imenso
salário pago aos vereadores que pouco ou nada fazem para merecerem esta
fortuna! Vamos reduzir já! Aí vamos ver quantos de fato continuarão atuando na
defesa do povo!
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