Parcerias e candidaturas paraquedistas
Estamos em pleno
momento eleitoral, quando inúmeros candidatos se apresentam aos eleitores
postulando votos com vistas a se elegerem como representantes da cidade e
região em São Paulo ou Brasília. Desde há muito Araçatuba não elege diretamente
um deputado federal, enquanto que Rio Preto costuma enviar para o Congresso, às
vezes dois ou mais parlamentares, inclusive um senador e para a Assembléia em
S. Paulo, uns cinco ou mais nomes. Temos já um indefectível complexo de
“vira-latas” em relação à Rio Preto ao fazer a indesejável comparação. Lá tem
tudo, aqui estamos sempre na contramão, perdendo tudo, claro, há um exagero
nisso, mas não deixa de mostrar uma triste realidade. Araçatuba, pressionada
entre Prudente e Rio Preto, perde feio, um 7 x 1 em termos de
representatividade política.
Um dos graves problemas
é a presença de candidatos de outras regiões que aparecem por aqui na época das
eleições proporcionais e encontram receptividade, guarida entre as destacadas
lideranças locais, especialmente vereadores. Agora por exemplo, praticamente a
maioria dos edis apóiam candidatos “paraquedistas”. Um absurdo é o fato da
bancada de sustentação ao governo municipal, em número de sete vereadores,
nenhum apóia a candidata do PT Cidinha Lacerda, indicada pelo prefeito Cido
Sério! Alguns possuem compromissos partidários em nível estadual ou federal
para se posicionarem desta forma. Rivael Papinha, caminha isolado, já que
postula uma vaga como deputado federal, não conta com nenhum apoio local. Isso
é tremendamente lesivo, danoso aos interesses da cidade, mas, infelizmente, os
agentes políticos pensam primeiro em seus interesses pessoais.
O fato de o eleitor
votar de forma desordenada, votar em nomes e não em partidos, cria uma situação
embaraçosa, inusitada para a administração dos problemas da cidade. Existem
“problemas” municipais, estaduais ou federais. Esses às vezes se
contextualizam, se moldam e precisam ser resolvidos de forma equânime, de forma
conjunta. Lamentavelmente, se os representantes políticos eleitos são de
partidos diferentes, de grupos partidários diversos, isso repercute nos temas
de interesses da comunidade. Vejamos o
exemplo pertinho de nós. O prefeito Cido Sério, é do PT, o representante
estadual é o suplente de deputado Dilador Borges, do PSDB. O governador Geraldo
Alckmin é do PSDB e a presidente Dilma Rousseff
é do PT. O Senador pela região é Aloísio Nunes Filho, do PSDB e não
temos um deputado federal da cidade. Toda essa sopa de letrinhas ideológicas e
partidárias estabelece uma crise de identidade e gera intermináveis
dificuldades para o próprio eleitor, para o povo.
Só para exemplificar,
dois enormes problemas quase que insolúveis – a duplicação da Rodovia Elieser
Montenegro Magalhães e uma escola no Bairro Etemp. De início, o prefeito
assinou contrato para desapropriar áreas lindeiras da referida via. Não
cumpriu. Abandonou o projeto e a rodovia está lá, largada, gerando enormes transtornos
e causando acidentes. Tudo isso por mero capricho pessoal e rixa com o então
deputado estadual Dilador Borges, a quem o prefeito de forma descortês até se
recusou a receber ou sequer cumprimentar em seu gabinete. O governador veio à
cidade inúmeras vezes e o prefeito o ignorou. Só agora, em final de mandato de
Alckimin, Cido Sério acenou com a proposta de estabelecer parcerias. A
construção de uma escola, indicação apontada por Dilador Borges, no Bairro
Etemp, esbarrou no desinteresse do prefeito em ceder o terreno. Enfim, estes
gestos, estas posturas onde se opõe interesses partidários e pessoais, são
altamente danosos aos interesses maiores, do povo, por isso, o cuidado na hora
de escolher seus candidatos.
No entanto, essa discussão
sobre candidatos paraquedistas, nos leva a refletir sobre um insuperável dilema
˗ o nível dos candidatos lançados em Araçatuba. Os dois nomes que postulam uma
vaga para deputado federal, o vereador Papinha (PSB) e o ex-vereador Luciano
Gomes (do insignificante PTdoB), não reúnem mínimas condições de se elegerem. Papinha foi muito bem
votado para a reeleição de vereador obtendo mais de quatro mil votos, mas uma
eleição federal é outra situação. Já Luciano Gomes, que já foi vereador, em
2012, obteve a “estrondosa” votação de 754 votos para vereador em Araçatuba!
Parece piada, mas não é. Agora quer ser deputado federal!!! Sem contar outros
nomes medíocres, insignificantes que não se elegeriam como síndicos de condomínio!
É brincar com o eleitor. Aí vem esse discurso de que é preciso votar nos
candidatos da terra!!! Já para deputação estadual, apenas três nomes reúnem condições
de pelo menos sonhar em eleger-se – Cidinha Lacerda (PT), Dilador Borges
(PSDB) e Cido Saraiva (PMDB). Os demais só ficarão com eventuais dívidas de
campanha.
Sem opções, o eleitor de Araçatuba, por razões pessoais, ideologia política-partidária, dogmas, posicionamento político, decepção, acaba optando por nomes de fora. Ninguém quer perder, jogar o voto fora. Isso é uma tradição, um costume entre os brasileiros. No meu caso, escolhi para minha candidata a deputada federal, Mara Gabrilli, do PSDB por ser uma pessoa que conheço, é cadeirante, tetraplégica, uma lutadora incansável pelos deficientes brasileiros. É psicóloga, foi secretária municipal em São Paulo, na Secretaria Para Assuntos da Pessoa com Deficiência, eleita vereadora e depois deputada federal, luta para ser reeleita e merece estar no Congresso para continuar lutando em defesa dos menos favorecidos, notadamente os deficientes, que como ela própria, sentem na pele o descaso, o abandono das autoridades. O fato de não ser de Araçatuba, não a diminui pois a mesma representa os anseios de todo um segmento esquecido, desprezado pelas políticas públicas, os deficientes em geral. Ela representa os brasileiros que sofrem e têm muito mais dificuldades para conseguir que seus pleitos sejam atendidos, quando o são. Esta é a razão que votarei em Mara Gabrilli e estou pedindo aos meus amigos, eleitores paulistas que apertem lá na urna 4517. Esta eu indico e confio!
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