sábado, 10 de setembro de 2011

Supersalários:

A vergonhosa farra dos supersalários dos prefeitos

Para não se perder o ritmo na sucessão de escândalos entre a famigerada classe política brasileira em especial a regional, a FOLHA DA REGIÃO  de Araçatuba, em sua edição de 10/9/11 da lavra de dois de seus brilhantes profissionais — Arnon Gomes e Sérgio Guzzi, publica ampla matéria sobre a aprovação de supersalários para os prefeitos da região Noroeste, com ênfase para a cidade de Pereira Barreto, uma cidadezinha perdida nos cafundós do interior paulista, lá nas barrancas do Rio Tietê, uma estância turística com pouco mais de 24 mil habitantes e cujo prefeito a ser eleito em 2.012 poderá ter um salário maior que o do próprio governador do estado de São Paulo ! Pasmem todos, mas está é a façanha da Câmara Municipal daquela cidade que aprovou um salário de R$ 18 mil. Hoje o prefeito da cidade recebe cerca de R$ 11 mil. Isto é um acinte, uma vergonha, uma ofensa ao povo trabalhador que no dia-a-dia, de sol a sol derrama suor, sangue e até lágrimas para erguer, para carregar este país nas costas e ao final do mês  recebe esta esmola que chamam de salário ! O atual prefeito, Arnaldo Enomoto (PSDB) afirma não estar preocupado e nem tem nada com este assunto, mas segundo consta será candidato à reeleição. É claro que esta manobra aprovada pela edilidade tem endereço e destinatário certo. Como em todos os municípios, por razões que a razão desconhece, os prefeitos  tem um poder quase ilimitado e até  sacro de dominar, de pautar os trabalhos do legislativo.
É o cúmulo dos absurdos esta nefasta iniciativa dos vereadores de Pereira Barreto, um gesto que beira a irresponsabilidade fiscal, moral e histórica. O governador Geraldo Alckmin recebe hoje cerca de R$ 18 mil. Como explicar um disparate como este ?!!
Vejam esta tabela comparativa da região:

VALORES DOS SALÁRIOS RECEBIDOS ATUALMENTE PELOS PREFEITOS
CIDADE                                     POPULAÇÃO                          VALOR   (R$)
Araçatuba                                         181.618                                    17.500,00
Birigui                                               109.835                                    14.293,38
Rio Preto                                          409.259                                      9.000,00
Pereira Barreto                                   24.957                                    11.697,82

                                   
Então, como entender, como aceitar que a cidade mais populosa, mais rica e mais influente de toda esta região, São José do Rio  Preto, com mais de 400 mil habitantes, pujante vocação industrial, comercial, universitária. Sede de região, altíssimo poder econômico, o prefeito  Waldomiro Lopes possa receber apenas R$ 9 mil e seu sucessor também receberá este valor já que por pressão de estudantes e manifestações populares a Câmara da cidade arquivou o projeto que reajustava os salários do prefeito, vice, secretários e vereadores a serem eleitos no ano quem vem. E temos aí, uma cidadezinha sem a menor expressão sequer regional, sem qualquer potencialidade econômica ou financeira, possa  seu prefeito receber hoje cerca de R$ 11 mil ! É uma vergonha, um descalabro!! E não vai aqui nenhuma crítica ao povo, aos moradores de Pereira Barreto.  A crítica é contra esses maus políticos, péssimos representantes eleitos que transformam o legislativo num autêntico balcão de negócios sujos. As câmaras municipais pelo Brasil afora não passam de verdadeiras casas de tolerância onde se tolera de tudo nestas relações incestuosas entre o prefeito e vereadores que maculam, que sujam o direito que receberam do povo nas urnas. Pereira Barreto é um péssimo exemplo por seus políticos que estão lá defendendo interesses escusos, inconfessáveis e nestes, o eleitor precisa estar atento no próximo ano.
Foi irresponsável, inconseqüente e lesiva aos interesses do povo quando os legisladores constituintes através da Constituição Federal em 1.988 ao dispor que o  congresso, as assembléias legislativas e as câmaras municipais pudessem fixar os seus próprios salários. Quando se trata de determinar o salário mínimo federal é um “deus-nos-acuda”. Alegam não ter dinheiro, que vai se quebrar a Previdência, que os municípios não tem como arcar, etc. Usa-se um referencial baseado  na arrecadação do PIB do ano anterior, o índice inflacionário, mistura-se num caldeirão com asas de barata, pelos de morcego, olhos de sapo e a poção mágica está pronta com um vergonhoso índice de um só digito. Aposentados e pensionistas são tratados como escórias da sociedade. Agora quando é para se fixar  aumento de seus próprios salários, os parlamentares gastam poucos minutos, geralmente na calada da madrugada, sem plenário lotado , apenas com o votos das tais lideranças e pronto! Dão a si mesmos, reajustes que beiram os 100% como ocorreu no ano passado. É uma vergonha inominável!!!
Por que não deveria haver um referencial igualmente uniforme para todo o país com os respectivos correspondentes para  senadores, deputados federais, estaduais, prefeitos, vereadores, o presidente da República, secretários, ministros, enfim. Todas as categorias político-institucionais  seriam contempladas com salários equivalentes, proporcionais à arrecadação, tamanho da população, etc. Em sã consciência como admitir, explicar que um prefeitinho insignificante de uma currutela qualquer possa ganhar mais que o prefeito de uma cidade que beira os 500 mil habitantes ? Como aceitar uma violação, uma sangria aos cofres públicos perpetrada por agentes políticos que deveriam ser os primeiros à zelar com  retidão e caráter com a “res publica”. É uma vergonha inaceitável.
Da mesma forma como os salários dos políticos, outra irresponsabilidade nascida no congresso nacional foi esta aptidão para que as câmaras municipais pudessem votar o aumento do número de cadeiras para cada comuna. Deveria apenas e tão somente se cumprir a lei. A Constituição já dispõe sobre o número de vereadores, mas a nefasta PEC dos vereadores aprovada em Brasília deixou margem para mais esta excrescência, essa sujeira. Aí vem o jogo do toma lá dá cá, o jogo sujo entre prefeitos e vereadores deixando sempre o povo à reboque. Com isso, pode ocorrer que cidades menores possam ter mais vereadores que Araçatuba, como é o caso de Andradina com uns 50 mil habitantes, os irresponsáveis aprovaram o número de 15 vereadores. Se aqui em Araçatuba se manter a lógica e a manifestação já declarada do povo de se deixar como está, a cidade com seus quase 200 mil habitantes terá menos vereadores que grande parte dessas cidadezinhas da região que já aprovaram ampliar as cadeiras, como é o caso de Penápolis, Andradina e Birigui outra cidade onde responsabilidade e zelo para com o interesse público são palavras que não existem no dicionário dos vereadores da cidade. Lamentável, vergonhosa esta situação.

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