Vereadores estão adiando decisão sobre novas cadeiras
Contrariando todas as expectativas, os atuais vereadores junto à Câmara Municipal de Araçatuba jogaram de vez um balde de água fria nas pretensões sobre o aumento do número de cadeiras com vistas a nova legislatura que se instalará em janeiro de 2.013. Apesar da pressão notadamente dos tidos partidos “nanicos”, os maiores interessados no assunto, o tema está sendo levado num verdadeiro “banho-maria” pelos corredores e gabinetes do Palácio 9 de Julho. Cerca de 14 partidos, destacando-se aqueles sem representatividade, que na maioria das vezes aparecem no período eleitoral apenas e tão somente para serem usados como trampolins de figuras carimbadas e já desprezadas pelos eleitores, esses pequenos partidos de uma só pessoa, buscam agasalhar-se sob o manto quente e protetor das siglas maiores em troca de alguns poucos votos por empregos e cargos na administração municipal. A certeza de que terão a garantia de um contra-cheque pelos próximos quatro anos, fazem dos pseudos-presidentes destas siglas de aluguel, autênticos gladiadores na busca de espaço.
Mesmo com a criação de uma comissão de vereadores, o assunto perdeu fôlego, interesse e certamente caiu no esquecimento. Várias cidades da região, bem menores que Araçatuba já aprovaram medidas com vistas a ampliarem o quadro de representantes, gerando em muitos casos, uma verdadeira anomalia graças à irresponsabilidade de nossos legisladores federais que aprovaram uma lei capenga. Andradina, com 50 mil habitantes, três vezes menor que Araçatuba, por exemplo, terá mais vereadores que esta cidade, uma aberração, um anacronismo que demonstra claramente o jogo de interesses da classe política. Birigui, outro exemplo de irresponsabilidade, com menos da metade dos habitantes de Araçatuba também aprovou o aumento dos futuros vereadores. Penápolis, Lins, etc, seguiram o mesmo caminho. Por incrível que possa parecer, as maiores cidades − São José do Rio Preto e Araçatuba que somam juntas cerca de 600 mil habitantes poderão não aumentar seus representantes municipais. Em Rio Preto, uma massa popular e estudantes foram à Câmara protestar e conseguiram impedir que os atuais edis aumentassem o número de cadeiras. Já bastante desgastados por terem aprovado uma reforma administrativa que abriu espaço para que o prefeito Waldomiro Lopes recontratasse mais de 200 funcionários comissionados, isto é, sem concurso, os vereadores preferiram arquivar o projeto.
Aqui em Araçatuba, temos que reconhecer que os atuais vereadores estão sendo sensatos ou em última análise querem evitar um desgaste perante a opinião pública. Não é demais lembrar que as eleições municipais ocorrem dentro de um ano e ninguém quer ficar mau na fita perante os eleitores. Como a edilidade entra em férias legislativas em dezembro, praticamente restam apenas dois meses para que o tema seja de fato levado a plenário pelo vereador Cido Saraiva que não parece muito entusiasmado. A comissão presidida pelo Dr. Nava também, como toda comissão no Brasil não chegou a lugar algum deixando os presidentes das siglas menores irritados pelo descaso, pelo desinteresse. Mas nunca é demais a população ficar atenta nas próximas semanas aos projetos que serão apreciados em plenário. O povo, os trabalhadores, estudantes em geral precisam igualmente mostrar grande capacidade de arregimentação e mobilização para lutar contra essa sandice, contra esta irresponsabilidade. A população em geral não suporta pagar mais impostos, e mesmo com a constante afirmação de que o aumento de vereadores não trará despesas, isso é um engodo, uma mentira. Serão mais vereadores, mais “aspones”, novos gabinetes, novos equipamentos, computadores, telefones, gastos com reforma e ampliação do prédio do legislativo. De forma que não cola essa falácia de que não haverá aumento das despesas, com certeza isso ocorrerá. Temos que evitar que isso aconteça.
De uma maneira geral, já terminando praticamente este terceiro ano de mandato dos atuais vereadores, podemos fazer um balanço positivo em relação às legislaturas passadas. O atual presidente e a anterior, Edna Flor, demonstram um certo cuidado, uma discrição e no geral, apesar das aprovações de projetos encomendados pelo Executivo que tem maioria, não se pode de todo avaliar negativamente este comportamento pois faz parte do jogo político. No geral não houve grandes escândalos, tumultos públicos e os vereadores parecem cumprir seus papéis . A Câmara pecou em aprovar determinadas matérias e em não aprovar outras, mas isto faz parte do jogo democrático, faz parte da correlação de forças. Leva quem tem maioria. Assim, para fechar com “chave de ouro” esta legislatura, a população espera que os atuais vereadores tenham bom senso, responsabilidade e acima de tudo elevado espírito público para sepultarem de vez esta nefasta iniciativa de se aumentar o número de cadeiras de vereadores.
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