E a candidatura Luiz
Fernando Ramos?
O anúncio da
disposição da vereadora Edna Flor (PPS) em aceitar ser candidata a
vice-prefeita ao lado do empresário Dilador Borges (PSDB), gerou uma série de
eventos já nestes primeiros quinze dias do ano, desarticulando alguns grupos de
pretensos candidatos, atropelando e esvaziando outros. O ex-prefeito Domingos Andorfato
(PSD), apesar da insistência do presidente do partido, Antonio Barreto,
anunciou que não concorrerá ao pleito. O prefeito Cido Sério (PT) segundos os
bastidores políticos, preocupado com a movimentação tucana, até o final do mês poderá anunciar os nomes de três
eventuais candidatos do seu grupo político. Entende que a disposição de Edna
Flor precipitou os possíveis entendimentos fazendo com que os candidatos se
mobilizassem mais rápidos diante da reação altamente favorável que a sociedade
araçatubense recebeu a notícia da candidatura de Dilador e Edna. O PT,
extremamente desgastado, de um lado pela péssima administração de Cido Sério e
de outro, os sucessivos escândalos que abalam o partido que vê grandes nomes
pularem fora da agremiação pondo em risco a própria sobrevivência da sigla em
nível nacional.
Agora, uma candidatura
que até o final do ano passado estava em forte evidência, diante deste novo
quadro, parece estar perdendo fôlego, se esvaziando, perdendo espaços. Trata-se
do empresário Luiz Fernando Ramos, do Grupo Lomy Engenharia, presidente local
do PTB, que na prática dá sustentação ao governo Cido Sério através do vereador
Jaime José da Silva (PTB), que desde o início se mostrou contrário a
candidatura própria, preferindo continuar neste grupo liderado pelo PT. Nas
rodas de conversas pela cidade, nos bastidores políticos, a pergunta que se faz
é “Como Luiz Fernando vai levar adiante
sua pretensão em ser prefeito de Araçatuba”? Do lado do prefeito Cido
Sério, há um forte grupo político composto de pelo menos uns 15 partidos. Já do
lado de Dilador Borges, o grupo envolve uns seis partidos. Aí a questão é –
Aonde Luiz Fernando vai buscar sustentação política? Os demais partidos são
nanicos, inexpressivos, pobres em lideranças que pouco ou nada ajudariam. Há
rumores não confirmados de que Luiz Fernando Ramos teria como vice, a vereadora
Beatriz Nogueira, hoje no Rede, da Marina Silva.
A vereadora Beatriz
Nogueira, abandonou a canoa furada do PT, temendo dificuldades numa campanha
para reeleição carregando a bandeira de um partido atolado num mar de lama da corrupção
e da roubalheira. “Bia” é talvez a grande decepção na câmara municipal, com uma
atuação débil, medíocre, pífia. Entra muda e sai calada no plenário com
pouquíssimas e desastradas intervenções nos debates, como quando afirmou que os
postos de saúde da prefeitura “atendem
melhor que Unimed”. Foi alvo de chacotas e gozações. É uma figura arrogante
e pouco ou nada agregaria na chapa ao lado de Luiz Fernando. Se candidatar a
reeleição, corre o risco de ficar pelo caminho. Logo, a confirmar essa
disposição do partido de Luiz Fernando Ramos em juntarem-se ao partido da Rede,
as chances de vitória são remotas. Beatriz nem de longe tem o carisma, o nome e
prestígio de Edna Flor. Há outro forte componente no seio do PTB. Político das
antigas, experiente e esperto, o vereador Jaime que já bombardeava a
candidatura de Luiz Fernando, pode usar estas razões para sepultá-la definitivamente.
Seria um vôo de galinha. Jaime com certeza tentaria emplacar sua tese de
manter-se aliado ao grupo de Cido Sério.
Durante o ano passado, Luiz
Fernando Ramos investiu pesado para “vender” sua imagem junto ao eleitorado,
com ações na televisão, jornais, atividades de caráter social reformando casas
de pessoas pobres, etc. Contratou até os serviços de uma empresa de comunicação
social. Contudo, a nosso ver, descuidou do lado prático de uma eleição, o
assessoramento político, os contatos, as boas conversas para fundamentar uma
boa estrutura que pudesse dar sustentação às suas pretensões de chegar à chefia
do Executivo. A aceitação de Edna Flor em ser vice de Dilador Borges, atropelou
o processo político-eleitoral de Araçatuba, precipitou a tomada de novos rumos,
novas decisões e estas, atingiram de morte a candidatura de Luiz Fernando que
terá enormes dificuldades em buscar e encontrar apoio sólido e eficaz. Ser
apenas candidato a prefeito não é suficiente. O eventual postulante precisa ter
um espectro, um horizonte amplo de opções com nomes fortes para disputa das
vagas de vereador, além de ter a premente necessidade de espaço no horário de
rádio e TV para expor suas idéias e propostas.
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