OAS (SAMAR): As doações anti-éticas na política!
A
prestação de contas parcial da candidata petista Cidinha Lacerda, revelou um
dado significativo, que desnuda as relações de interesses entre grandes grupos
empresariais e setores da política nacional. O relatório informa que os gastos
da campanha atingem cifras astronômicas, incompatíveis para uma pessoa de vida
modesta como todos os araçatubenses conhecem. No item das doações, esses
números passam de R$ 1.200.000,00 sendo que deste valor, R$ 900.000,00 foram
doações feitas pela grandiosa empresa baiana OAS, que em 2012 ganhou a
concessão para explorar o serviço de água e esgoto de Araçatuba, do extinto
DAEA, sendo posteriormente substituída pela marca de fantasia SAMAR.
Soa
estranha esta doação, pelo fato da própria legislação eleitoral proibir que
empresas cessionárias, permissionárias possam fazer doações para campanha
eleitoral. Pior ainda em se tratando de uma empresa que ganhou uma concessão
pública na gestão do prefeito Cido Sério (PT), que à época, segundo consta
ainda estava casado com Cidinha Lacerda. O mais grave é que a agora SAMAR
maneja, manipula e se mantêm com dinheiro pago pelos seus clientes, no caso, os
moradores, os cidadãos de Araçatuba! De uma forma indireta, a empresa desviou
para o PT e este para a campanha de Cidinha Lacerda, uma elevada soma de
dinheiro cuja origem foi do pagamento dos consumidores por algo que de fato
lhes pertence, ou seja, a SAMAR “está” detentora por 30 anos de um bem público,
de um patrimônio do povo. Ou seja, apesar da OAS/SAMAR ser uma empresa privada, ela está gerindo um patrimônio público! Entendemos por via de conseqüência que este dinheiro
repassado veio do povo!
A
campanha da candidata petista explicou que “o
partido (PT|) reconhece a potencialidade da região e da candidatura da Cidinha”.
Mas e a empresa corrobora com este pensamento? Por que a OAS (SAMAR) teria
interesse na eleição de Cidinha Lacerda? A empresa também fez esta doação em
igual valor aos demais candidatos da cidade (Principio de Isonomia)? Soa muito
estranho tudo isso, se lembrarmos que na sessão da Câmara Municipal de
Araçatuba, no dia 30 de maio de 2011, o então Líder do Prefeito, vereador
Joaquim da Santa Casa afirmou em plenário que “vai vir sacos de dinheiro para os vereadores” aprovarem a
concessão, até então desmentida categoricamente pelo prefeito Cido Sério, mas
que depois os vereadores da situação aprovaram. É bom lembrar ainda que na
campanha que elegeu Cido Sério, em 2008, o PT usando "mão-de-gato", "pau-mandado" espalhou folhetos imorais, mentirosos, como é próprio do PT, acusando o
adversário tucano Dilador Borges, que caso eleito iria privatizar o DAEA. E o quê aconteceu depois?!
Pensamos
então que, com base nos ensinamentos de Aristóteles, o agente público opera de
acordo com a moral proba sempre que age em função do maior fim de sua função,
que é o interesse público. Mas não basta que o agente saiba ser esta a
finalidade de sua atuação se não pode divisá-la como um dever racional a ser
espontaneamente cumprido. Devemos agir de maneira ética por ser correto assim
proceder em virtude mesmo do que é racional para nós mesmos. Ousamos, desta
forma, propor uma máxima que poderia ser ofertada ao agente como direcional de
suas condutas e que poderia servir como paradigma para a construção de todo um
sistema ético público: age em conformidade àquilo que esperarias de outro
agente que se colocasse em idêntica posição a tua e persigas o fim de tua profissão
como meio racional e livre de buscar o melhor para todos. Se o PT considerasse
a ética nas relações públicas e privadas, se o PT levasse a sério a honra como pressuposto de condutas públicas,nunca deveria aceitar uma doação como
esta. Mas, em se tratando de PT...
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