Legado da Copa: Temos algo a comemorar?!
Ao fim de um mês da realização da Copa do Mundo da FIFA no Brasil, em meio à maior derrota de nossa Seleção, o momento é para refletir sobre este grandioso evento que movimentou bilhões e bilhões de Reais, atraiu a atenção de todo o planeta e recebeu perto de 1 milhão de visitantes de todas as partes do mundo gerando uma receita ainda não fechada de alguns bilhões deixados aqui por estes turistas. Desde 2007 quando a FIFA escolheu o Brasil para sede, já sabíamos que, no que tange às obras propaladas, a situação não seria das melhores tendo em vista os protagonistas envolvidos. De um lado, o governo de Lula, atolado até o pescoço no maior escândalo político de nossa história, o MENSALÃO, que desaguou na prisão das cabeças coroadas do petismo tupiniquim. De outro, os gangsteres da CBF, liderados por Ricardo Teixeira, conhecido mafioso que no início sequer era recebido pela presidentE Dilma Rousseff. Foi inúmeras vezes humilhado pois com toda certeza o governo sabia com quem estavam lidando. A pressão contra Teixeira foi tamanha e o medo de uma CPI, uma investigação mais pormenorizada por parte da Polícia Federal, levaram este meliante a praticamente fugir, esconder-se em Mônaco e abandonar a presidência da CBF deixando em seu lugar, um não menos delinquente para abafar eventuais escândalos. Havia muitos projetos grandiosos em 12 capitais-sede, envolvendo bilhões e bilhões em construção de novos estádios, aeroportos, rodovias, portos e até o megalomaníaco "trem-bala" que ligaria Campinas ao Rio de Janeiro passando por São Paulo. Em várias dessas frentes de obras, a intervenção do Ministério Público foi enorme devido às constantes e usuais denúncias de super-faturamento, desvios de verbas, etc. Muitas dessas obras ficaram pelo caminho, não foram e ninguém sabe se serão concluídas. A tal Arena do Corinthians foi um exemplo da má aplicação de recursos. A prefeitura de Kassab abriu mão de impostos e o BNDES abriu as burras para que dinheiro público fosse enterrado nesses verdadeiros "elefantes-brancos", pois estádios como os de Cuiabá, Manaus, Fortaleza e Natal, com certeza ficarão às moscas depois da ressaca futebolística pois nesses lugares não existe nenhuma possibilidade desses espaços serem utilizados pois sequer existem times de renome para garantirem a presença de milhares de torcedores. Foi preciso Jerôme Walker dar "um chute no traseiro" do Brasil para que os atrasos não comprometessem os compromissos assumidos. O medo da FIFA era de que muitas das arenas não ficassem prontas para o evento. Foi uma correria e muito dinheiro público foi despejado para que não houvesse solução de continuidade.
O governo do PT desde o início quis tirar proveito político do evento e da presença de nossa Seleção. O tempo trouxe as grandes manifestações e protestos generalizados culminando com a vaia ensurdecedora que Dilma levou sem contar os xingamentos que muita preocupação trouxe aos dirigentes da FIFA. Agora, como o povo brasileiro soube comportar-se respeitosamente até porque os estrangeiros e visitantes não são culpados das mazelas do governo, da CBF e da FIFA, nada de anormal aconteceu e o evento transcorreu na mais perfeita calma, assim como foi a visita do Papa Francisco, no ano passado. O governo naturalmente está contando vitória e quer mostrar sua capacidade de gestão ao fim da Copa, mas alguns meses atrás o temor da FIFA era grandioso diante da iminente incapacidade do Brasil em não controlar a segurança, o caos nos aeroportos e rodovias que acabaram não ocorrendo para alívio das autoridades de Brasília. Mas, diante de tantos e insuperáveis aborrecimentos criados, com certeza, Walker e Blatter nem no próximo século voltarão ao Brasil e nunca mais desejarão aqui realizar algum evento da FIFA. Ameaças de uma CPI para tirar as tripas da CBF e suas relações incestuosas, perigosas, ficaram patentes quando a polícia brasileira acaba de desbaratar uma perigosa quadrilha de venda de ingressos envolvendo altos quadros da própria FIFA.
O governo e os brasileiros só não esperavam o desastre que ocorreu com a Seleção de Felipão. Era nítido desde o início com aquele malfadado gol contra do Marcelo no jogo com a Croácia que as coisas não estavam bem. O Brasil veio se arrastando, se classificou na marra. Agora o país inteiro procura um culpado ou culpados para esta verdadeira tragédia nacional. Tarde demais. Jogar pedras em Luís Felipe Scolari não vai mudar a situação. Resultado de jogo de futebol é igual decisão do Supremo Tribunal Federal - não se discute, se cumpre! Simples assim. O Brasil montou um esquema fraco, jogadores até medíocres, um inaceitável e imponderável endeusamento de Neymar, atribuindo-se a este uma enorme responsabilidade que o mesmo não teria como suportar. Deu no que deu. É compreensível as críticas, encontrar um bode expiatório, mas isso tudo não vai reverter o quadro. A humilhação imposta aos brasileiros foi como beber féu! Nem tinha como Deus afastar este indigesto cálice! Culpado? Nenhum. Tudo isso é o resultado de uma conta mal feita que vem de muito tempo. As mudanças de técnicos ao sabor da ira nacional levam a isso. O Brasil precisa aprender com muitas seleções e times que não será trocando técnicos todos os dias que se chegará a bom termo. Os alemães podem nos servir como exemplo. Não é uma derrota que se vai mudando a situação. Felipão tem uma biografia vitoriosa que precisa ser respeitada. Até às 17 horas daquela fatídica e monstruosa Terça-Feira, era o tal, era isso e mais aquilo. Ganhou o Penta, levou Portugal àquela situação vitoriosa, etc. Bastou perder diante da poderosa Alemanha para se jogar pedras e tentar desqualificá-lo. Não entendo que ele deva continuar, talvez seja mesmo o fim de um ciclo, mas diante de uma situação de pressão e nervosismo, se querer até trazer técnicos estrangeiros, aí é demais! Seria um crime de lesa pátria, algo impensável, inadmissível!
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