sábado, 17 de maio de 2014

Eu confio na urna eletrônica!

Você confia na urna eletrônica brasileira?
                                        Em outubro, mais uma vez o eleitor brasileiro comparecerá diante da urna para a escolha do novo presidente, governadores, senadores, deputados federais, distritais e estaduais. Em toda eleição surge a indagação sobre segurança da urna eletrônica usada no Brasil, se é confiável, passível de interferências externas com o fito de se modificar, alterar a vontade do eleitor. Na internet surgem inúmeras sátiras, deboches e pregações sobre a inviolabilidade e adulteração do voto. Anunciam-se que “vota em José e elege João”. É uma discussão inócua, dispensável e inoportuna. Pior ─ alguns querem que o voto seja impresso para se comprovar de fato a vontade, o desejo do eleitor, um absurdo! Quem critica, tenta desmoralizar a urna eletrônica brasileira, o faz por má fé, ignorância ou completo desconhecimento do processo utilizado.
                                  Não sou técnico, programador ou perito em informática, pelo contrário, como a maioria das pessoas sou um perfeito leigo no assunto, mas no que diz respeito à urna eletrônica, dispensa-se esta discussão tendo em vista que é impossível haver qualquer tipo de manipulação durante o período em que a urna está em funcionamento na secção eleitoral pelo simples fato de que não há qualquer conexão, ligação entre a urna e a internet ou qualquer outro tipo de conexão. Digo isso como presidente de secção eleitoral, função pública que tive a honra de exercer em vários pleitos e posso garantir tal impossibilidade. Inicia-se pela “Zerésima”, procedimento realizado sempre em presença de mesários, fiscais partidários e quaisquer do povo. Os partidos normalmente indicam pessoas previamente instruídas para este acompanhamento, o que elimina toda e qualquer possibilidade de alteração. Findo o período de votação às 17 horas, fecha-se com um relatório emitido pela própria máquina. Não há e nem tem como ocorrer qualquer intromissão estranha ao processo.
                                  Ato contínuo, todo o material é lacrado em envelopes, com a assinatura dos integrantes da mesa e levados à sede da Justiça Eleitoral por meio de servidores da própria entidade e policiais militares. Não há como se desviar do caminho para tentar burlar a legitimidade e segurança do material que, posteriormente só é aberto diante do juiz eleitoral e servidores designados. Normalmente pessoas de conduta inatacável e acima de quaisquer suspeitas. Tudo isso é feito diante dos olhares de dezenas, centenas de pessoas que comparecem ao local de apuração para saber sobre os resultados. Impossível neste momento alguém tentar “introduzir”, “anexar” algum tipo de dado ou de mecanismo para adulterar as informações obtidas na urna, já que uma cópia da votação foi afixada anteriormente na parede da secção eleitoral.
                                  O que existe na mídia, na internet é uma discussão descabida, inoportuna, uma autêntica “teoria da conspiração” que visa embaralhar, gerar confusão. De fato, de prático e correto, não existe nenhuma prova cabal, inquestionável sobre adulteração provocada por vias mecânicas ou eletrônicas nas urnas para alterar resultados e provocar a eleição deste ou daquele candidato. Se isso ocorreu ou pudesse ter ocorrido por quê os partidos políticos não protestaram, exigiram uma investigação?! Não existe nada nesse sentido. Ninguém questiona nem protesta sobre os resultados das urnas brasileiras. No mais, são meras especulações de pessoas com má fé. Afirmar que as urnas são fraudadas em favor do governo (PT) é um absurdo! E nos estados em que o PSDB ganha sempre como ocorre em São Paulo?!!! Por que ninguém fraudou?!!!
                                  Outro absurdo são essas campanhas em favor do voto impresso. Quem defende esta aberração jurídica desconhece os princípios do chamado voto universal pessoal, individual previsto em nossa Constituição Federal. É um equívoco! Tal medida seria oficializar e institucionalizar a conhecida prática criminosa da “compra e venda” do voto pois o eleitor, o cidadão teria como “provar” diante dos agentes corruptores (quem está comprando o voto), que de fato “honrou” o acordo votando no candidato apontado! Seria oficializar a violação do sigilo do voto, perdendo assim a sua característica de inviolabilidade e impessoalidade. É um absurdo se pensar em um voto que o eleitor possa sair da cabine de votação e às escâncaras ainda na fila, dentro da secção eleitoral, ele possa mostrar para todos em quem votou!!! Um absurdo inominável, execrável!!! Posso garantir que o processo eleitoral brasileiro é confiável, uma manifestação legítima do eleitor e iniciativas de se mudar este procedimento na forma como é feito hoje, são condenáveis!  







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