Você confia na urna eletrônica brasileira?
Em
outubro, mais uma vez o eleitor brasileiro comparecerá diante da urna para a
escolha do novo presidente, governadores, senadores, deputados federais,
distritais e estaduais. Em toda eleição surge a indagação sobre segurança da
urna eletrônica usada no Brasil, se é confiável, passível de interferências
externas com o fito de se modificar, alterar a vontade do eleitor. Na internet surgem
inúmeras sátiras, deboches e pregações sobre a inviolabilidade e adulteração do
voto. Anunciam-se que “vota em José e elege João”. É uma discussão inócua,
dispensável e inoportuna. Pior ─ alguns querem que o voto seja impresso para se
comprovar de fato a vontade, o desejo do eleitor, um absurdo! Quem critica, tenta
desmoralizar a urna eletrônica brasileira, o faz por má fé, ignorância ou
completo desconhecimento do processo utilizado.
Não sou
técnico, programador ou perito em informática, pelo contrário, como a maioria das
pessoas sou um perfeito leigo no assunto, mas no que diz respeito à urna
eletrônica, dispensa-se esta discussão tendo em vista que é impossível haver
qualquer tipo de manipulação durante o período em que a urna está em funcionamento
na secção eleitoral pelo simples fato de que não há qualquer conexão, ligação
entre a urna e a internet ou qualquer outro tipo de conexão. Digo isso como
presidente de secção eleitoral, função pública que tive a honra de exercer em
vários pleitos e posso garantir tal impossibilidade. Inicia-se pela “Zerésima”,
procedimento realizado sempre em presença de mesários, fiscais partidários e
quaisquer do povo. Os partidos normalmente indicam pessoas previamente instruídas
para este acompanhamento, o que elimina toda e qualquer possibilidade de alteração.
Findo o período de votação às 17 horas, fecha-se com um relatório emitido pela própria
máquina. Não há e nem tem como ocorrer qualquer intromissão estranha ao
processo.
Ato contínuo,
todo o material é lacrado em envelopes, com a assinatura dos integrantes da mesa
e levados à sede da Justiça Eleitoral por meio de servidores da própria
entidade e policiais militares. Não há como se desviar do caminho para tentar
burlar a legitimidade e segurança do material que, posteriormente só é aberto
diante do juiz eleitoral e servidores designados. Normalmente pessoas de
conduta inatacável e acima de quaisquer suspeitas. Tudo isso é feito diante dos
olhares de dezenas, centenas de pessoas que comparecem ao local de apuração
para saber sobre os resultados. Impossível neste momento alguém tentar “introduzir”,
“anexar” algum tipo de dado ou de mecanismo para adulterar as informações
obtidas na urna, já que uma cópia da votação foi afixada anteriormente na
parede da secção eleitoral.
O que existe
na mídia, na internet é uma discussão descabida, inoportuna, uma autêntica “teoria
da conspiração” que visa embaralhar, gerar confusão. De fato, de prático e
correto, não existe nenhuma prova cabal, inquestionável sobre adulteração provocada
por vias mecânicas ou eletrônicas nas urnas para alterar resultados e provocar
a eleição deste ou daquele candidato. Se isso ocorreu ou pudesse ter ocorrido
por quê os partidos políticos não protestaram, exigiram uma investigação?! Não
existe nada nesse sentido. Ninguém questiona nem protesta sobre os resultados das
urnas brasileiras. No mais, são meras especulações de pessoas com má fé.
Afirmar que as urnas são fraudadas em favor do governo (PT) é um absurdo! E nos
estados em que o PSDB ganha sempre como ocorre em São Paulo?!!! Por que ninguém
fraudou?!!!
Outro absurdo
são essas campanhas em favor do voto impresso. Quem defende esta aberração
jurídica desconhece os princípios do chamado voto universal pessoal, individual
previsto em nossa Constituição Federal. É um equívoco! Tal medida seria oficializar
e institucionalizar a conhecida prática criminosa da “compra e venda” do voto
pois o eleitor, o cidadão teria como “provar” diante dos agentes corruptores
(quem está comprando o voto), que de fato “honrou” o acordo votando no candidato
apontado! Seria oficializar a violação do sigilo do voto, perdendo assim a sua
característica de inviolabilidade e impessoalidade. É um absurdo se pensar em
um voto que o eleitor possa sair da cabine de votação e às escâncaras ainda na
fila, dentro da secção eleitoral, ele possa mostrar para todos em quem votou!!!
Um absurdo inominável, execrável!!! Posso garantir que o processo eleitoral brasileiro
é confiável, uma manifestação legítima do eleitor e iniciativas de se mudar
este procedimento na forma como é feito hoje, são condenáveis!
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