Para azar da seita que venera
corruptos, Joaquim Barbosa é um homem honesto, reiterou o título do post aqui
publicado em 7 de julho de 2013. O texto tratou de mais uma sórdida ofensiva
movida por blogueiros de aluguel, mobilizados por sacerdotes decaídos que o
ministro do Supremo Tribunal Federal enfrentou com altivez e bravura. A infâmia
da vez sibilava que não havia diferenças entre uma viagem do relator do
mensalão, que nada teve de ilegal ou imoral, e a farra aérea protagonizada
por gente como Lula, Rose Noronha, Sérgio Cabral, Garibaldi Alves, Renan
Calheiros ou Henrique Alves.
Mais uma vez, o bando a serviço de
celebrantes de missas negras foi desmoralizado pelos fatos ─ e obrigado a
recuar para o pântano na selva da internet sem levar como troféu o escalpo do
homem que conduziu exemplarmente o julgamento mais importante da história
do STF. O episódio confirmou que, para desgraça do grande clube dos
cafajestes (e para sorte do país que presta), a desonestidade nunca figurou
entre os defeitos que inclui, por exemplo, o pavio curtíssimo e a baixa
disposição para o convívio dos contrários.
Os bucaneiros lulopetistas souberam
desde sempre que lidavam com um jurista honrado ─ e por isso mesmo o mantiveram
permanentemente na alça de mira. Barbosa não foi transformado em alvo
preferencial por reincidir em escorregões populistas ou surtos de intolerância,
mas por ter provado que existem no Brasil juízes sem medo. Num Supremo ameaçado
de virar sucursal do Executivo pela ampliação da bancada composta por ministros
da defesa de culpados, Barbosa vai fazer muita falta. Aos 59 anos, contudo, ele
só se aposentou do serviço público.
É improvável que pretenda
aposentar-se da vida pública. Se quiser, dificilmente conseguirá. A
decisão de antecipar a saída foi lastimada pelo país decente e festejada com um
carnaval temporão pela turma da Papuda. A reação contrastante é mais que um
ponto luminoso na trajetória de Joaquim Barbosa. É outro poderoso motivo para
que não capitule, e siga cumprindo seu dever. A partir de julho, estará
liberado para agir também politicamente. Sobra-lhe munição para ajudar a
impedir que o Brasil se subordine de vez à confederação dos fora da lei. (Transcrito do blog DIRETO AO PONTO, do jornalista Augusto Nunes, de VEJA, 30.5.14).
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