A vergonhosa farra do troca-troca partidário
Nas democracias sérias, enraizadas e estruturadas,
os partidos políticos duram anos, séculos e muito raramente se vê os membros
dessas agremiações mudarem para outras como acontece diariamente aqui no Brasil.
Nosso sistema partidário, a exemplo de outras instituições públicas não
funciona, as regras mudam-se todos os dias e a marca em geral é de anarquia,
desorganização e total falta de respeito aos cidadãos. Reina a confusão, a
cumplicidade e os partidos políticos em nosso país, sem exageros, se assemelham
mais a organizações criminosas, gangues e grupos de foras-da-lei. Não foi à toa
que o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes se referiu ao PMDB, taxando o partido
como “um ajuntamento de bandidos”,
cujo chefe maior era o atual vice-presidente da República Michel Temer. Até
hoje, nunca se viu um pronunciamento do PMDB nem se processou Ciro Gomes. E não
é prá menos! Um partido que tem entre seus quadros José Sarney, Jader Barbalho,
Renan Calheiros e outros nomes nada recomendáveis, o quê se pode esperar?!!!
Os políticos brasileiros de uma forma geral usam
os partidos políticos para atingirem o poder, para tomarem o poder, se
apossarem da máquina administrativa, para leiloarem cargos, nomearem amigos,
parentes, compadres, apaniguados, amantes, aderentes e outros bichos. Usam a
sigla partidária para se blindarem, para se protegerem de eventuais punições
por crimes perpetrados. E isso alcança praticamente todas as agremiações
existentes hoje no Brasil. Não tem um só partido que se possa afirmar com
segurança que é merecedor da confiança do povo.
Na Inglaterra, há séculos, conservadores e
trabalhistas disputam o voto do povo. Nunca se vê uma situação anômala de um
conservador mudar para o partido trabalhista. Seria crucificado pelo eleitor.
Assim como nos Estados Unidos, republicanos e democratas jamais traem seus
eleitores trocando de lado. Seria visto como traidor e teria sua carreira
política destruída. No Brasil, como não poderia ser diferente, é esta zorra
total, esta zona onde os políticos agem piores que prostitutas, mudam de
partido a cada eleição, se vendem tal qual Judas Iscariotes até mesmo por menos
moedas, por um cargo, por um benefício qualquer.
Por isso, causou enorme estranheza o fato de dois
vereadores que atuam em posições opostas, hoje estarem juntos no mesmo partido,
o tal PROS apesar de um defender o prefeito Cido Sério e outro atacar. Com toda
certeza nem Hermenegildo Nava e nem Rosaldo de Oliveira leram o estatuto desse
novo partido. Em geral, a cada eleição no Brasil, parece aquele período em que
a FIFA abre as janelas para os jogadores mudarem de time. Aqui acontece o
mesmo. Da noite para o dia, os políticos trocam de camisa. E muitas dessas
mudanças ocorrem para partidos com um posicionamento totalmente contrário
àquele anterior. É com uma enorme desfaçatez, uma imensa cara-de-pau, um
cinismo crônico, o político sobe no mesmo palanque de um adversário que na
campanha passada ele atacara.
No nosso caso em tela, Nava em menos de 5 anos
mudou 3 vezes de partido. Como explicar isso? Na legislatura passada, tínhamos
o vereador Platibanda que atacava Cido Sério e ao mesmo tempo, o vereador
Cláudio Henrique defendia. Detalhe – ambos eram do mesmo partido, o PMN. Pior
ainda, que este PMN pertencia como ainda pertence à base de apoio ao governo do
estado, o PSDB de Alckmin e Cláudio Henrique desde aquela época até hoje, desce
o cacete no governador. É uma incoerência, uma falta de princípios. Ninguém
segue o partido, a doutrina, a linha de ação. É um salvem-se quem puder. Na
verdade, cada um defende o seu intere$$e pe$$oal. Dane-se a doutrina, a posição
da bancada e o eleitor que muitas vezes na campanha eleitoral acredita num
discurso de oposição e vota num determinado candidato. No dia seguinte ao
pleito este candidato, normalmente endividado, quebrado, senta no colo do
prefeito, do governador, do presidente e trai seu eleitor, passando a fazer o
jogo dos detentores do poder. Até hoje ninguém sabe de fato se o vereador
Rosaldo de Oliveira é situação ou oposição dada essa sua performance de um verdadeiro
camaleão que troca de cores e posicionamentos a todo instante. Pode-se confiar
num político que assim age?
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