sábado, 1 de junho de 2013

PMDB ameaça reeleição:

PMDB se rebela contra Dilma e ameaça eleição!
Em que pese o esforço pessoal do vice-presidente da República Michel Temer, em manter a união com  PT, o seu partido – PMDB tem força suficiente para emparedar o PT junto à parede e isso o PMDB sabe fazer muito bem. O comportamento da agremiação que, graças à astúcia e garra conseguiu este ano emplacar a presidência das duas Casas congressuais — Renan Calheiros, no Senado Federal e Carlos Eduardo Alves, na Câmara Federal, ambos nordestinos, ambos com força e poder de gestão sobre outros partidos.

O PMDB já ensaia afastar-se do PT e do governo Dilma há algum tempo. O senador Raup, líder do partido entende que em 2018 poderiam lançar um nome genuinamente ligado ao partido. Se bem que este PMDB não te nada a ver com aquele antigo MDB criado e inspirado em Ulysses Guimarães. O partido cresceu de tal forma que perdeu sua identidade natural, perdeu-se nos descaminhos das coligações movidas por meros interesses regionais, a sede pelo poder, a gana por cargos públicos.
O nome de Marina Silva e sua “Rede de Sustentabilidade” é outro assunto que tira o sono de Dilma Rousseff e do próprio Lula. Marina Silva abocanha grande parte do eleitorado hoje calculado em cerca de 10% até 15%, números estes capazes de provocar o Segundo Turno das eleições e, caso isso aconteça, só Deus sabe o que pode vir. Eduardo Campos, e seu PSB apresentam no Sudeste, a imagem de bom gestor e seu partido cresceu muito nos grotões e, somado aos votos de Marina Silva, sem contar ainda Aécio Neves e o PSDB, hoje, nenhum analista político tem a segurança para afirmar a real situação, o momento em que se dará o pleito em outubro de 2014.     

O estremecimento da relação entre PT e PMDB no Congresso reflete e contamina a formação de palanques estaduais que darão sustentação ao projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff. Apesar da entrada do vice-presidente Michel Temer (PMDB) e da própria petista na costura de alianças regionais para 2014, peemedebistas resistem a se aliar ao PT em Estados estratégicos e ameaçam se coligar com o PSB, do governador de Pernambuco Eduardo Campos, provável candidato à Presidência.

Em Estados onde a situação azedou, o PMDB já usa a aproximação com Campos como uma forma de emparedar o PT. O discurso em favor do pernambucano passou a funcionar como ferramenta de pressão contra os petistas, com um único objetivo: obter condições mais favoráveis de negociação nos Estados.
O principal foco de insatisfação com o PT começou no Congresso. Ficou evidente durante a aprovação da MP dos Portos na Câmara e, depois, na apresentação do pedido de abertura da CPI da Petrobras. Deputados reclamam da articulação política da presidente e defendem, nos bastidores, a candidatura de Campos. "Ele será o novo presidente da República. Há um grande desgaste com o PT", declarou um parlamentar do PMDB.

Na eleição presidencial de 2010, o PMDB também ameaçou se rebelar. A diferença é que, agora, há uma alternativa ao PT dentro do campo governista, com Campos, o que garante aos peemedebistas uma tentativa de amenizar a cisão: o apoio não é para o PSDB, da oposição, mas para um partido aliado à própria Dilma.
A presidente, que não costuma entrar diretamente na costura política, começou a agir para apaziguar a aliança. Viajou a Estados em que a relação não estava boa, participou de jantares com bancadas estaduais e até interpretou o Canto Alegretense, num ato de simpatia com os peemedebistas conflagrados do Rio Grande do Sul.

O discurso peemedebista pró-Campos está mais vitaminado em Estados como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rondônia e Bahia. O PMDB e seus caciques sabem dessa força capaz de se propagar por todo o país e ameaçar seriamente a governabilidade hoje além de por em risco as pretensões petistas de manter o governo Dilma por mais quatro anos. Não será tarefa das mais fáceis para a presidente domar o ímpeto e a fome por cargos, poder e verbas com que o partido avança sobre seu governo. Este é o PMDB. (Sobre um texto do jornal O ESTADO DE SÃO PAULO - 1º/6/13)

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