Eleições: Ficaremos mais uma vez sem deputados?
A classe política está tão desmoralizada, desprestigiada que se contamina entre si. Os candidatos terão uma imensa dificuldade em convencer o eleitor a votar nos candidatos da terra.
A manter-se a escrita, mais uma vez
Araçatuba corre o risco de não eleger nenhum deputado federal ou estadual. Como
sempre, a falta de entendimento entre os diversos partidos e correntes
políticas da cidade, empurram goela abaixo do eleitor diversos nomes, muitos
dos quais não reúnem condições mínimas para se eleger, acabam tirando votos
daquele com reais probabilidades, sem contar ainda a maciça votação em
candidatos paraquedistas. Essa situação anômala começa já na câmara de
vereadores, onde, diversos deles sempre apoiam candidatos de fora, ou seja,
alguns vereadores já têm compromissos firmados com seus partidos e buscam
repassar votos da cidade para candidatos indicados pelas lideranças de seus
partidos. Dunga, Beatriz, Cláudio Henrique, Dr. Alceu, Batata, Zanata, Dr.
Jaime, devem apoiar nomes apontados por seus partidos. Cido Saraiva, Arlindo e
Papinha serão candidatos. Resta saber que rumo tomarão, Pichitelli, Dr. Flávio,
Saito, Carlinhos. Como Bruno Covas (PSDB) deve assumir a prefeitura paulistana
e, tradicionalmente é apoiado pelos tucanos, fica a dúvida que rumo o PSDB vai
tomar. Silvio Torres, amigo pessoal de Dilador Borges, sempre arrecada alguns
votos. Mas, este ano, o prefeito Dilador Borges (PSDB) está com um enorme
abacaxi nas mãos.
O deputado federal Fausto Pinato
(PRB) de Votuporanga, teve uns míseros 14 votinhos aqui em 2014, mas desde
então passou a ciscar frequentemente no ninho tucano, o que deixa Rivael
Papinha (PSB) com a pulga atrás da orelha. Pinato tem aberto portas para o
prefeito de Araçatuba e desde sua posse, Dilador ameaça apoiá-lo, o que joga
Dilador em rota de colisão com Papinha, o presidente da câmara e que será
candidato a deputado federal e espera contar com o apoio de Edna Flor e
Dilador. Mas, as relações entre os tucanos e os pessebistas não vai bem. Ainda
esta semana, a liderança nacional do PSB decidiu afastar-se da candidatura de
Geraldo Alckmin, que deverá apoiar João Dória. O vice governador Márcio França,
do PSB assume o governo em abril e esperava contar com o apoio dos tucanos para
sua eleição ao governo estadual. O que não deve acontecer. Isso inviabiliza um
acordo entre o grupo de Dilador para apoiar Papinha e abre caminho explícito
para que os tucanos de Araçatuba apoiem Pinato. Papinha diz contar com um forte
esquema montado pelo líder sindical, o Chinelo, baseado em mais de 200
sindicatos. É esperar prá ver se esse apoio se transforma em voto.
Diversos nomes da cidade já estão
sendo comentados nas bolsas de apostas ─ Carlos Gabas (PT), Cido Sério (Avante,
ex-PTdoB), Rivael Papinha (PSB), Arlindo Araújo (PPS), Felipe Luiz (NOVO) e
Rodrigo Andolfato (PSL), para deputados federais. Já Cido Saraiva (PMDB),
Carlos Hernandes (PMDB) e Edna Flor (PPS) são os nomes para deputado estadual
até agora comentados. Mas, Roquinho Barbieri (PTB) e Itamar Borges (PMDB) sempre
recebem votos aqui. Há ruidosas conversas de bastidores que indicam que o
prefeito Dilador estaria tentando convencer Rivael Papinha a sair para deputado
estadual, abrindo espaço para apoiarem Fausto Pinato. Com isso, os tucanos
tentam dar uma rasteira em Cido Saraiva que na eleição passada recebeu em
Araçatuba 26.132 votos. Papinha teve 20.013 votos para federal. A candidatura
de Geraldo Alckmin não decola e em Araçatuba, o único nome abertamente
favorável à candidatura Bolsonaro, é do engenheiro Rodrigo Andolfato, que está
filiado no PSL, partido que Bolsonaro deverá filiar-se em breve. É preciso lembrar
que os 20 candidatos mais votados para federal em Araçatuba em 2014, receberam
juntos, mais de 40 mil votos! Que fatalmente fazem falta ao candidato da terra.
Rodrigo Garcia, Tiririca, Marcos
Feliciano, Russomano, João Dado, Silvio Torres, Thame, Marquezelli, Marcio Alvino
e Fausto Pinato, levaram juntos 38.993 votos! A população araçatubense há muito
tempo faz questão de jogar essa montanha de votos no lixo ao escolherem
candidatos de fora. Mas a questão colocada é esta: Vale a pena votar nos
candidatos da terra? Esses nomes já postos merecem a confiança do eleitor?
Talvez, desqualificados, manchados, envolvidos em situações nada republicanas,
os nomes lançados na própria cidade, possam não merecer a confiança e os votos
dos eleitores. Os resultados dos últimos 30 aos têm sido nessa direção. É
tradição também que o eleitor não gosta de perder e vendo desde já que os
candidatos da terra não possuem força capaz de chegar lá, preferem votar nos
paraquedistas. Vai depender dos eventuais candidatos locais convencerem o
eleitor mas o tempo é muito curto. Se Dilador não apoiar Papinha e este não se
eleger, o prefeito terá mais um racha na câmara, perdendo apoio do vereador do
PSB e do Chinelo, abrindo uma crise na governabilidade.
Mas qual a razão que leva o vereador
local a apoiar candidatos de fora? Simples! Os vereadores, preocupados
principalmente com a sua própria sobrevivência política, “acerta” apoios com
deputados estaduais e federais, num troca-troca criminoso, imoral, numa relação
incestuosa, pecaminosa. Hoje eles apoiam esses paraquedistas. Amanhã, recebem
apoio destes. Depois, ficam correndo com o pires na mão, atrás de míseras
emendas parlamentares para anunciarem ao povo que conseguiram isto e mais
aquilo! Na verdade, esses vereadores vendem a alma ao diabo, traem o eleitor e
correm como não é diferente, atrás de seus interesses próprios e não os
interesses do povo. A cidade corre o
risco de mais uma vez ficar sem representantes em S. Paulo e Brasília por causa
dessa situação esdrúxula dos representantes políticos eleitos pelo povo. E o
povo? O povo, talvez premido por ver como e comportam esses representantes,
acaba por sua vez alimentando esta situação e vota também em candidatos de
fora, justamente por não confiar, não acreditar nos nomes colocados à sua
apreciação. É a velha situação ─ “santo de casa não faz milagres”.
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