Sem acordos, o executivo não governa!
Hoje no Brasil existem registrados
quase 40 partidos políticos e aguardam no TSE o registro, outros 21 novos
partidos. Será que o Brasil necessita desse mundo de agremiações políticas?
Beira o ridículo, a chacota, iniciativas em se criar partidos já denominados
oficialmente como Partido Corintiano, Partido Novo, Partido Militar, Partido da
Mulher, etc. O tal Partido Novo, após um ano já não será mais novo. Além da
objetividade, do interesse e da
criatividade, falta a esses políticos, uma dose de originalidade. Será que o
país necessita dessa demanda tão grande de grupos políticos? Claro que não! A
maioria desses agrupamentos, atendem à interesses mesquinhos, inconfessáveis,
escusos. Atendem a interesses de pequenos grupos isolados. São partidos de uma
só pessoa, de meia dúzia de gente mal intencionada cujo objetivo é ser “dono”
de uma sigla, transformando-a em moeda de troca nas campanhas eleitorais. Os
presidentes desses partidos, principalmente os tais “nanicos”, buscam usufruir
de benefícios advindos em troca de favores, benesses, cargos eventuais. Eles
trocam, vendem o tempo a que o partido tem direito no rádio e TV, que de
gratuito só tem o nome. Na verdade, esse universo de partidos causam um enorme
mal à democracia.
Os candidatos à cargos eletivos,
principalmente no executivo (prefeitos, governadores e presidentes), precisam “negociar”
com os presidentes dessa miríade de siglas. Negociar é o termo adequado ao
tema. De um lado o candidato vai precisar de ampliar seu tempo no rádio e TV já
que em função da enormidade de tantos partidos, sobram poucos minutos, mesmo
destinado aos grandes partidos. É aqui que nasce a corrupção, o troca-troca de
favores e benesses que eventualmente o candidato possa oferecer. Comumente
troca-se esses valiosos minutos ou segundos por cargos, dinheiro e favores.
Essa relação incestuosa macula o processo democrático, deixando o eventual
candidato refém desses partidos. Não há muita possibilidade de se eleger uma
bancada fiel ao candidato, havendo uma pulverização dos votos, elegendo-se
poucos candidatos por partido. Forçando-se assim o candidato a ceder às
pressões, às verdadeiras chantagens impostas por esses partidos, notadamente os
chamados “nanicos”, visto que sendo agremiações isoladas de uma só pessoa, isso
facilita as tais negociações. Sem esses “acordos”, o executivo não governa.
Neste pleito municipal, o candidato de
oposição Dilador Borges (PSDB), está recebendo apoio de quase 15 partidos. Dos
grandes e relevantes, PSDB, PSB, PPS, os demais são “nanicos”, cujos líderes,
muitos são candidatos à vereança estão interessados em viabilizar suas candidaturas
e “negociam” acordos muitas vezes nada republicanos e na maioria das vezes,
visam interesses pessoais. Do outro lado, ainda sem um nome escolhido, o grupo
da situação, também conta com o respaldo de cerca de 15 partidos. Desses, os
grandes, PMDB, PT, PTB são apoiados por outras siglas nanicas cujos presidentes
já estão “mamando” nas têtas públicas pois compromissos havidos desde a eleição
do prefeito Cido Sério (PT), arrastou para dentro da administração vários nomes
já conhecidíssimos nas práticas imorais e anti-éticas oriundas dessas negociações
profanas que resultam numa deformação lógica daquilo que alguns pregam nos
discursos mas praticam de forma diversa. José Vitor Botelho, do minúsculo PTdoB
está pendurado na administração municipal desde que Noé desembarcou da arca.
Mas
qual a “força política” desse PTdoB? Por quê Vitor Botelho se mantém em cargos
há tanto tempo? Além dele ter um cargo comissionado, indicou o secretário de
Obras, seu sobrinho, Sandro Botelho Cubas e também o atual Corregedor-Geral,
Tadami Kawata, outro que vive pendurado numa têta municipal há séculos. A
origem dessa “força política” óbviamente deve estar ligada ao apoio e ao voto
do único vereador do partido, Cabo Claudino. Assim acontece com os demais
vereadores da bancada situacionista – Beatriz Nogueira, Claudio Henrique,
Gilberto Batata, Cido Saraiva e Jaime José. Cada um, de um partido nanico
diferente. Sem condições de ter uma bancada de um único partido, o prefeito é
obrigado à negociar cargos, benesses em troca de apoio parlamentar e sua
sustentação no legislativo. Se não fizer isto, não conseguirá governar, ter
apoio aos seus projetos enviados à apreciação. É assim em Araçatuba, é assim em
todo o Brasil. Esta é a raiz da corrupção, da roubalheira, do troca-troca entre
legislativo e executivo. Esperar que esta situação se mude em 2017, certamente não
acontecerá. Os hábitos e costumes dessa política rasteira vão continuar. São
modos operacionais arraigados entre os políticos brasileiros.
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