Os números eleitorais são implacáveis!
A campanha eleitoral nem começou mas já tem candidatos à
vereança contando vantagem, adotando o velho discurso do “já tô eleito”, ou se
achando entre os eleitos. Toda cautela nesse momento é necessária, prudente,
assim, evita-se a enorme frustração, a amarga decepção na noite de 2 de
outubro. Dependendo das coligações, o candidato precisará arrancar água de
pedra, ou leite de onça. É um enorme desafio, algo como ganhar na loteria.
Araçatuba terá cerca de 143 mil eleitores aptos a votarem. Para os mais
exigentes nas contas, o assustador Coeficiente Eleitoral deve ficar em torno de
8 mil votos, ou seja, o partido terá que, no conjunto de todos os candidatos,
fazer mais de 8 mil votos para eleger um deles. Para conseguir ser eleito, o
candidato precisará ter mais de 800 votos.
Uma olhada nos números de 2012 não é nada animadora. Tivemos
na disputa para vereador na última eleição, 143 candidatos. O mais votado foi
Cido Saraiva (PMDB), com 5.232 votos. O último dos eleitos (12º), Gilberto
Batata, com 2.236 votos. Logo, percebe-se que este ano, serão disputadas 15
cadeiras, o candidato precisará obter muitos votos se quiser chegar lá. Desses
candidatos na eleição passada, apenas 5 obtiveram mais de 2 mil votos e mesmo
assim não se elegeram. Cerca de 14 tiveram entre 1.000 a 2.000 votos. Desses 18
tiveram acima de 500 e menos de 1.000 votos. Logo, obter 2.000 votos não será
garantia de sagrar-se eleito. Claro, dependerá das combinações, das coligações.
Único partido a eleger dois candidatos foi o PPS (Edna Flor e Arlindo Araújo)
que somaram juntos 6.606 votos. 94 candidatos ficaram com menos de 500 votos.
Ao andar pela cidade, circular por aí, vemos muitos
candidatos eufóricos, se achando eleitos. Outros atacam os atuais edis pregando
que não haja reeleição de nenhum. Isso é algo quase impossível. Apesar dos
pesares, dos erros e desacertos, Papinha, Tieza, Arlindo, Cláudio e Cido
Saraiva, estão com a reeleição praticamente garantida. Só um tsunami os remove
da próxima legislatura. Beatriz, Carlinhos, Jaime, Batata, Claudino, com grande
chance de brigar pelas 5 vagas do meio. Depois temos aquele time de candidatos
novos ou de outras legislaturas, como Dunga, Mardegan, Luciano Pires, Profª. Marli, Olair
Bosco, João Moreira, Durvalina, Pichitelli, Chacon, Sancler, Platibanda, Márcio
Saito, que tiveram acima dos 1.000 votos, brigam novamente por outras 3 ou 4
vagas. Aos novatos, desconhecidos, sobram, 2, 3 vagas e estes terão que gastar
muita sola de sapatos, baterem de casa em casa nessa luta desesperadora.
Como vemos, não é nada fácil conseguir eleger-se
vereador. Os atuais ocupantes levam muita vantagem, são conhecidos. A campanha
será curta e o dinheiro idem. Por causa dos últimos escândalos, legislação mais
dura, controle maior de gastos e prestação de contas exigente, os novatos
sofrem muito e pouquíssimos chegarão lá. Quem viver verá! Hoje as campanhas são
totalmente diferentes de outros pleitos. Tudo é proibido. Não se pode doar, dar
nada como antigamente, um saco de cimento, uma cesta básica, ajudar com
dinheiro, uma cota de gasolina, um remédio. Antes os candidatos com maior poder
econômico usavam e abusavam. Faziam camisetas, bonés, bandanas, bandeiras,
adesivos de todo tipo e tamanho, chaveiros, canetas, etc. Hoje tudo é proibido.
O acesso à TV é limitado. Agora a moda é usar as tais redes sociais, estas vão
definir as eleições. Nem comícios acontecem hoje. Não se pode contratar os
grandes astros da música, que antes eram usados para atrair o povo. Quem vai
querer deixar de ver a novela prá ouvir analfabetos e candidatos completamente
despreparados?