sábado, 25 de junho de 2016

Os números eleitorais implacáveis!

Os números eleitorais são implacáveis!
A campanha eleitoral nem começou mas já tem candidatos à vereança contando vantagem, adotando o velho discurso do “já tô eleito”, ou se achando entre os eleitos. Toda cautela nesse momento é necessária, prudente, assim, evita-se a enorme frustração, a amarga decepção na noite de 2 de outubro. Dependendo das coligações, o candidato precisará arrancar água de pedra, ou leite de onça. É um enorme desafio, algo como ganhar na loteria. Araçatuba terá cerca de 143 mil eleitores aptos a votarem. Para os mais exigentes nas contas, o assustador Coeficiente Eleitoral deve ficar em torno de 8 mil votos, ou seja, o partido terá que, no conjunto de todos os candidatos, fazer mais de 8 mil votos para eleger um deles. Para conseguir ser eleito, o candidato precisará ter mais de 800 votos.

Uma olhada nos números de 2012 não é nada animadora. Tivemos na disputa para vereador na última eleição, 143 candidatos. O mais votado foi Cido Saraiva (PMDB), com 5.232 votos. O último dos eleitos (12º), Gilberto Batata, com 2.236 votos. Logo, percebe-se que este ano, serão disputadas 15 cadeiras, o candidato precisará obter muitos votos se quiser chegar lá. Desses candidatos na eleição passada, apenas 5 obtiveram mais de 2 mil votos e mesmo assim não se elegeram. Cerca de 14 tiveram entre 1.000 a 2.000 votos. Desses 18 tiveram acima de 500 e menos de 1.000 votos. Logo, obter 2.000 votos não será garantia de sagrar-se eleito. Claro, dependerá das combinações, das coligações. Único partido a eleger dois candidatos foi o PPS (Edna Flor e Arlindo Araújo) que somaram juntos 6.606 votos. 94 candidatos ficaram com menos de 500 votos.

Ao andar pela cidade, circular por aí, vemos muitos candidatos eufóricos, se achando eleitos. Outros atacam os atuais edis pregando que não haja reeleição de nenhum. Isso é algo quase impossível. Apesar dos pesares, dos erros e desacertos, Papinha, Tieza, Arlindo, Cláudio e Cido Saraiva, estão com a reeleição praticamente garantida. Só um tsunami os remove da próxima legislatura. Beatriz, Carlinhos, Jaime, Batata, Claudino, com grande chance de brigar pelas 5 vagas do meio. Depois temos aquele time de candidatos novos ou de outras legislaturas, como Dunga, Mardegan, Luciano Pires, Profª. Marli, Olair Bosco, João Moreira, Durvalina, Pichitelli, Chacon, Sancler, Platibanda, Márcio Saito, que tiveram acima dos 1.000 votos, brigam novamente por outras 3 ou 4 vagas. Aos novatos, desconhecidos, sobram, 2, 3 vagas e estes terão que gastar muita sola de sapatos, baterem de casa em casa nessa luta desesperadora.

Como vemos, não é nada fácil conseguir eleger-se vereador. Os atuais ocupantes levam muita vantagem, são conhecidos. A campanha será curta e o dinheiro idem. Por causa dos últimos escândalos, legislação mais dura, controle maior de gastos e prestação de contas exigente, os novatos sofrem muito e pouquíssimos chegarão lá. Quem viver verá! Hoje as campanhas são totalmente diferentes de outros pleitos. Tudo é proibido. Não se pode doar, dar nada como antigamente, um saco de cimento, uma cesta básica, ajudar com dinheiro, uma cota de gasolina, um remédio. Antes os candidatos com maior poder econômico usavam e abusavam. Faziam camisetas, bonés, bandanas, bandeiras, adesivos de todo tipo e tamanho, chaveiros, canetas, etc. Hoje tudo é proibido. O acesso à TV é limitado. Agora a moda é usar as tais redes sociais, estas vão definir as eleições. Nem comícios acontecem hoje. Não se pode contratar os grandes astros da música, que antes eram usados para atrair o povo. Quem vai querer deixar de ver a novela prá ouvir analfabetos e candidatos completamente despreparados?

sábado, 18 de junho de 2016

Araçagüi ou Birituba?

Araçatuba e Birigui buscam integrar-se

A semana foi brindada com uma notícia extremamente importante para os moradores de Araçatuba e Birigui. Num evento empresarial promovido pela Prefeitura de Araçatuba, os prefeitos das duas cidades, Carlos Hernandes e Pedro Bernabé assinaram um acordo de integração entre os dois municípios nos campos da economia, infra-estrutura urbana, ocupação do solo, processo de crescimento imobiliário e demográfico, etc. Coube ao empresário Olavo Tarraf, do Grupo Tarraf, de São José do Rio Preto, anunciar na prática esse movimento, com a implantação de um grandioso condomínio exatamente no limite entre as duas cidades, onde se erguerá um complexo de residências, serviços, conveniências, comércio e um maravilhoso parque verde com amplas avenidas. Vários empresários com empreendimentos em Araçatuba, como Paulo Roberto de Oliveira, presidente da GS Inima, empresa controladora da Samar, que abordou as ações da empresa em outras localidades e os investimentos que devem ser feitos em Araçatuba. Olavo Tarraf anunciou o empreendimento entre Araçatuba e Birigui.  Também esteve Amir Mansour (Pau Brasil Empreendimentos Imobiliários), Antônio Guilherme (Sociedade Paulista de Empreendimentos), Rafael Ferreira (Ferreira Engenharia), Edson Marques (Posto Apha Ville Star), Cícero de Toledo Piza (Grupo Aval) e José Manoel (Parque Aquático Thermas).
Os empresários anunciaram investimentos em diferentes setores, como imobiliário, serviços e lazer.

O prefeito de Araçatuba, Carlos Hernandes e de Birigui, Pedro Bernabé, assinaram o Protocolo e Intenções junto com o empresário Olavo Tarraf. 


Birigui participou do evento com uma comitiva. Secretários municipais, diretores e servidores do Executivo acompanharam o prefeito Pedro Bernabé, que destacou a importância da parceria entre as prefeituras.

"O crescimento populacional das duas cidades é visível e o fluxo de trânsito nas rodovias de acesso vem aumentando. Essa integração logística possibilita a implantação de empreendimentos imobiliários, automotivo, da construção civil, do setor agronegócios, entre outros, ocupando áreas na divisa territorial dos municípios", citou Pedro Bernabé.

O prefeito de Birigui disse que a Prefeitura pretende ajudar na implantação de um corredor imobiliário na Teotônio Vilela, onde será instalado um sistema hoteleiro e comercial, além de empreendimentos nas áreas de alimentação e educacional.

Com a assinatura do documento, as prefeituras das duas cidades irão analisar, em conjunto, a expansão de atividade da indústria, comércio e serviços de desenvolvimento de projetos integrados de infra-estrutura.

O prefeito de Araçatuba, Carlos Hernandes, desde o ano passado vem trabalhando para viabilizar esta integração de esforços entre os dois municípios. Hernandes fala em transformar a Rodovia Teotônio Vilela em uma avenida devido ao número de empreendimentos que vem recebendo. 

Sem dúvida, uma excelente notícia para os birigüienses e araçatubenses que juntos somam mais de R$ 8 Bilhões do PIB e quase 400 mil habitantes. Destaca-se Araçatuba com sua forte vocação comercial e de serviços e Birigui com seu poderoso parque industrial. A região num curto espaço de tempo se transformará numa metrópole atraindo ainda mais novos investimentos e também fortalecendo o campo universitário que hoje já atrai milhares de estudantes de toda a região. (Sobre um texto de Antonio  Crispim, d'O Liberal Regional de 17.6.16). 


sábado, 11 de junho de 2016

Governar o ingovernável!

Sem acordos, o executivo não governa!

Hoje no Brasil existem registrados quase 40 partidos políticos e aguardam no TSE o registro, outros 21 novos partidos. Será que o Brasil necessita desse mundo de agremiações políticas? Beira o ridículo, a chacota, iniciativas em se criar partidos já denominados oficialmente como Partido Corintiano, Partido Novo, Partido Militar, Partido da Mulher, etc. O tal Partido Novo, após um ano já não será mais novo. Além da objetividade, do interesse  e da criatividade, falta a esses políticos, uma dose de originalidade. Será que o país necessita dessa demanda tão grande de grupos políticos? Claro que não! A maioria desses agrupamentos, atendem à interesses mesquinhos, inconfessáveis, escusos. Atendem a interesses de pequenos grupos isolados. São partidos de uma só pessoa, de meia dúzia de gente mal intencionada cujo objetivo é ser “dono” de uma sigla, transformando-a em moeda de troca nas campanhas eleitorais. Os presidentes desses partidos, principalmente os tais “nanicos”, buscam usufruir de benefícios advindos em troca de favores, benesses, cargos eventuais. Eles trocam, vendem o tempo a que o partido tem direito no rádio e TV, que de gratuito só tem o nome. Na verdade, esse universo de partidos causam um enorme mal à democracia.

Os candidatos à cargos eletivos, principalmente no executivo (prefeitos, governadores e presidentes), precisam “negociar” com os presidentes dessa miríade de siglas. Negociar é o termo adequado ao tema. De um lado o candidato vai precisar de ampliar seu tempo no rádio e TV já que em função da enormidade de tantos partidos, sobram poucos minutos, mesmo destinado aos grandes partidos. É aqui que nasce a corrupção, o troca-troca de favores e benesses que eventualmente o candidato possa oferecer. Comumente troca-se esses valiosos minutos ou segundos por cargos, dinheiro e favores. Essa relação incestuosa macula o processo democrático, deixando o eventual candidato refém desses partidos. Não há muita possibilidade de se eleger uma bancada fiel ao candidato, havendo uma pulverização dos votos, elegendo-se poucos candidatos por partido. Forçando-se assim o candidato a ceder às pressões, às verdadeiras chantagens impostas por esses partidos, notadamente os chamados “nanicos”, visto que sendo agremiações isoladas de uma só pessoa, isso facilita as tais negociações. Sem esses “acordos”, o executivo não governa.

Neste pleito municipal, o candidato de oposição Dilador Borges (PSDB), está recebendo apoio de quase 15 partidos. Dos grandes e relevantes, PSDB, PSB, PPS, os demais são “nanicos”, cujos líderes, muitos são candidatos à vereança estão interessados em viabilizar suas candidaturas e “negociam” acordos muitas vezes nada republicanos e na maioria das vezes, visam interesses pessoais. Do outro lado, ainda sem um nome escolhido, o grupo da situação, também conta com o respaldo de cerca de 15 partidos. Desses, os grandes, PMDB, PT, PTB são apoiados por outras siglas nanicas cujos presidentes já estão “mamando” nas têtas públicas pois compromissos havidos desde a eleição do prefeito Cido Sério (PT), arrastou para dentro da administração vários nomes já conhecidíssimos nas práticas imorais e anti-éticas oriundas dessas negociações profanas que resultam numa deformação lógica daquilo que alguns pregam nos discursos mas praticam de forma diversa. José Vitor Botelho, do minúsculo PTdoB está pendurado na administração municipal desde que Noé desembarcou da arca.

Mas qual a “força política” desse PTdoB? Por quê Vitor Botelho se mantém em cargos há tanto tempo? Além dele ter um cargo comissionado, indicou o secretário de Obras, seu sobrinho, Sandro Botelho Cubas e também o atual Corregedor-Geral, Tadami Kawata, outro que vive pendurado numa têta municipal há séculos. A origem dessa “força política” óbviamente deve estar ligada ao apoio e ao voto do único vereador do partido, Cabo Claudino. Assim acontece com os demais vereadores da bancada situacionista – Beatriz Nogueira, Claudio Henrique, Gilberto Batata, Cido Saraiva e Jaime José. Cada um, de um partido nanico diferente. Sem condições de ter uma bancada de um único partido, o prefeito é obrigado à negociar cargos, benesses em troca de apoio parlamentar e sua sustentação no legislativo. Se não fizer isto, não conseguirá governar, ter apoio aos seus projetos enviados à apreciação. É assim em Araçatuba, é assim em todo o Brasil. Esta é a raiz da corrupção, da roubalheira, do troca-troca entre legislativo e executivo. Esperar que esta situação se mude em 2017, certamente não acontecerá. Os hábitos e costumes dessa política rasteira vão continuar. São modos operacionais arraigados entre os políticos brasileiros.

sábado, 4 de junho de 2016

O adeus a Argemiro:

Foi-se um guerreiro - Argemiro L. Santos!
Eu e Argemiro Santos, participamos de várias lutas em defesa da cidadania. Era um parceiro sempre presente nas sessões da Câmara Municipal de Araçatuba.

A cena política araçatubense ficou órfã, triste com a morte do líder comunitário Argemiro Luciano dos Santos, morador do Jd. América, ali no entorno da Lagoa das Flores que para ele era um santuário. Apesar de travar com esta lagoa uma antiga luta afim de evitar as inundações e invasões das águas nas casas próximas, Argemiro dedicava um imenso amor ao local onde plantou as acácias amarelas e ouvia o canto dos pássaros. Mas ele perdeu a luta. Foi-se, sem conseguir sensibilizar o poder público na busca de uma solução perene para o grave problema. Morreu, como milhares de tantos brasileiros, vítima do descaso, da omissão dos gestores públicos.

Argemiro era um "vereador emérito", sem salário. Percorria toda a cidade, conhecia como ninguém as ruas, becos e vielas, sempre fotografando e denunciando as mazelas, os graves problemas de estrutura urbana da cidade. Teve vários "perrengues" com prefeitos e vereadores por causa das cobranças que fazia em sua luta incansável em prol da cidadania. Foi candidato a vereança duas vezes, não conseguindo eleger-se porque infelizmente, o povo, o eleitor ainda prefere vender, trocar seu voto por favores e benesses. Lamentavelmente muitos eleitores não sabem reconhecer os méritos de quem realmente trabalha, luta em prol do povo. E era contra isso que Argemiro lutava. Ele pregava uma total independência para que vereadores não tivessem  compromissos com o prefeito, troca de apoio por cargos e outros benefícios pessoais. Clamou, lutou no deserto.


Era um cidadão no sentido claro da palavra. Envolvia-se em todos os movimentos na luta pela moralidade pública, pela decência e honradez na política.Ultimamente participou do  movimento #VEMPRARUA e sua ultima bandeira ao nosso lado foi a luta pela redução do salário dos vereadores. Tive a honra e o privilégio de gozar de sua amizade e da constante troca de idéias na luta contra a corrupção e a má gestão do dinheiro público. Era um parceiro constante e presente. Sua "cadeira cativa" na câmara de Araçatuba ficará vazia, deixará saudades. Tombou um grande homem, um cidadão ímpar. Uma pessoa de caráter. Éramos parceiros de ideais na luta contra a corrupção, as mazelas dos gestores públicos e o mau uso do dinheiro público. Da mesma forma que eu, Argemiro se indignava com a vergonhosa atuação de determinados vereadores que ele chamava sempre de “lambe-botas” do prefeito.


Foi candidato a vereador duas vezes, tendo pequena votação, uma demonstração clara de que o povo ainda prefere vender, trocar o voto por brindes, por favores e benesses pessoais. O eleitor ainda vota com cabresto, ainda vota preferindo escolher corruptos declaradamente conhecidos e políticos desonestos. Lamentavelmente, a grande maioria dos eleitores não levam em conta o caráter, a dignidade, a honra pessoal do candidato. Não avaliam o passado e a atuação na vida particular e profissional do candidato. Assim, como explicar o fato de uma pessoa tão dedicada às causas públicas, tão interessada na luta em prol  da comunidade, ter poucos votos e não se eleger? Isso responde à muitas pessoas que perguntam igualmente à mim, por quê não sou candidato à vereador em Araçatuba?! E eu respondo – simples. As pessoas teriam que votar em minhas idéias e propostas. Não vou comprar votos nem trocar por nada. Dos atuais partidos existentes, nenhum se encaixa no perfil do meu interesse, ou seja, eu nunca me filiaria em nenhum desses partidos aí existentes. A grande maioria é presidida por pessoas velhacas, interesseiras em vender o tempo no rádio e TV, trocam apoio por cargos na administração e são gente desonesta e com má intenção. Se no Brasil pudesse haver candidaturas independentes, aí sim, eu poderia candidatar-me, mas no modelo atual, nem pensar.