Encontro histórico entre Francisco I e Kirill I
Um encontro histórico
ocorreu em Havana (Cuba) entre o Papa Francisco I, líder da Igreja Católica
Apostólica Romana Kirill I (Cirilo I), líder da Igreja Ortodoxa Russa, o Patriarca de Moscou. É a primeira vez em
962 anos que líderes desses dois segmentos do cristianismo se encontram. Desde
1054 quando houve o chamado “Cisma”, não havia um encontro pessoal entre esses
líderes. Naquele ano, a igreja de Constantinopla (Oriente) e a igreja de Roma
(Ocidente) se separaram ambos os chefes dessas representações se
auto-excomungaram. Esta separação aconteceu devido às diversas interpretações
doutrinárias, os costumes adotados e a crença no Espírito Santo, vista de forma
diferente. O império romano já cambaleava, as invasões bárbaras se
intensificavam no Ocidente, muitas destas, com a conivência dos religiosos de
Constantinopla. Por quase mil anos, estiveram separados e alvos de grandes
polêmicas, notadamente sob o ponto em que os ortodoxos se alinhavam às
políticas de ocupação dos czares e, depois dos comunistas. Durante os últimos cem
anos, o distanciamento de acentuou em decorrência dos eventos que levaram à I e
II Guerras Mundiais, a Guerra Fria, etc. Os papas em Roma preferiram manter-se
distantes. Só agora sob o governo de Francisco I, ocorre esta aproximação.
A informação dada pelo
Vaticano é que esta aproximação com Kirill I deve-se a este momento de intensa
perseguição contra os cristãos, os católicos no Oriente Médio, especialmente
partindo da atuação do Estado Islâmico que assola o Iraque, Síria, Egito, regiões
da África e parte do mundo islâmico. Até que ponto uma união entre as igrejas
de Roma e Moscou vai alterar esta situação, só o tempo dirá. Pelo lado de
Francisco I, o mundo católico reza e espera a vinda de dias melhores e o
livramento daqueles que estão sendo violentamente perseguidos pelos terroristas
e governos comprometidos com o Estado Islâmico.
Francisco já demonstrou sua vocação em buscar uma harmonia com todos os
segmentos religiosos, entre os quais, judeus, mulçumanos, etc. Já visitou
mesquitas, sinagogas e outros edifícios considerados sagrados para as varias
religiões. Roma tem dado mostras de aceitação de várias mudanças em seus
próprios dogmas, doutrinas para se alcançar um bom relacionamento com outras
religiões.
Mas e esse
Kirill I (Cirilo, em português)? Pouco conhecido no Ocidente, é Patriarca da
Igreja Cosmopolita em Moscou, mas à nosso ver não inspira confiança. Na década de 1990, Cirilo foi acusado de ter ligações com a KGB durante
boa parte do período soviético, assim como muitos membros da hierarquia da
Igreja Ortodoxa Russa, e de ter os interesses do estado acima dos interesses da
igreja. Seu suposto nome secreto como agente da KGB seria
"Mikhailov". Jornalistas do “Kommersant” e “Moskovskij Komsomolets” acusaram Cirilo
de especulação econômica e abuso de privilégio pela importação franqueada de cigarros
concedida pela igreja em meados da década de 1990, e Cirilo ganhou o apelido
"metropolita do tabaco". Segundo relatos, o Departamento de
Relações Externas da igreja agiu como o maior provedor de cigarros estrangeiros
na Rússia. Estima-se que os bens pessoais de Cirilo totalizem 1,5 bilhões
de dólares, segundo o sociologista Nikolai Miotrokhin,em 2004. Segundo o “The
Moscow News”, o patrimônio de Cirilo
poderia alcançar 4 bilhões de dólares em 2006. No entanto, Nathaniel
Davis notou que "... Não há
evidências que o metropolita Cirilo tenha desviado recursos da igreja. O que é
mais provável é que os lucros da importação de tabaco tenham sido usados para
motivos urgentes, expressando as custas da igreja. A importação franqueada
de cigarros foi finalizada em 1997. Numa entrevista de 2002 para o jornal “Izvestia”
, o então metropolita Cirilo chamou as alegações sobre suas especulações
comerciais como uma campanha política contra ele. Resta saber o por quê um
líder religioso teria esse “privilégio” de envolver-se” na importação de
cigarros (tabaco). Soa muito estranho também que tenha uma fortuna como esta. Um líder religioso não pode ter qualquer
nenhuma coisa, nenhum fato que macule sua honra, sua dignidade pessoal. Sobre
Francisco I, ao que parece, goza de imenso prejuízo, uma conduta inatacável,
como franciscano, sempre levou uma vida humilde, ímpar e sincera. O mesmo não
se pode dizer de Kirill I, que não parece demonstrar o mínimo em humildade, só
em ter comparecido ao encontro trajando ricas e pomposas vestimentas. Não demonstra
ser confiável. De prático, vamos aguardar os resultados desse encontro, a nosso
ver, apenas protocolar. Em nada vai mudar no dia a dia do povo católico ou
cristão.
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