sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Papa Francisco e Kirill I:

Encontro histórico entre Francisco I e Kirill I 


Um encontro histórico ocorreu em Havana (Cuba) entre o Papa Francisco I, líder da Igreja Católica Apostólica Romana Kirill I (Cirilo I), líder da Igreja Ortodoxa Russa,  o Patriarca de Moscou. É a primeira vez em 962 anos que líderes desses dois segmentos do cristianismo se encontram. Desde 1054 quando houve o chamado “Cisma”, não havia um encontro pessoal entre esses líderes. Naquele ano, a igreja de Constantinopla (Oriente) e a igreja de Roma (Ocidente) se separaram ambos os chefes dessas representações se auto-excomungaram. Esta separação aconteceu devido às diversas interpretações doutrinárias, os costumes adotados e a crença no Espírito Santo, vista de forma diferente. O império romano já cambaleava, as invasões bárbaras se intensificavam no Ocidente, muitas destas, com a conivência dos religiosos de Constantinopla. Por quase mil anos, estiveram separados e alvos de grandes polêmicas, notadamente sob o ponto em que os ortodoxos se alinhavam às políticas de ocupação dos czares e, depois dos comunistas. Durante os últimos cem anos, o distanciamento de acentuou em decorrência dos eventos que levaram à I e II Guerras Mundiais, a Guerra Fria, etc. Os papas em Roma preferiram manter-se distantes. Só agora sob o governo de Francisco I, ocorre esta aproximação.

A informação dada pelo Vaticano é que esta aproximação com Kirill I deve-se a este momento de intensa perseguição contra os cristãos, os católicos no Oriente Médio, especialmente partindo da atuação do Estado Islâmico que assola o Iraque, Síria, Egito, regiões da África e parte do mundo islâmico. Até que ponto uma união entre as igrejas de Roma e Moscou vai alterar esta situação, só o tempo dirá. Pelo lado de Francisco I, o mundo católico reza e espera a vinda de dias melhores e o livramento daqueles que estão sendo violentamente perseguidos pelos terroristas e governos comprometidos com o Estado Islâmico.  Francisco já demonstrou sua vocação em buscar uma harmonia com todos os segmentos religiosos, entre os quais, judeus, mulçumanos, etc. Já visitou mesquitas, sinagogas e outros edifícios considerados sagrados para as varias religiões. Roma tem dado mostras de aceitação de várias mudanças em seus próprios dogmas, doutrinas para se alcançar um bom relacionamento com outras religiões.

Mas e esse Kirill I (Cirilo, em português)? Pouco conhecido no Ocidente, é Patriarca da Igreja Cosmopolita em Moscou, mas à nosso ver não inspira confiança.   Na década de 1990, Cirilo foi acusado de ter ligações com a KGB durante boa parte do período soviético, assim como muitos membros da hierarquia da Igreja Ortodoxa Russa, e de ter os interesses do estado acima dos interesses da igreja. Seu suposto nome secreto como agente da KGB seria "Mikhailov". Jornalistas do “Kommersant” e “Moskovskij Komsomolets” acusaram Cirilo de especulação econômica e abuso de privilégio pela importação franqueada de cigarros concedida pela igreja em meados da década de 1990, e Cirilo ganhou o apelido "metropolita do tabaco". Segundo relatos, o Departamento de Relações Externas da igreja agiu como o maior provedor de cigarros estrangeiros na Rússia. Estima-se que os bens pessoais de Cirilo totalizem 1,5 bilhões de dólares, segundo o sociologista Nikolai Miotrokhin,em 2004. Segundo o “The Moscow News, o patrimônio de Cirilo poderia alcançar 4 bilhões de dólares em 2006. No entanto, Nathaniel Davis notou que "... Não há evidências que o metropolita Cirilo tenha desviado recursos da igreja. O que é mais provável é que os lucros da importação de tabaco tenham sido usados para motivos urgentes, expressando as custas da igreja. A importação franqueada de cigarros foi finalizada em 1997. Numa entrevista de 2002 para o jornal “Izvestia” , o então metropolita Cirilo chamou as alegações sobre suas especulações comerciais como uma campanha política contra ele. Resta saber o por quê um líder religioso teria esse “privilégio” de envolver-se” na importação de cigarros (tabaco). Soa muito estranho também que tenha uma fortuna como esta.  Um líder religioso não pode ter qualquer nenhuma coisa, nenhum fato que macule sua honra, sua dignidade pessoal. Sobre Francisco I, ao que parece, goza de imenso prejuízo, uma conduta inatacável, como franciscano, sempre levou uma vida humilde, ímpar e sincera. O mesmo não se pode dizer de Kirill I, que não parece demonstrar o mínimo em humildade, só em ter comparecido ao encontro trajando ricas e pomposas vestimentas. Não demonstra ser confiável. De prático, vamos aguardar os resultados desse encontro, a nosso ver, apenas protocolar. Em nada vai mudar no dia a dia do povo católico ou cristão.

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