Precisamos de mais partidos políticos?
Vários políticos de Araçatuba, estão se
movimentando, colhendo assinaturas com vistas a dar condições para a criação de
mais partidos políticos no Brasil. Edna Flor, Gilberto Batata, Rivael Papinha e
o ex-vice-prefeito Antonio Barreto dos Santos, apesar de estarem filiados a
partidos querem criar outros. No país já
existem registrados no TSE, 32 partidos e segundo se sabe, há movimentos
tentando a fundação de pelo menos mais 41 novas siglas. O mais curioso disso
tudo é que as pessoas que lideram tais movimentos, já são filiadas em partidos
existentes, o que, em tese se poderia considerar como um gesto de infidelidade
partidária, afinal, que interesse ou interesses existem para quem já estando
regularmente filiado a um partido, deseje a criação de outros?
É uma vergonha, um acinte contra a
cidadania tais movimentos, pois sabemos que a maioria dos políticos e filiados
a partidos, com certeza sequer leram ou conhecem o estatuto partidário a que
pertencem. Há um conflito ideológico imprevisível, misturando-se propostas e
idéias totalmente contrárias, conflitantes. Como explicar que em diversos
pontos do país, partidos diametralmente opostos, por meros interesses e
caprichos locais se uniram como PT e PSDB, por exemplo, que, teoricamente,
ideologicamente são opostos. Mas nesse
país desorganizado estruturalmente, politicamente, tudo é possível. Políticos
pertencentes à siglas adversárias, de repente esquecem suas diferenças e se
unem.
Nas fortes democracias européias e nos
Estados Unidos, os partidos são organizações sólidas, firmes. Não se misturam
não se juntam. Uma criança nos EUA quando nasce numa família tradicionalmente
republicana ou democrata, segue essa tendência, como se torce por um time, são
fiéis, leais indefinidamente e se identificam se confundem como é o caso da
tradicional família Kennedy e outros ligados por laços indestrutíveis com o
partido. Não se vê os políticos mudando de partidos todos os dias como acontece
no Brasil. Tem político que a cada eleição aparece num partido diferente, o que
contribui ainda mais para a total desagregação e desmoralização do sistema
eleitoral brasileiro.
Hoje, o congresso brasileiro abarca 28
partidos. Claro, os mais expressivos, PT, PMDB, PSDB, PTB, PDT, PSB dominam,
controlam a cena política. Os demais são meros coadjuvantes, são estepes, servem
como suporte, como moeda de troca por cargos, por espaços no governo em todas
as instâncias nacionais. Há casos de partidos que em nível federal apóiam o
governo do PT, e nos estados e municípios, desobedecendo à hierarquia
partidária, apóiam, se unem ao PSDB, etc. É uma total balbúrdia, uma
desorganização político-ideológica que confunde o eleitor, misturam princípios,
propósitos e idéias e destrói o principio da fidelidade partidária.
É necessária a criação de mais partidos
no Brasil? Cremos que não! Esses movimentos que buscam estabelecer novas
agremiações prestam um desserviço ao povo, à cidadania. No fundo, tais
iniciativas são condenáveis, pois escondem a verdadeira intenção desses pseudo-donos
de partidos. Ganhar espaços, barganhar cargos na administração, “vender” o
tempo (segundos) no horário de rádio e TV, extorquirem dinheiro, benesses do
poder, corromper, praticar o nefasto escambo numa relação incestuosa entre
partidos e governantes. Enfim, o Brasil precisa de ação, de trabalho de empenho
desses políticos na busca de soluções frente aos graves problemas nacionais.
Criar novos partidos, aumentar o número de cadeiras para vereadores, é apenas
uma cortina de fumaça a esconder os condenáveis e levianos propósitos de gente
mal intencionada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário