sábado, 7 de fevereiro de 2015

Precisamos de novos partidos políticos?

Precisamos de mais partidos políticos?



Vários políticos de Araçatuba, estão se movimentando, colhendo assinaturas com vistas a dar condições para a criação de mais partidos políticos no Brasil. Edna Flor, Gilberto Batata, Rivael Papinha e o ex-vice-prefeito Antonio Barreto dos Santos, apesar de estarem filiados a partidos querem criar outros.  No país já existem registrados no TSE, 32 partidos e segundo se sabe, há movimentos tentando a fundação de pelo menos mais 41 novas siglas. O mais curioso disso tudo é que as pessoas que lideram tais movimentos, já são filiadas em partidos existentes, o que, em tese se poderia considerar como um gesto de infidelidade partidária, afinal, que interesse ou interesses existem para quem já estando regularmente filiado a um partido, deseje a criação de outros?

É uma vergonha, um acinte contra a cidadania tais movimentos, pois sabemos que a maioria dos políticos e filiados a partidos, com certeza sequer leram ou conhecem o estatuto partidário a que pertencem. Há um conflito ideológico imprevisível, misturando-se propostas e idéias totalmente contrárias, conflitantes. Como explicar que em diversos pontos do país, partidos diametralmente opostos, por meros interesses e caprichos locais se uniram como PT e PSDB, por exemplo, que, teoricamente, ideologicamente são opostos.  Mas nesse país desorganizado estruturalmente, politicamente, tudo é possível. Políticos pertencentes à siglas adversárias, de repente esquecem suas diferenças e se unem.

Nas fortes democracias européias e nos Estados Unidos, os partidos são organizações sólidas, firmes. Não se misturam não se juntam. Uma criança nos EUA quando nasce numa família tradicionalmente republicana ou democrata, segue essa tendência, como se torce por um time, são fiéis, leais indefinidamente e se identificam se confundem como é o caso da tradicional família Kennedy e outros ligados por laços indestrutíveis com o partido. Não se vê os políticos mudando de partidos todos os dias como acontece no Brasil. Tem político que a cada eleição aparece num partido diferente, o que contribui ainda mais para a total desagregação e desmoralização do sistema eleitoral brasileiro.

Hoje, o congresso brasileiro abarca 28 partidos. Claro, os mais expressivos, PT, PMDB, PSDB, PTB, PDT, PSB dominam, controlam a cena política. Os demais são meros coadjuvantes, são estepes, servem como suporte, como moeda de troca por cargos, por espaços no governo em todas as instâncias nacionais. Há casos de partidos que em nível federal apóiam o governo do PT, e nos estados e municípios, desobedecendo à hierarquia partidária, apóiam, se unem ao PSDB, etc. É uma total balbúrdia, uma desorganização político-ideológica que confunde o eleitor, misturam princípios, propósitos e idéias e destrói o principio da fidelidade partidária.

É necessária a criação de mais partidos no Brasil? Cremos que não! Esses movimentos que buscam estabelecer novas agremiações prestam um desserviço ao povo, à cidadania. No fundo, tais iniciativas são condenáveis, pois escondem a verdadeira intenção desses pseudo-donos de partidos. Ganhar espaços, barganhar cargos na administração, “vender” o tempo (segundos) no horário de rádio e TV, extorquirem dinheiro, benesses do poder, corromper, praticar o nefasto escambo numa relação incestuosa entre partidos e governantes. Enfim, o Brasil precisa de ação, de trabalho de empenho desses políticos na busca de soluções frente aos graves problemas nacionais. Criar novos partidos, aumentar o número de cadeiras para vereadores, é apenas uma cortina de fumaça a esconder os condenáveis e levianos propósitos de gente mal intencionada.

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