domingo, 13 de abril de 2014

Ética na Política? Onde???

Ética na política é marcada por interesses e intere$$es



                                   Aristóteles, assim como Sócrates, Platão foram os primeiros filósofos da Grécia clássica a tratarem a ética como pilastra nas relações humanas, na sociedade, nos negócios, na política. Tinham uma visão humanista do tema e buscaram aplicá-la no dia-a-dia e nas acaloradas discussões na “Ágora”, a praça pública. Com o passar do tempo, essas virtudes de honradez, decência, moral, respeito, foram se adaptando aos novos horizontes e nas transformações da sociedade. Maquiavel buscou introduzir entre suas idéias reformistas, de que “os meios justificam os fins” e, sendo assim, para o “príncipe” se manter no poder, tudo era possível, tudo era permitido, mesmo que isso custasse a violação das leis, mesmo que o governante se voltasse contra seu próprio povo. Ao longo da história, vimos que tais propostas foram colocadas em prática, desde a ascensão do absolutismo francês e se espalhou pelo mundo, deixando a ética em segundo plano.
                                  O PT, fundado por Lula em 1980, surgiu no Brasil como uma alternativa às siglas existentes e já contaminadas pelo servilismo, pelas relações incestuosas com o poder de então e nascia com ideais de ética, moralidade pública, decência, honradez, etc. Pregava um discurso de respeito à “res pública”, no resgate da cidadania e no desapego aos costumes condenáveis e nas práticas políticas que privilegiavam grupos, famílias e esse discurso novo, de mudanças ganhou as ruas, as praças, as portas das fábricas do ABC, os sindicatos, as associações classistas tornando-se uma nova força na política nacional. No entanto, após seguidas e fracassadas tentativas de se atingir o poder político, Lula e seus seguidores mais próximos, viram que o neo-modelo petista não triunfaria, não obteria êxito se não fizesse concessões e mudasse seus rumos. Assim, o PT, um partido antes cheio de gente com elevado espírito público, com virtudes peregrinas resolveu ceder parte de suas doutrinas e dogmas, juntando-se às forças conservadoras, elitistas que vinham há décadas usufruindo das benesses do poder. Antes criticados, vilipendiados por petistas, os antigos opositores se transformam em aliados e amigos políticos. Lula abraça José Sarney, Antonio Carlos Magalhães, Jáder Barbalho, Fernando Collor de Mello, Paulo Maluf e outras fortes lideranças que desde o regime militar viviam à sombra do poder central. Assim o PT chega ao comando nacional, praticamente expulsa seus filiados mais ortodoxos que não aceitam essas alianças condenáveis, como Heloísa Helena, Marina Silva e outros. Aquele PT antes imaculado, puro, deixou de existir. Agora assimilando as mesmas práticas nefastas de seus novos aliados, muda seu discurso e passa agir negando suas origens, violando a ética chegando ao ponto em que deságua no maior escândalo político desse país, o “Mensalão”!
                                  A população, os eleitores esta semana foram “brindados” com a notícia de um acordo político entre o deputado Roquinho Barbiere e o prefeito Pedro Bernabé. Ferrenhos adversários políticos, envolvidos numa conjuntura política que resultou em uma enorme crise administrativa e institucional, mercê de processo movido por Barbiere contra Bernabé, e que por via de consequência atingiu a própria Câmara Municipal, arrastando os vereadores num verdadeiro “tsunami” cujos resultados ainda são imprevisíveis. E atônita a população questiona: “E a ética? A honra política, como ficam diante de seus eleitores a quem lhes foi confiado o voto?!” Até onde os agentes políticos, os tais homens públicos cumprem com seus compromissos feitos em praça pública?! Como confiar nos políticos?!
                                  Lula visitou Araçatuba para empurrar goela abaixo o seu candidato ao governo paulista e esquivou-se o dia todo em falar com a imprensa. Faz sentido. O PT hoje, mancomunado com seu irmão siamês, o PMDB está atolado até o pescoço em escândalos e mais escândalos na desastrada administração de Dilma, apresentada por Lula como uma “gerentona”, que está destruindo o maior patrimônio do povo, a Petrobrás. Lula foge da imprensa simplesmente por não ter moral, não ter coragem de responder aos questionamentos. Erra pois é dever dos homens públicos prestarem contas de seus atos. O duro disso tudo é assistir os “militontos”, puxa-sacos, baba-ovos se curvarem diante desta triste e repugnante figura, como nos velhos tempos de rasgação de seda. Sabem dos crimes do PT, estão lá dentro, mamando nas gordas têtas do poder e são regiamente pagos para baterem palmas para os líderes dessa verdadeira camarilha que, seguindo os maléficos ensinamentos de Maquiavel, querem por todos os meios se perpetuarem no poder.

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