domingo, 9 de outubro de 2011

Farra Política:

O troca-troca partidário no Brasil

Como sempre ocorre, faltando um ano para a realização de eleições no Brasil, acontece essa farra política, o troca-troca partidário, um autêntico desrespeito ao eleitor que eventualmente possíveis candidatos cometem apesar da legislação proibir em determinadas situações, os homens públicos  brasileiros de uma maneira geral que chafurdam nesse lamaçal chamado “política”, da noite para o dia trocam de sigla com a finalidade de atender aos mais escusos interesses, muitos desses motivados pelo jogo sujo do poder, a visão distorcida de se enganar o eleitorado para acobertar uma eventual derrota nas urnas. Muitas vezes, determinados políticos mudam de partido, tangidos por motivos aceitáveis  − falta de espaço na legenda, desentendimentos de ordem pessoal ou estrutural, falta de sintonia com o programa ou a atuação partidária vigente, etc. Em último caso,  o político com certeza leva em conta a opinião de seus eleitores, seus concidadãos. Nem é bom lembrar as inúmeras e constantes motivações espúrias quando o político é subornado para trocar de legenda partidária, quando muda de lado para atender nebulosos interesses de lideranças, etc. É uma prática leviana, nefasta, comum na vida política brasileira. Existem políticos que ao longo de seus quatro anos de mandato, muitas vezes trocam de partido até duas vezes ao ano.
Esta semana, precisamente no dia 7 de outubro, foi o prazo derradeiro para quem pretende candidatar-se ao pleito municipal em 2012, pudesse trocar de partido. Sem muita surpresa, em Araçatuba como sempre houve de tudo, até um presidente de partido que “dormiu no cargo” e amanheceu “deposto”. Nessa jogatina de interesses, não se leva em conta a doutrina, o programa partidário. Político que estava num partido tido de esquerda, da noite para o dia tem seu perfil ideológico alterado e pula para um partido de direita com a maior desfaçatez,  o maior cinismo. Como explicar por exemplo que o vereador Olair Bosco, filiado e eleito pelo PP, o partido do Maluf, um empresário de direita e de repente pula  para o PCdo B, partido de extrema esquerda?!!! Ou Edval da Madeireira, também do PP salta para o PTB, um partido de orientação trabalhista. É bom Lembrar que Edval da Madeireira é um empresário, um patrão, agora num partido de empregados. É uma incoerência, um desrespeito para com o eleitor. Será que estes dois políticos chegaram a ler o programa, o estatuto do novo partido antes de nele ingressar? Com certeza, não! Na Câmara Municipal de Araçatuba, 5 vereadores trocaram de partido. Platibanda foi o mais coerente, mudou-se de mala e cuia para o PSDB já que seu partido, o PMN apóia o atual prefeito. Ele era um estranho no ninho. As outras mudanças foram puro  oportunismo  e incoerência ideológica.
Tudo não passa de interesses mesquinhos,  interesses inconfessáveis com vistas a acomodar este ou aquele político frente ao pleito municipal de 2012. Nesse sentido, o prefeito Cido Sério (PT) atuou efetivamente em busca de arregimentar e organizar sua futura coligação. Cido Sério que perdeu basicamente o apoio do PDT e do PV, e agora do PP, tenta articular uma frente de partidos para lhe garantir não só  valiosos minutos na propaganda no rádio e TV como eventualmente manter maioria na base de sustentação caso consiga reeleger-se como prefeito de Araçatuba. Já Dilador Borges Damasceno, do PSDB como bom mineiro que é, conseguiu dar uma boa rasteira no atual prefeito, arregimentando significativas forças da sociedade. Resta agora, passado este período de mudanças partidárias, esperar os próximos passos dos conchavos e das conversas. O DEM, o PTB e esse novo partido do Kassab, o PSD ainda não deixaram claro seus rumos, se lançarão candidatos próprios ou apoiarão Cido ou Dilador. Pouco políticos no Brasil merecem respeito por sua atuação e história partidária. Aqueles que são coerentes, respeitam seus eleitores. Não mudam corriqueiramente de partido seja por motivos fúteis ou imperativos. Existem as situações anômalas das expulsões como foi o caso de Heloisa Helena e outros banidos pelo PT justamente por agirem de forma honesta, reta e seguindo a ideologia do partido. Lula preferiu a péssima companhia de Sarney, Collor, Calheiros e de outros mequetrefes e  sacripantas da política nacional em detrimento daqueles verdadeiros e honestos membros do PT.
O mais antigo partido político organizado como grupo representativo da sociedade, é o Whig, na Inglaterra e existe desde 1648. Em seguida vem os Conservadores (Torys) também atuante até hoje no Reino Unido e funciona desde 1678. No Brasil é uma verdadeira farra colorida de partidos cuja representatividade  é duvidosa. No TSE – Tribunal Superior Eleitoral existem hoje registrados cerca de 29 partidos políticos, mas claro, nem todos tem representatividade no congresso. O PMDB ao lado do PTB e PDT são os mais antigos (1981). É um “saco de gatos” essa infinidade de agremiações partidárias muitas delas nascidas em fundos de quintais ou em mesa de botequins desse Brasil, mais atrapalham que ajudam a democracia. Muitos servem de fachada, para serem “alugados”, usados de forma vil no período eleitoral, expondo na TV e rádio, figuras carimbadas e nefastas da política nacional. Muitos costumam “vender” seus preciosos segundos ou minutos no famigerado horário eleitoral.  Mas esta não é uma prática brasileira. Nos Estados Unidos existem 59 partidos, de todo tipo e excentricidade para todos os gostos e  interesses como o Partido da Escolha Pessoal. Mas na realidade só funcionam na vida política atuante dois partidos e antigos: O Partido Republicano, de 1854 e o Democrata, de 1836, do atual presidente Obama. Nos EUA pode até se candidatar sem pertencer  a partido político. Mas lá existe a coerência partidária. A criança já nasce republicana ou democrata. É inimaginável pensar que alguem que pertença ao Partido Republicano possa pular para o Democrata. É como o amor ao time de futebol, ou  de basquete.   Na Itália existem cerca de 19 partidos mas apenas 6 possuem representantes no parlamento. Na França são ao todo  19, mas apenas 14 atuam.Na Alemanha são 12 mas apenas 6 representam de fato o povo. Na Inglaterra, berço da democracia representativa e  dos direitos fundamentais, existem 6 partidos mas apenas dois se alternam  no poder, os Conservadores e os Trabalhistas. 
  

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