ARLINDO "CORTA AS ASAS" DAQUELE VEREADOR QUASE UM BEATO!
Arlindo quer evitar abusos e leitura demorada de trecho da bíblia.
O vereador Arlindo Araújo (PPS) resolveu “cortar as asinhas” daquele
vereador que é um anjo de candura, aquele mais santo, o mais “experiente”, o
que sabe tudo melhor que ninguém. Aquele da "cambada". A maioria dos vereadores aprovaram
propositura de Arlindo Araújo que determina o prazo de 3 minutos para que um
vereador leia um trecho da bíblia no início de cada sessão, como ocorre costumeiramente.
Arlindo tomou essa medida porque ainda este ano, esse vereador, aquele, quase
um beato, foi ler um trecho da bíblia e esqueceu que estava na câmara. Como ele frequenta uma igreja, sobe no altar,
fala mais que o padre, deitou falação na câmara, demorando cerca de 8 minutos
cansativos, que torraram a paciência do presentes, irritaram muita gente por
causa da inconveniência e o abuso. Como ambos já não se bicam há tempos, houve
nova troca de farpas e Arlindo reafirmou que “se preciso for, seja quem for, ele fará engolir pedaço de papel
impresso caso seja citado indevidamente”. O tal vereador, acovardado como
sempre, engoliu tudo em seco. Agora é lei – 3 minutos e pronto! Na verdade,
Arlindo deveria ter ido mais longe e pedido a simples extinção dessa babaquice,
dessa bobagem em ter que ler trechos bíblicos.
É preciso recordar que vivemos num Estado laico, onde não se mistura
religião com política, mas parece que os vereadores desconhecem essa norma.
A câmara de vereadores não é uma igreja, é uma casa de leis, onde os
ditos representantes do povo devem debater, discutir, assuntos temporais, reais
do dia a dia da comunidade. Levar temas religiosos para o centro das discussões,
fere o princípio da isonomia, ou seja, todas as religiões acreditadas no Brasil
e não são poucas, deveriam ter espaço e voz no ambiente de debates. As coisas
já começam errado quando temos uma Constituição Federal com um “Preâmbulo” que
cita – “ ...promulgamos, sob a proteção
de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil”. Isso
foi um erro, um herança do Brasil Império quando a Carta de 1824 apontava ser a
religião católica apostólica romana, a oficial do Brasil. Com o advento da
República, isso foi abolido, mas o costume continua. Todas as constituições
estaduais do Brasil mantêm esse “preâmbulo”, exceto Acre e Alagoas. É uma
excrescência, uma aberração, pois o preâmbulo não tem força de lei. Em
Araçatuba, isso já deveria ter sido abolido, mas falta coragem política aos
vereadores, tomarem esta medida, assim como retirarem o crucifixo da parede do
plenário.
O vereador quase um beato não vai poder transformar a tribuna da câmara num púlpito religioso.
É uma palhaçada, um acinte, um deboche, um escárnio que depois de
lerem o texto bíblico, os vereadores caiam na orgia dos prazeres de “Mamon”. Todos sabem o que se passa no
mundo da política no Brasil ultimamente. Só não tem santos. Corrupção,
bandalheira, roubalheira, troca de favores por cargos, Todo tipo de imundície e
sujeira, fartamente denunciadas na mídia. E vem o vereador que mentiu,
ludibriou, enganou, se elegeu em cima de uma farsa tapeando os eleitores, falar
em deus, em santidade da alma etc. O próprio Jesus Cristo advertiu esses falsos
hipócritas: “Ai de vós escribas e
fariseus hipócritas! Sois como sepulcros caiados: por fora parecem belos e
formosos, mas por dentro estão cheio de ossos de cadáveres e podridão!” Mat. 23.
A medida tomada pelo vereador Arlindo deveria ser aquela de dar um fim nessa
hipocrisia, nessa demagogia. Em Birigui por exemplo, não se lê trechos da
bíblia. E preciso que os vereadores tenham coragem de enfrentar a opinião
pública e não serem coniventes, covardes de assumirem uma postura aberta e
leal. No Brasil virou moda eleger bancada evangélica, bancada disso e mais
aquilo. É um absurdo, que uma igreja evangélica envolvida em inúmeras denúncias
de irregularidades, controle um partido político no Brasil. É o fim!
A casa legislativa representa toda uma sociedade e não apenas um
grupo ou parte. Como tal deve comportar-se de forma equânime, igual. Todos
devemos ter oportunidades iguais. Favorecer esta ou aquela denominação
religiosa está errado e tomar estas medidas que visem estabelecer a laicidade
do Estado, é de elevado interesse. É uma grande bobagem, uma enorme estupidez
manter um crucifixo na parede do plenário assim como como está errado, esse
mesmo crucifixo, repousar na parede do tribunal do júri da Comarca de
Araçatuba. Não faz sentido. Foi-se o tempo da Inquisição de triste memória, o
Santo Ofício, quando misturava-se os assuntos seculares com os julgamentos,
presididos por religiosos, verdadeiros demônios que enviaram para o inferno
milhões de inocentes. Hoje, quem julga, quem pune é o Estado-Juiz, logo, na
parede da sala do júri deveria estar perene e presente, o emblema do Estado.
Nada de cruz, imagens alusivas a Jesus Cristo, etc. Isso deve ficar restrito
aos templos religiosos.