Golpe branco: Estamos sob um governo parlamentarista!
O Brasil não é mesmo um país sério como
bem destacou nos anos 60, o então presidente francês, o General Charles De
Gaulle quando em visita oficial. Esta máxima se reflete naquilo que ocorre no
dia a dia na nação e suas conseqüências não só para os brasileiros em si como um
todo, assim como nas relações internacionais, o país é alvo de chacotas, deboches
e gozações de toda sorte, mercê dos episódios desabonadores que entre nós
ocorrem com regular freqüência. Sem que se desse um só tiro, sem que se
reunisse alguma assembléia constituinte ou que fosse dado um golpe militar ou
algo semelhante, pacificamente, como é próprio dos brasileiros, sem
derramamento de sangue, estamos na verdade vivendo sob a égide de um governo
parlamentarista, ou seja, “revogou-se” o art. 76 da Constituição Federal que
estabelece que “o Poder Executivo será
exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado”.
Jornais britânicos já tratam a
presidente Dilma Rousseff como a “fantasma no palácio”. E isto não está longe
da realidade. Eleita sob o maior estelionato político dos últimos anos, a
presidente que passou toda a campanha mentindo descaradamente, mal assumiu em
janeiro, as verdades vieram à tona. Na campanha ela encontrava solução para
desempregados, até de meia idade, no então badalado programa “Pronatec”. Era a
“jóia da coroa” petista. E hoje? Suspensos por falta de pagamento desde
outubro, ou seja, poucos dias das eleições, o “Pronatec” faz água e enterrou-se
o sonho daqueles que foram na conversa fácil do governo. E o FIES? Está ai todo enrolado, as faculdades cobrando
as caríssimas mensalidades dos acadêmicos que sequer conseguem acessar o site
do MEC para a renovação das matrículas.
E as promessas de que “nem que a vaca
tussa”, não se fará nada com os direitos trabalhistas? Ficou lá atrás apenas
para enganar o eleitor. O governo hoje está sitiado, dominado pelo “parceiro”
de confiança, o PMDB, que, através de Eduardo Cunha (Câmara) e Renan Calheiros (Senado),
de fato governam. Mandam e desmandam, destituem ministros antes escolhidos e
indicados por Dilma. Até o novo ministro do Supremo, a presidente só indicou
depois de receber o sinal verde de Calheiros, mas ainda vai depender do humor
dos senadores para obter sua aprovação. Dilma Rousseff se viu cercada e nem seu
próprio partido, o PT pode fazer nada. Desmoralizado, chafurdando no lamaçal
de intermináveis denúncias de corrupção e desvios de dinheiro público, o
partido está fragilizado com suas principais lideranças envolvido no escândalo
da Petrobrás e não demonstra forças para reagir diante da ganância por cargos
do PMDB. Antes alijado, mantido ao largo, Michel Temer, hoje dá as cartas. O
débil, fraco e ineficiente governo petista parece um doente terminal na UTI.
A presidente vem sofrendo sucessivas
derrotas nas votações de seus projetos no Congresso Nacional, hoje controlado
pelo PMDB e auxiliado pela oposição. Renan Calheiros e Eduardo Cunha, apesar de
serem do mesmo partido não se entendem, dada a forte ambição pelo poder, pela
barganha de cargos e a influência no governo em si. Dilma não tem como reagir,
não conta com respaldo de seu próprio partido e hoje na verdade está mais prá
“rainha da Inglaterra”, reina, mas não governa. \está trancada em palácio e
foge das ruas por contas das grandes manifestações que pedem seu afastamento.
Vê o relógio à parede andar contra seus interesses e antes de completar seis
meses de sua posse, sente-se isolada, abandonada, refém de Cunha e Renan, os
novos “Pro-Cônsules” da República. O medo do povo, das reações das ruas fez com
que a presidente até desistisse de fazer o tradicional pronunciamento por rádio
e TV no dia 1º de maio, como acontece desde o governo Vargas. Com medo de um
“panelaço” Dilma Rousseff preferiu emudecer, mas também dizer o quê ao
trabalhador? Mentir mais uma vez?! O débil governo petista agoniza, sangra. É o
sistema parlamentarista de governo adotado hoje no Brasil. Uma presidente sem
forças, sem poder, dominada pelo Parlamento. Este era o sonho inatingido por
Ulysses Guimarães em 1988.
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