quinta-feira, 30 de abril de 2015

Estamos sob o Parlamentarismo

Golpe branco: Estamos sob um governo parlamentarista!



O Brasil não é mesmo um país sério como bem destacou nos anos 60, o então presidente francês, o General Charles De Gaulle quando em visita oficial. Esta máxima se reflete naquilo que ocorre no dia a dia na nação e suas conseqüências não só para os brasileiros em si como um todo, assim como nas relações internacionais, o país é alvo de chacotas, deboches e gozações de toda sorte, mercê dos episódios desabonadores que entre nós ocorrem com regular freqüência. Sem que se desse um só tiro, sem que se reunisse alguma assembléia constituinte ou que fosse dado um golpe militar ou algo semelhante, pacificamente, como é próprio dos brasileiros, sem derramamento de sangue, estamos na verdade vivendo sob a égide de um governo parlamentarista, ou seja, “revogou-se” o art. 76 da Constituição Federal que estabelece que “o Poder Executivo será exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado”.

Jornais britânicos já tratam a presidente Dilma Rousseff como a “fantasma no palácio”. E isto não está longe da realidade. Eleita sob o maior estelionato político dos últimos anos, a presidente que passou toda a campanha mentindo descaradamente, mal assumiu em janeiro, as verdades vieram à tona. Na campanha ela encontrava solução para desempregados, até de meia idade, no então badalado programa “Pronatec”. Era a “jóia da coroa” petista. E hoje? Suspensos por falta de pagamento desde outubro, ou seja, poucos dias das eleições, o “Pronatec” faz água e enterrou-se o sonho daqueles que foram na conversa fácil do governo. E o FIES?  Está ai todo enrolado, as faculdades cobrando as caríssimas mensalidades dos acadêmicos que sequer conseguem acessar o site do MEC para a renovação das matrículas.

E as promessas de que “nem que a vaca tussa”, não se fará nada com os direitos trabalhistas? Ficou lá atrás apenas para enganar o eleitor. O governo hoje está sitiado, dominado pelo “parceiro” de confiança, o PMDB, que, através de Eduardo Cunha (Câmara) e Renan Calheiros (Senado), de fato governam. Mandam e desmandam, destituem ministros antes escolhidos e indicados por Dilma. Até o novo ministro do Supremo, a presidente só indicou depois de receber o sinal verde de Calheiros, mas ainda vai depender do humor dos senadores para obter sua aprovação. Dilma Rousseff se viu cercada e nem seu próprio partido, o PT pode fazer nada. Desmoralizado, chafurdando no lamaçal de intermináveis denúncias de corrupção e desvios de dinheiro público, o partido está fragilizado com suas principais lideranças envolvido no escândalo da Petrobrás e não demonstra forças para reagir diante da ganância por cargos do PMDB. Antes alijado, mantido ao largo, Michel Temer, hoje dá as cartas. O débil, fraco e ineficiente governo petista parece um doente terminal na UTI.

A presidente vem sofrendo sucessivas derrotas nas votações de seus projetos no Congresso Nacional, hoje controlado pelo PMDB e auxiliado pela oposição. Renan Calheiros e Eduardo Cunha, apesar de serem do mesmo partido não se entendem, dada a forte ambição pelo poder, pela barganha de cargos e a influência no governo em si. Dilma não tem como reagir, não conta com respaldo de seu próprio partido e hoje na verdade está mais prá “rainha da Inglaterra”, reina, mas não governa. \está trancada em palácio e foge das ruas por contas das grandes manifestações que pedem seu afastamento. Vê o relógio à parede andar contra seus interesses e antes de completar seis meses de sua posse, sente-se isolada, abandonada, refém de Cunha e Renan, os novos “Pro-Cônsules” da República. O medo do povo, das reações das ruas fez com que a presidente até desistisse de fazer o tradicional pronunciamento por rádio e TV no dia 1º de maio, como acontece desde o governo Vargas. Com medo de um “panelaço” Dilma Rousseff preferiu emudecer, mas também dizer o quê ao trabalhador? Mentir mais uma vez?! O débil governo petista agoniza, sangra. É o sistema parlamentarista de governo adotado hoje no Brasil. Uma presidente sem forças, sem poder, dominada pelo Parlamento. Este era o sonho inatingido por Ulysses Guimarães em 1988. 

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