sábado, 4 de maio de 2013

Golpe de Estado:


Congresso tenta impor grave ameaça à democracia brasileira


                                      As últimas semanas foram marcadas por efervescentes manifestações entre os mais altos escalões da política nacional, com a indevida e impatriótica tentativa de parlamentares do baixo clero em intimidar, constranger o presidente do STF – Supremo Tribunal Federal, o ministro Joaquim Barbosa.  Um deputado do PT do Piauí, Nazareno Fonteles, com certeza com alguma culpa no cartório, demonstrando desconhecer até mesmo o texto da Constituição Federal, que em seu artigo 60, § 4º. III, trata das cláusulas pétreas, ou seja, aqueles dispositivos imutáveis que garantem os direitos inalienáveis aos cidadãos e que, para sofrerem algum tipo de alteração, dependem de emenda constitucional, dependem da realização de uma assembleia constituinte, algo quase impossível de ocorrer dada à rigidez com que nossa carta constitucional está revestida. A condenável iniciativa desses parlamentares em tentar podar, tirar poderes e atribuições do STF soa como um golpe de Estado, perpetrado nos porões do Congresso, iniciativa esta assumida pelos presidentes das duas casas congressuais, os peemedebistas Renan Calheiros e Carlos Eduardo Alves. Ambos igualmente envolvidos em nebulosas acusações de violação à ética parlamentar. Pior para Renan Calheiros que é alvo de processo perante este mesmo STF que ele tenta derrubar, diminuir.

                                      No dizer do ex-governador cearense Ciro Gomes, “o PMDB é um ajuntamento de bandidos e Michel Temer é seu chefe”; Esta pesada acusação contra o maior partido do pais e que hoje domina o parlamento, nunca foi desmentida e o PMDB  jamais processou Ciro Gomes. Tendo ainda entre seus pares, nomes como José Sarney e Jáder Barbalho, pode-se com certeza dizer que as palavras do ex-governador cearense não estão longe da realidade. E é justamente interesses escusos, sombrios e inconfessáveis que fazem com que o Senado e a Câmara Federal se levantem contra Joaquim Barbosa. Não se pode olvidar que nomes expressivos do PT, irmão siamês do PMDB também conspiram na surdina para atacarem a Constituição Federal. José Genoíno, João Paulo Cunha, deputados eleitos pelo PT condenados que foram pela mais alta Corte de justiça do país, ao lado de Roberto Jeferson (PTB) e José  Dirceu (PT),   aguardam à qualquer momento a ordem de prisão. Por isso esse vivo interesse em desmerecer e diminuir os poderes constitucionais do STF e seus ministros.

                                      Essa perigosa tentativa de obstruir a ação do STF em punir, em condenar os envolvidos no escândalo do “Mensalão”, emerge no meio daqueles políticos irresponsáveis e descompromissados com a lei, com o direito e, no afã de esconderem seus crimes, preferem dar um verdadeiro golpe de Estado nas instituições democraticamente estabelecidas e alicerçadas conforme  a Constituição Federal de 1988. Esses deputados irresponsáveis, omissos, estão rasgando, pisando sobre a Carta Magna, num total gesto de desrespeito para com o povo, com o eleitor que votou nestes calhordas. Nos meios jurídicos costuma-se dizer que “decisão do Supremo não se discute, se cumpre”. Pronto. É assim, sempre foi assim e assim será conforme reza a Lei Maior. Em fase recursal, a AP-470, do “Mensalão”, será, nos próximos dias ou semanas, objeto da deliberação dos ministros togados do STF que avaliarão os apelos e o clamor de irresignação de cada um dos condenados. É a lei. O Procurador  Geral da República, Roberto Gurgel já adiantou que pouco ou nada mudará no curso do processo, sendo mantidas as condenações aplicadas. Não há remédio legal para mudanças. Aos tais “mensaleiros”, não resta outro caminho, senão o do presídio. À Câmara e ao Senado resta pura e tão somente respeitar a decisão de um outro poder constituído da República, cassar o mandato dos deputados já condenados e dar exemplo de respeito à lei. É o princípio dos chamados “freios e contrapesos”, idealizados por Montesquieu quando estabeleceu este modelo da tripartição dos poderes.       

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