Enquanto Valparaíso cassa o prefeito, em Araçatuba, vereadores são omissos e irresponsáveis!
Numa velocidade relâmpago, os
vereadores da câmara municipal de Valparaiso, cassaram o mandato do prefeito
Roni Ferrareze (PV). Dos 11 edis, 8
votaram pela cassação. E pasmem! O prefeito eleito em 2016, ficou apenas 14
meses no cargo. E em Araçatuba? Em Araçatuba, Cido Sério (PT) governou por longos
8 anos, foi acusado cerca de 19 vezes por improbidade administrativa além de outras
ações e também responde no caso do processo envolvendo o desvio de R$ 15
milhões sobre o tal Estaleiro do Rio Tietê. E o que os vereadores da câmara de
Araçatuba fizeram nesse período?! Simplesmente nada, absolutamente nada! Diz a
Constituição Federal que uma das principais funções de um vereador, é “fiscalizar”
os atos do prefeito municipal. Os vereadores de Araçatuba, mantendo a prática
comum de anos passados, durante todo o governo Cido Sério, abriram mão de suas
prerrogativas, nunca fiscalizaram nada e deixaram essas ações correrem, pior ──
os “ilustres” vereadores de Araçatuba, irresponsavelmente, fecharam os olhos
aos desmandos, aos erros praticados pelo então prefeito. De forma criminosa,
omissa, os vereadores rasgaram as leis, preferiram manter suas “alianças” com o
gestor, através da troca e benesses, favores pessoais e indicação de seus apaniguados
para ocuparem cargos comissionados na administração.
Essa relação pecaminosa, incestuosa,
criminosa havida entre o prefeito e os vereadores, sempre foi lesiva, nociva ao
interesse público. O eleitor votou no vereador, dando-lhe um verdadeiro cheque
em branco para representá-lo. Ao final, este vereador de forma traiçoeira,
criminosa, faz acordos espúrios, sujos com o executivo em troca de
manifestar-se e votar sempre favoravelmente ao projetos de interesse do
prefeito. De outro lado, esses “acordos infames” igualmente obrigam o vereador
a votar sempre contrário às iniciativas que visem julgar, apreciar atos
praticados pelo gestor. Muitas dessas iniciativas surgem da parte do Ministério
Público ou de cidadãos inconformados com atos errados, criminosos cometidos
pelo prefeito e acobertados com a anuência irresponsável e criminosa dos
vereadores, que tangidos pelos “acordos” assumidos com o executivo, os impede
de votar favoravelmente pela abertura de comissões de investigações, comissões
processantes, etc. Em Araçatuba, é raro isso ocorrer. Não se tem notícias nos
últimos 10 anos que a câmara tenha aprovado uma CEI sequer.
A irresponsabilidade, a omissão, a
prevaricação dos vereadores, notadamente durante o governo Cido Sério foi algo até
constrangedor. O prefeito, por conta de seus “acordos espúrios” mantidos com a
sua base de sustentação, conseguiu ao longo desses 8 anos, passar incólume à
ação do judiciário. Mas não se enganem que isso foi um “privilégio” de Cido
Sério. Já no governo do ex-prefeito Jorge Maluly Neto (DEM), essa era a tônica,
a prática. Envolvido até o pescoço no famigerado escândalo do “Caso do Banco
Interior”, Maluly já condenado e cassado, conseguiu manter-se por quase 8 anos
no poder, graças à anuência, à omissão, à irresponsabilidade criminosa dos
vereadores dá época. E todo mundo sabe, até os cachorros da rua sabem o quanto
Maluly teve que dispender para “comprar” sua permanência à frente do executivo.
E lamentavelmente, muitos daqueles vereadores que extorquiam, arrancavam
benesses e favores de Maluly, continuam aí na vida pública, sendo reeleitos seguidamente
pelo povo. Da mesma forma que com o atual prefeito, não é diferente. Tão logo
assumiu, Dilador Borges, fez a mesma coisa que antes condenava. Montou sua “bancada
da situação”, colocando um cabresto nos vereadores, nomeando seus apaniguados
em cargos comissionados.
Eleito com minoria na câmara, Dilador
Borges, que cansamos de escrever aqui como sendo uma pessoa íntegra, de caráter
inatacável, fez aquilo que todos políticos canalhas e corruptos fazem ─ correu
atrás de vereadores que antes ele mesmo criticava, como Jaime, Dunga, Cláudio.
Fez com estes e outros, os costumeiros conchavos nada republicanos e
impublicáveis, nomeando em cargos de comissão, pessoas indicadas por estes
vereadores. Em troca, claro, o prefeito espera contar com o apoio desses
vereadores nas votações de seu interesse. Dilador tratou de pavimentar um caminho mais fácil,
mais tranquilo nas questões da câmara. Em que pese estar começando um princípio
de rebeldia dessa tal bancada de situação, nada como um cafezinho no gabinete
para “atender” os pedidos dos vereadores que se mostram hoje insatisfeitos. O
certo é que, atendidas essas “pressões”, o prefeito mantém os vereadores
comendo em suas mãos, segura o cabresto de cada um e tem garantida sua
sobrevivência diante do legislativo. Os vereadores de Valparaíso dão mostras de
que é possível ter um legislativo atuante e sem compromissos e rabo preso com o
prefeito. Quanta diferença!