domingo, 6 de março de 2011

A coisa pública: O exemplo que vem de Birigui !

No japão, quando um político é pego no erro, comete algo contrário aos costumes e as leis, é corrupto e envergonha sua familia, ele pratica o "arakiri", um suicídio para lavar sua honra e de sua familia. Se a moda pega no Brasil....

A Câmara Municipal de Birigui, cidade com pouco mais de 80 mil habitantes, mas forte vocação industrial,  sofreu dois duros golpes nestes idos de março. Primeiro, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo determinou que o legislativo birigüiense demitisse 25 funcionários comissionados, ou seja, que foram nomeados sem concurso público, tendo em vista considerar ilegal tais contratações. Em segundo, o Ministério Público da Comarca determinou que 14 ex-vereadores e o ex-prefeito Florival Cervelati, devolvam cerca de R$ 7 milhões por conta do pagamento indevido, ilegal  de aposentadorias a ex-vereadores  e, consequentemente seus beneficiários. Desses ex-vereadores, apenas um, Pedro Barbosa, conhecido pelo apelido de “Ois Mininus”, continua na atual legislatura. Um deles, Natal Mazucato, que cumpriu mandato por longos 40 anos, já morreu. Cada um desses 15 cidadãos terão que devolver aos cofres públicos cerca de R$ 485 mil aproximadamente.
O promotor de justiça Dr. Paulo Sérgio Ribeiro da Silva autor desta Ação, deve estar tomado pelo espírito de Dom Quixote de La Mancha ao penalizar estes ex-políticos com um valor que certamente nenhum deles terá condições de arcar, ou seja, quase meio milhão de Reais! Mas, o gesto deste representante do MP de Birigui levanta uma questão importante e merece uma reflexão quando se trata da coisa pública, do dinheiro do povo, arrancado do suor, sangue e até lágrimas de todos os cidadãos deste país para sustentar esta pesada carga que é a atividade político-partidária e a administração pública em todas as suas instâncias e poderes. A corrupção, a roubalheira e o mau uso do dinheiro  público consomem trilhões e trilhões de Reais por todo este Brasil, tal qual a formiga saúva, destrói sonhos e esperanças de um povo na busca de uma vida melhor em nossas comunidades.
Os políticos de uma forma geral, com raras exceções se enriquecem, da noite pro dia, assim como num passe de mágica, auferindo altíssimos salários, se envolvendo em todo tipo de maracutaias e malandragens, obtendo para si, suas famílias e apaniguados, todas as benesses e favores do poder. É difícil encontrar um ex-político pobre ou que saiu da vida pública como entrou. Poucos são dignos do respeito e da admiração e nessa corja não se salva nem mesmo o senador Pedro Simon, do PMDB/RS que todos nós tínhamos na mais alta conta de ser um exemplo dignificante na vida pública, se igualou aos bandidos de Brasília, pego nessa vergonha das aposentadorias de ex-governadores, assim como Álvaro Dias. Hoje, temos nossas dúvidas sobre os ocupantes dos cargos no Congresso Nacional em matéria de lisura e honestidade e caráter público.
A Câmara de Birigui sequer tem um prédio próprio consumindo cerca de R$ 6 mil em aluguel mensal. Conta com nove vereadores e se reúne apenas 3 vezes ao mês. No entanto, em janeiro nomeou-se para o cargo sem concurso público, de Chefe de Gabinete, uma cidadã com o elevadíssimo salário de mais de R$ 7 mil. Pode um acinte deste ? Será que uma cidade com 80 mil habitantes, cuja maioria labuta nas indústrias calçadistas recebendo míseros salários em troca de uma jornada quase que em regime de escravidão, ter ao mesmo tempo um legislativo usando e abusando do erário dessa forma? ! Os políticos misturam o público com o particular e usam e abusam em benefício próprio. No geral e não só em Birigui, a saúde pública não funciona, não há dinheiro para a educação. Os administradores municipais em geral teem na ponta da língua as desculpas eternas da falta de dinheiro para atender as mais elementares necessidades do povo mais pobre enquanto que para seus próprios salários, vis aposentadorias e para a corrupção nunca falta dinheiro. Que exemplo nos dá Birigui !  Por outro lado, no Japão, onde honra, caráter fazem parte da vida de qualquer político, vem a noticia de que o atual ministro das Relações Exteriores, Seiji Maehara acaba de renunciar ao cargo por ter recebido durante a eleição, cerca de U$ 600,00 (uns Mil Reais) em doação de uma simples cidadão, o que no Japão é crime, é desonra. Enquanto que aqui......

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